Na Dinamarca, onde o aborto é legalizado, a taxa de mortalidade entre as mulheres que abortam é três vezes maior do que entre as que não abortam

O aborto é intrinsecamente errado porque é o assassinato direto de um ser humano inocente, é um mal em si; e o que é mal em si não pode ser utilizado nem mesmo para se obter um fim bom. Assim, p.ex., supondo-se que certos efeitos bons pudessem decorrer [da legalização] do aborto (p.ex., uma melhoria da saúde das mulheres de um país), ainda assim o aborto não poderia ser aceito. A discussão aqui não é meramente utilitarista, e sim de princípios: se for sempre errado matar um ser humano, então os seres humanos não podem ser mortos em nenhuma situação. Trazer a discussão para uma casuística forçada (“ah, vejam as pobres mulheres que morrem fazendo abortos clandestinos!”) é falsificá-la e se furtar a encará-la no campo dos princípios, que é o seu lugar natural e, portanto, é o foro onde ela deve ser tratada.

Mesmo assim, é interessante ver que até a nível utilitarista o aborto é uma péssima idéia. Recentemente divulgou-se (aqui no original de LifeSiteNews.com; aqui em uma adaptação para o português) um estudo realizado na Dinamarca com mulheres em idade fértil ao longo de 25 anos. Uma das suas conclusões é que um único aborto realizado aumenta o risco de morte materna em 45% em comparação com as mulheres que nunca fizeram um aborto. E este efeito é cumulativo (o que se chama, segundo LSN, de “dose effect”): para mulheres que fizeram dois abortos, este percentual aumenta para 114%; com três ou mais, chegamos a um risco de morte 192% maior em comparação com quem nunca realizou um aborto. Ou seja, praticamente três vezes maior.

Atenção! Não estamos falando simplesmente de mortes decorrentes diretamente do aborto em si (digamos, complicações pós-abortivas), é lógico, porque a taxa de mortalidade por complicações de aborto de quem nunca realizou aborto algum é zero. Está-se falando de mortalidade em geral. O Abstract do artigo explica a sua metodologia: foram utilizados «dados das mulheres nascidas entre 1962 e 1993 (n = 1.001.266) (…) para identificar relações entre padrões de término de gravidez e taxas de mortalidade ao longo de 25 anos». Analisando-se um universo de mais de um milhão de mulheres, descobriu-se que as mulheres que realizaram abortos apresentavam uma taxa de mortalidade até três vezes maior do que aquelas cujas gravidezes sempre terminaram em nascimentos! E ainda nos querem convencer que os promotores do aborto estão preocupados com a saúde das mulheres…

Aqui não se trata, repitamos, de mortes decorrentes de abortos clandestinos realizados “em condições inseguras”: nós estamos falando da Dinamarca, onde o aborto é legalizado há quase quarenta anos (legislação obtida via Wikipedia)! Ou seja, legalizar o aborto só fez com que as taxas de mortalidade entre as mulheres que abortam fossem três vezes maiores do que entre as que não abortam. À luz destes dados, cabe perguntar quais são os reais interesses por detrás dos que promovem o aborto. Será que estão realmente falando da saúde das mulheres?

Com base nestes números, podemos com segurança dizer que a verdadeira “questão de saúde pública” responsável por altos índices de mortalidade materna é o aborto em si, e não a sua proibição. Muito pelo contrário até: se desejamos melhorar a saúde das nossas mulheres, é fundamental garantir que elas não realizem jamais nenhum aborto, para que assim possam viver mais e melhor.

Graças a boicote promovido por instituição pró-vida, quase 300 empresas param de financiar Multinacional da Morte

Uma amiga me mostrou esta notícia (de 22 de março p.p.) de LifeSiteNews.com informando que 282 empresas pararam de financiar a Planned Parenthood desde a divulgação de uma lista de boicote. De acordo com um relatório divulgado, “[c]omo resultado direto do compromisso, ações e orações das pessoas que são a favor da família [pro-family people], pelo menos 282 corporações pararam de financiar a Planned Parenthood”.

A notícia é excelente. Para quem não sabe, a IPPF é a maior promotora do aborto do mundo atual. E a cultