Omnia in Bonum! Disposições sobre a pessoa do fundador da LC

Para ciência, foram publicadas as “disposições sobre a pessoa do fundador da Legião de Cristo” no próprio site da LC. Formaliza-se assim que:

– Nos escritos institucionais, o modo de referir-se ao Pe. Maciel será “fundador da Legião de Cristo e do Regnum Christi” ou simplesmente “Pe. Maciel”.- Confirma-se a disposição que as casas da legião e do Regnum Christi não podem ser colocadas fotografias do fundador onde se encontre sozinho ou com o Papa.

– As datas relativas à sua pessoa (nascimento, batismo, onomástico e ordenação sacerdotal) não se festejam. O aniversário da sua morte, 30 de janeiro, será um dia dedicado especialmente à oração.

– Os escritos pessoais do fundador e suas conferências não estarão à venda nas editoras ou nos centros e obras da Congregação.

– Na cripta do cemitério de Cotija onde descansam os restos mortais da família Maciel Degollado, do Pe. Maciel e de outros legionários de Cristo e membros consagrados do Movimento, se dará o valor que tem toda sepultura cristã como lugar de oração pelo eterno descanso dos defuntos.

– Os centros de retiro em Cotija continuarão oferecendo os mesmos serviços que tem até o presente, mas se estabelecerá ali um lugar para a oração, reparação e expiação.

É doloroso ler isso! Que a Virgem Santíssima possa interceder de modo especial pelos membros da Legião e do Regnum Christi, e que os momentos de lágrimas sejam, sempre, ocasião de se aproximar um pouco mais do Crucificado. Omnia in Bonum.

“Sou mesmo escrava e obrigada a sorrir” – Miriene Fernandes

[Este artigo está circulando por emails e, incrivelmente, ainda não o tinha visto publicado na net. Trago-o à apreciação; é uma resposta à matéria da VEJA da semana passada intitulada “Os Legionários do Anticristo”.]

SOU MESMO ESCRAVA E OBRIGADA A SORRIR

[Artigo removido (em 23/11/2011) a pedido da autora, que entrou em contacto por email e solicitou a sua retirada. Ela foi consagrada do Regnum Christi de fevereiro de 1998 a setembro de 2010, mas hoje sente-se chamada por Deus para servi-Lo de outra maneira e teme que o artigo possa (principalmente entre pessoas que ela conhece) gerar algum tipo confusão. Não obstante, o seu amor por Cristo permanece firme e, se ela é hoje chamada a uma vida vida secular, isto em nada muda suas posições em defesa da legitimidade da opção radical por Cristo e da vida consagrada.]

Homilia do Dia de Todos os Santos – pe. Antoine, LC

Existe, de facto, uma coragem própria da santidade que é muito mais profunda e radical que as “coragens” do mundo que povoam os nossos ecrãs de televisão ou livros de história. Não todos temos os nervos, a energia interior, a estrutura física e psicológica para realizar grandes façanhas, ao modo como as pintam os livros de aventuras. Tenho um amigo que se dedica a atravessar em solitário o oceano Atlântico. Contou-me todos os sacrifícios que tinha que realizar durante a travessia, contou-me as vezes em que se encontrou entre ondas colossais e conseguiu manter a calma necessária para uma luta de horas contra os elementos… Pensei: “isso não é para mim!”

Mas todos temos tudo o que é necessário para realizar a maior das façanhas: a santidade. E o que é o necessário para isso? Deus, só Deus é necessário. O sangue do Cordeiro, na qual devemos branquear as nossas túnicas. Mas da nossa parte, não é necessário algo? Sim, algo básico e elementar. Aceitar um caminho espiritual com Cristo, andando detrás de Ele e perseverando com Ele. Um caminho muito pessoal, intransferível, uma história única entre Deus e a alma. E onde nos leva tudo isso? A imergir-se no sangue do cordeiro, a compartilhar a experiência de Cristo. A verdadeira coragem é abandonar-se a si mesmo para se reencontrar a si mesmo infinitamente mais enriquecido em Deus.

[…]

Deus permite o crepúsculo das criaturas e dos apoios humanos e materiais, para que entendamos o que verdadeiramente conta: Ele. Cristo mostra-nos de novo como actuar quando exclama, sempre no Calvário e como resposta à sua pergunta anterior: “Pai abandono-te o meu espírito”. Ser santo é isso, é abandonar-se completamente nas mãos de Deus, é pôr nele todas as seguranças, todas as aspirações. Quando tudo parece absurdo na vida ao ponto que até o suicídio parece fazer sentido, a única resposta é o abandono. Ao mesmo tempo, é a resposta fecunda por excelência, porque quando o homem se abandona a Deus, faz entrar precisamente Deus em cena. O homem criado a imagem de Deus torna-se então uma janela transparente por onde irradia com força irresistível o Deus que o seu denso egoísmo escondia.

P. Antoine, LC

Mais textos podem ser encontrados em: Homilias e Orações

¿Por qué no?

[youtube=http://br.youtube.com/watch?v=bYLIWWtqPx8]

Um leitor me enviou este vídeo produzido pelos seminaristas dos Legionários de Cristo. Está em espanhol, mas é bem inteligível; trata-se de um apostolado vocacional e, no vídeo, diversos seminaristas respondem por que desejam ser padres. Há respostas excelentes (“porque poucos se atrevem”, “porque não quero ser mais um”, “porque urge mudar este mundo”, “porque um dia Lhe perguntei o que queria de mim”, “porque se vive somente uma vez”, “porque fazem falta sacerdotes santos”).

O site do apostolado é Why not? e, nele, é possível entrar em contato com sacerdotes para se fazer questões sobre a própria vocação. A iniciativa é extremamente louvável! Rezemos ao Senhor da Messe, para que Ele nos envie sempre santos e zelosos sacerdotes. E que a Virgem Santíssima vele sempre pelo nosso clero.

Conferência Magna – Card. Franc Rodé no EJF

Como não achei na internet, publico o pronunciamento do Cardeal Franc Rodé, pronunciado no IV Encontro de Juventude e Família, ocorrido no último final de semana em Brasília (e onde estive). Reproduzo conforme recebi por email.

* * *

Cardeal Franc Rodé: “Vocês têm que crescer e florescer”

Chamado do Cardeal aos membros e amigos do Regnum Christi e Legionários de Cristo, durante o IV Encontro de Juventude e Família.

Neste domingo, 14 de dezembro, o Cardeal Franc Rodé fez um convite aos membros do Movimento Regnum Christi e aos Legionários de Cristo para que cresçam e floresçam, “pois a Igreja necessita de forças vivas para enfrentar o grande desafio da nova evangelização”.

O Prefeito da Congregação vaticana para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, dirigiu-se aos participantes do IV Encontro de Juventude e Família, que aconteceu de 12 a 14 de dezembro em Brasília, capital do Brasil.

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Estimados legionários, membros e amigos do Movimento Regnum Christi:

É com muita alegria que participo nestes encontros de Juventude e Família porque sei que servem para expressar o espírito de família que reina no Movimento, e constituem um forte impulso para o compromisso apostólico de vocês. São momentos muito especiais de graça que devem aproveitar, para crescer no compromisso pessoal com Cristo, e com o Movimento Regnum Christi, aprofundando-se na vivência do seu carisma, a serviço da Igreja.

Venho de Roma para dizer-lhes que os tenho muito apreço, e que os estimo muito. Deus fez florescer a Legião de Cristo e o Regnum Christi como obras suas nesta nova primavera da Igreja e isso nos enche de esperança e de agradecimento. Como toda obra querida por Deus vocês têm que crescer e florescer pois a Igreja necessita forças vivas para enfrentar o grande desafio da nova evangelização. Vocês têm que estar muito agradecidos com Jesus pelo dom que os fez ao convidá-los a seguí-lo mais de perto, mais intimamente, no Movimento Regnum Christi. Perseverem na sua entrega e saibam que vocês podem contar sempre com a estima e o apoio do Papa e a minha também.

Alegro-me por ver aqui ao Pe. Álvaro Corcuera, que leva nos seus ombros a responsabilidade de guiar este movimento evangelizador. Sei que ele quer que todo o esforço missionário do Regnum Christi se oriente a serviço da Igreja e ao bem da sociedade. Ajudem-lhe com a sua colaboração generosa.

Celebramos a festa da Virgem de Guadalupe, uma invocação muito querida para vocês porque nasceram aos seus pés, no seu seio. Colocamos nas suas mãos os frutos deste encontro, e especialmente um fruto que quero pedir-lhes: o compromisso pessoal na evangelização.

A Igreja, certamente hoje mais do que nunca, necessita evangelizadores: homens e mulheres dispostos a dedicar a sua vida, no seu ambiente ou onde os leve a providência, a pregar o nome de Cristo, a estender o seu Reino, a pregar aos nossos irmãos que Cristo é o Salvador e que a Igreja é a sua casa, a sua família. O Regnum Christi tem que ser agora mais do que nunca um movimento que se caracterize pela sua força evangelizadora, pelo seu ímpeto por levar a verdade revelada a todos os homens, por aproximá-los à graça, por semear a paz nos corações, a paz da união íntima com um Pai que nos amou até dar-nos o seu Filho em propiciação pelos nossos pecados.

Desde que conheci o Regnum Christi, vi nos seus membros este estilo de vida evangelizador. É parte do seu carisma e é algo que a Igreja necessita para manter-se viva e cumprir a missão que Cristo a encomendou . É um compromisso pessoal com Cristo e com a Igreja para estender no mundo a Boa Nova do Evangelho.

Um dia normal de trabalho no Vaticano veio cumprimentar-me um membro do Regnum Christi que conheci durante uma viagem ao México. Queria a minha bênção porque ele ia fundar um hospital no Chade, na África, dedicado especialmente aos enfermos de AIDS. O padre que o acompanhava disse a ele que o Chade estava em guerra e ele respondeu: “por isso tenho que ir agora”. Esse é o espírito dos membros do Regnum Christi: atuar porque faz falta, porque a missão não é um capricho ou uma iniciativa pessoal para preencher o tempo, mas um modo de acudir a uma necessidade vital para os irmãos, algo que agrada a Deus. E neste momento em que reina uma secularização profunda e um forte materialismo hedonista, o mundo necessita esta evangelização.

Temos que evangelizar nossos irmãos, temos que evangelizar as famílias , temos que evangelizar as empresas, temos que evangelizar a cultura . Não tratamos de impor uma ideologia ou uma doutrina, mas de apresentar Cristo como ideal do ser humano e como Salvador para humanizar e salvar nossos irmãos e as sociedades.

Estamos celebrando o ano de São Paulo; do Apóstolo, não da cidade. [Certo que aqui têm muitos paulistas: vocês têm um grande patrono]. São Paulo foi um homem que viveu só para o bem das almas, sem pensar em si mesmo; um homem lutador que experimentou o cansaço, a perseguição, a derrota, açoites, vários naufrágios, o fracasso, a traição, mas nada disso o deteve no seu único objetivo: evangelizar: “¡ai de mim si não pregasse o Evangelho!” .

Evangelizar é um serviço que se faz por amor, como os pais quando ensinam o filho a rezar. Estão dando-lhe o melhor que têm. Estão dando-lhe o fundamento da sua fé. Esse é o motivo que deve impulsar o crescimento do Regnum Christi: ser mais para evangelizar mais; crescer na santidade para ser melhores testemunhas de Cristo no mundo. Crescer na santidade, crescer no amor, crescer na esperança, para levar a outros a fé, o amor e a esperança.

O que nos diria hoje São Paulo se nos visse? O que nos pediria? O que  nos transmitiria? Certamente nos recordaria aquelas palavras que dirigiu à comunidade de Corinto: “Não sabeis que nas corridas do estádio todos correm, mas um só recebe o prêmio? Corrais de maneira que o consigais!” .

Com o exemplo das corridas (e este é um país de grandes corredores de fórmula um e jogadores de futebol), nos convida a lutar na nossa vida por uma coroa que não se corrompe : pela santidade. Essa é a base. A santidade de vida é o cimento do testemunho, do apostolado.

Este é o primeiro passo: a santidade à qual se chega pela fidelidade à graça; a santidade à qual todos estamos chamados; a santidade que se alimenta com os sacramentos; a santidade que é colocar-se nos planos de Deus, seguir a sua vontade nas nossas vidas. Que este seja o primeiro objetivo na vossa vida.

São Paulo, com seu vocabulário forte, provavelmente acrescentaria: “Tomai o elmo da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus; sempre em oração e súplica, orando em toda ocasião no Espírito, velando juntos com perseverança e intercedendo por todos os santos” . É um vocabulário que fala de combate a favor do Evangelho da paz, de militância, de luta, algo que é muito próprio da espiritualidade do Movimento. Como disse uma vez o Papa Paulo VI aos membros do Movimento, vocês são um Movimento que não está contemplando como sucedem as coisas, mas que luta por deixar uma pegada cristã no mundo, que se compromete com a causa do amor.

São Paulo insiste muito na oração. Dizia: “orar em toda ocasião”. A oração é o diálogo com Deus, e é o alimento do apóstolo, do evangelizador. Hoje, quando nos toca viver em ambientes tão adversos, a oração se faz ainda mais importante. A oração nos mostra que nosso compromisso evangelizador nasce de Cristo. Evangelizar é dar o que se tem recebido, é ir pregar o Cristo com o que me encontro na oração. São Paulo começa a sua tarefa evangelizadora depois de três anos retirado em oração no deserto da Arábia. Contemplação e apostolado vão sempre unidos.

A oração vos ajuda a “conhecer o amor de Cristo, que excede a todo conhecimento, para que possam ir completando-se até a total Plenitude de Deus”  e faz “que Cristo habite pela fé nos vossos corações, para que, possam viver arraigados e cimentados no amor” .

O lema deste encontro é muito bonito: “amar mais para servir mais”. Esta foi uma das claves da vida de São Paulo. Era um homem que vivia sua missão movido pelo amor; como um serviço aos demais, seus irmãos, aos quais amava em Cristo. Estava convencido de que sem amor não era nada . Sem amor não somos nada, não somos evangelizadores, não somos cristãos autênticos.

Sei que o amor é o centro do carisma apostólico de vocês, não deixem de crescer no amor de Deus que “foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” . Nada poderá separar-nos desse amor . Esse amor os guiará na sua vida e os levará a vivê-lo com seus irmãos, cada dia, em cada minuto. O amor é o distintivo do cristão, nisto conhecerão os homens e as mulheres de hoje que sois discípulos de Cristo .

São Paulo volta a repetir-nos o que dizia aos seus discípulos de Corinto: “Fazei tudo com amor” , ou aos gálatas: “servi-vos por amor  uns aos  outros” . Sejam, pois, imitadores de Deus, e vivam no amor como Cristo os amou e se entregou por nós . Que o amor de Cristo seja sempre a medida do seu amor.

Queridos membros do Regnum Christi, sei como estão apoiando a formação de sacerdotes através do seminário Mater Ecclesiae, ou do centro sacerdotal Bom Pastor. É um grande serviço que fazem à Igreja . Sei também que estão trabalhando a fundo com os jovens através dos clubes juvenis, das missões, dos colégios, do “Sonhar Acordado”, do “Gente Nova”,  iniciativas que se orientam ao compromisso social dos jovens e ao serviço e à cercania aos mais necessitados. Nunca deixem de trabalhar com os jovens ; eles são a primavera da Igreja, o futuro das nações e os que poderão construir um mundo mais humano, mais cristão.

Nunca esqueçam que evangelizar é servir; é entregar aos demais a experiência de vida em Cristo pessoal e comunitária. É dar e é dar-se, é entregar a vida a serviço do Evangelho, na vocação à que Deus os chame. Sejam generosos, a Igreja necessita de evangelizadores comprometidos. Não tenham medo: que o exemplo de São Paulo e o amor que existe nos seus corações os levem a dar ao Senhor um “sim” aberto e sincero.

A V CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO LATINOAMERICANO E DO CARIBE, celebrada em Aparecida no ano passado, tem insistido muito na formação necessária para a missão . O compromisso na missão da Igreja exige uma formação integral  excelente, de qualidade. A Igreja necessita homens e mulheres muito bem preparados para poder dialogar com os homens e mulheres de hoje e poder transmitir-lhes Cristo. A Igreja sabe que “os novos movimentos e comunidades são um dom do Espírito Santo para a Igreja. Neles, os fiéis encontram a possibilidade de formar-se de maneira cristã, crescer e comprometer-se apostolicamente até serem verdadeiros discípulos missionários” . Para viver o compromisso apostólico é necessária a formação, imprescindível. Hoje, mais do que nunca, para poder desenvolver sua missão, a Igreja necessita contar com membros muito bem formados que saibam dar razão de sua fé e oferecer respostas aos homens e mulheres de hoje. Por isso peço-lhes que se formem a fundo, sem economizar esforços. Vivam o esforço contínuo de sua formação como um serviço a Cristo e à Igreja. A formação minuciosa de vocês é a melhor garantia de que serão missionários eficazes a serviço de Cristo e da Igreja.

Devem pôr especial atenção à formação de formadores, de modo que os membros do Regnum Christi contem com pessoas certas para guiá-los na vivência da própria vocação. Contar com bons formadores de formadores deve ser uma prioridade em ordem ao crescimento e à formação dos líderes para a transformação eficaz da sociedade.

Volto de novo meu olhar à Santíssima Virgem de Guadalupe. A Ela  confio os frutos deste encontro, a Ela peço pela santidade de todos os membros do Regnum Christi. Ela, na sua mensagem a Juan Diego, dizia: “Não estou eu aqui que sou a tua Mãe? Não estás sob a minha sombra? Não sou eu a tua saúde? Não estás por ventura no meu seio? Que mais necessitas?” , e assim o convida a confiar n´Ela. Também hoje nos convida a confiar n´Ela, a pôr nosso compromisso apostólico sob a sua proteção e a inspirar-nos no seu amor para viver nossa vocação evangelizadora.

Muito obrigado.

No final diz em espanhol:

Permito-me dizer algumas palavras em espanhol porque como vocês puderam ver, o meu português é de uma extrema deficiência. Mas, para falar livremente, é mais fácil para eu me expressar na língua de Cervantes e não na de Luis de Camões.

À metade do mês de novembro estive em audiência com o Santo Padre Bento XVI e lhe disse ao final da audiência que eu tinha programado uma viagem para o Chile e para o Brasil, na América Latina. E lhe disse que ia encontrar sobre tudo os membros do grande Movimento Regnum Christi. O Papa me disse: _ “Sim, os conheço, os estimo, os apreço, e diga-lhes que a minha benção lhes acompanha”. Assim que é o momento para dizer-lhes que lhes trago também a benção do Santo Padre Bento XVI.

Bem, quero dizer-lhes também que nesta viagem ao Chile e ao Brasil fiquei impressionado com o dinamismo apostólico, a vontade evangelizadora que encontrei nos membros do Movimento Regnum Christi, e isto é pra mim uma promessa de grande valor para o futuro da Igreja. “Ustedes” (Vocês, como se diz em português); vocês são uma grande chance, uma grande possibilidade, uma grande oportunidade que a Igreja tem para fazer deste grande povo brasileiro, um povo realmente, integralmente católico, fiel ao Evangelho e vivendo do amor a Jesus Cristo. Vocês devem ser os que levam a palavra da esperança, a palavra do amor de Cristo a todos os que encontrarem no caminho da sua vida.

E é a missão mais nobre, mais bela, a maior que vocês têm: levar a palavra de Cristo, levar a palavra do Evangelho a todos os que encontrem em seu caminho. Para isso, como dissemos, para isso é preciso ter uma identidade clara de ser católicos. Sejam felizes e agradecidos para com Deus de tê-los chamados a serem filhos e filhas da Igreja católica. É uma graça imensa que Deus lhes deu, de tê-los chamado à santa Igreja Católica. E que esta identidade os encha de alegria profunda, de um agradecimento continuo ao Senhor pela graça que os têm dado.

E que isto os encha de uma, como digo, de uma grande alegria com um sentimento de gratidão ao Senhor pela graça que os deu. Eu acho que se vocês refletirem esta alegria interior e este sentimento de gratidão, então serão realmente testemunhos do Senhor e da sua Igreja. Testemunhos credíveis, testemunhos que vão ser convictos e convencedores dos outros. Muito obrigado. MUITO OBRIGADO!

*****

E o Pe Alvaro Corcuera, L.C., diz no final em españhol:

Eminência, gostaríamos de agradecer-lhe muitíssimo. Agradecemos-lhe porque nos traz aquilo que mais queremos, que é o amor de Jesus Cristo. Como o senhor sabe, onde há um brasileiro há alegria. E há alegria porque realmente amam a Deus. Hoje é o que lemos na leitura de São Paulo: “Estais alegres, estais sempre alegres no Senhor”. E onde há um apóstolo há alegria. Um brasileiro, um membro do Movimento é sempre um apóstolo porque não pode conter todo o amor de Cristo no seu coração. Queremos agradecer-lhe muitíssimo, Eminência, pela sua proximidade, pela sua bondade, pelo ânimo que nos infunde. Somos muito conscientes da responsabilidade que temos.

Queremos muito a Cristo, queremos muito a nossa Igreja. E hoje vários dos presentes também se aderiram ao Regnum Christi e também queremos parabenizá-los. Queremos parabenizá-los, agradecê-los e dizer que formamos parte de uma maravilhosa família, uma família que está unida em Jesus Cristo e que nos sustenta o carinho, a proteção da Santíssima Virgem. Obrigado por terem vindo. Obrigado por serem o que são. Obrigado por nos fazerem crer cada dia mais. Que Deus vos abençoe!

DATA DE PUBLICAÇÃO: 2008-12-15

Impressões sobre o EJF

[corridas e de memória, senão acabo não fazendo isso nunca]

– É um mega-evento, sem dúvidas. Estrutura gigantesca, no Centro de Convenções, ocupando diversas salas, corredores, o auditório. Muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo: “acolhida das crianças” (tinha uma “competição de robótica” que eu fiquei com água na boca para participar! Pena que era só até os 17 anos…), capela com adoração permanente, café com shows musicais, workshops, stands falando sobre os diversos apostolados do movimento… muita coisa.

– É uma bonita experiência de, digamos, “comunhão eclesial”, tanto dentro do movimento Regnum Christi (a presença do diretor geral e de vários membros do Brasil inteiro e até de outros países) quanto do movimento com a Igreja (ilustrada de maneira eloqüente pela presença do Cardeal Franc Rodé, CM). Muito bom rever amigos que eu não via há longa data, que me fazem falta e com quem eu tenho bem menos contato do que eu gostaria! Uma “imagem visível da comunhão dos santos”, poder-se-ia dizer do EJF.

– Muitas palestras primorosas. Sobre os mais variados assuntos: desde sexualidade (com ênfase nos efeitos deletérios das pílulas anticoncepcionais na feminilidade da mulher) até testemunhos de atletas paraolímpicos (que nos deixavam com uma incômoda e salutar impressão de como são pequenos os nossos problemas e como somos ingratos pelas coisas que temos). Não seria capaz de citar todas.

– O fotógrafo dos papas, Arturo Mari, contou-nos diversos relatos sobre a vida dos pontífices com os quais ele conviveu, desde João XXIII, com uma ênfase em João Paulo II. Deste último, falou-nos (como testemunha ocular) do atentado de 1981 e do segundo atentado que o papa sofreu a faca, pouco depois; do seu encontro com o presidente da (então) Tchecoslováquia e com Mikhail Gorbachev; de um encontro com leprosos numa ilha da África (se a memória não me falha) e de uma visita ao Peru na qual Sua Santidade subiu numa mesa e, por sobre um muro farpado, falou aos terroristas do Sendero Luminoso que ele estava ali, que eles (os terroristas) eram assassinos que um dia iam ser julgados por Deus, e que (o Papa) não tinha medo deles; enfim, contou-nos diversas coisas interessantes, muitas das quais eu nunca tinha ouvido falar.

– O ator de Hollywood convertido ao catolicismo, Eduardo Verástegui, produtor do filme Bella, contou-nos o seu testemunho. Como ele levava uma vida promíscua, como uma sua professora de inglês fê-lo ver um dia a incoerêncida da sua vida (ao ser perguntado com que tipo de homem ele gostaria que uma sua filha casasse, ele descreveu “um santo”; ao final, a mulher perguntou-lhe simplesmente se ele era assim e, diante da resposta negativa, por que ele exigia algo que ele próprio não era), como ele decidiu que, desde então, não participaria mais de nenhum filme que ofendesse sua fé, sua família ou seu país. Aconselhado por um legionário, abriu uma produtora – a Metanoia Films – com o objetivo de não produzir senão filmes que passassem valores morais verdadeiros. Bella (não assisti ainda) é fruto deste trabalho.

– Como cada coisa tem o seu lugar, ao lado dos aplausos eufóricos diante dos belos testemunhos que se sucediam, havia o silêncio reverente diante do Sagrado; em particular, registro o terço solene, rezado diante do Santíssimo que foi exposto ao som do Pange Lingua e recolhido enquanto se cantava o Adoremus in Aeternum. Majestoso.

– Não faz parte do evento, mas fui à gravação do DVD do Anjos de Resgate. Terceira fila, à esquerda do palco; não sou o maior fã da banda, mas até gosto de algumas músicas – que ficam muito bem longe da Liturgia. Acho válido que os meninos que gostem disso possam escutá-lo, contanto que as coisas não se misturem (p. ex., eu gosto de frevo, mas tenho horror à sua presença na Liturgia – quando a Campanha da Fraternidade teve aquela música em ritmo de marchinha de carnaval “Levanta-te, chega pra cá e vem para o meio…” eu manifestei aberta discordância e claro descontentamento). Boas músicas (não sei o nome de todas, mas foram cantadas “foi por você”, “peregrino do amor”, “tua família volta pra ela”, “estou aqui”, “o céu inteiro está rezando por ti”, “como uma rosa esmagada no chão” e outras tantas) no repertório, muitos simpáticos os músicos (entra e sai, falam conosco, troca cenário, passa pó de arroz, repete a música – gravação de DVD tem dessas coisas); por esses aspectos, foi uma boa noite.

– Não posso, no entanto, em consciência, deixar de falar sobre uma coisa terrível que presenciei neste show. Após uma excelente manifestação de um dos integrantes da banda sobre a radical oposição entre as exigências da mídia e as convicções do grupo – e da afirmação peremptória de que eles poderiam até não conseguir nunca gravar nada, mas não iam abrir mão de utilizar a banda como “ministério” para passar valores católicos -, eis que, no meio do show, da gravação do DVD, no palco, alguém tem a brilhante idéia de colocar um altar (!) e trazer o Santíssimo para uma adoração (!!). Francamente! Não saberia apontar agora os documentos da Igreja que restringem os lugares nos quais é lícito fazer adoração eucarística, mas é óbvio que [no mínimo] não convém levar o Santíssimo Sacramento para um palco de um show! Isto termina por “queimar o filme” das pessoas que eu tentava há pouco defender, porque revela uma radical incapacidade de separar o culto público da Igreja das músicas populares que elas gostam de ouvir e de tocar. Foi triste, muito triste.

– A viagem, por fim, deixa saudades. Não encontrei todas as pessoas que gostaria, mas encontrei algumas; é um verdadeiro oásis, no meio do mundo em que vivemos, ver um evento católico no qual existem dezenas de sacerdotes presentes, disponíveis o dia inteiro para ouvir confissões e dar direção espiritual, com uma capela onde há sempre muitas pessoas de joelhos diante de Cristo Eucarístico, com um cardeal celebrando a Missa de encerramento e um coral entoando o Sanctus, e tantas coisas mais que eu sem dúvidas estou esquecendo. Próximo EJF, esperamos que seja em Recife (ou, ao menos, no nordeste); já visitei muito os meus amigos de longe, e agora é minha vez de ser visitado.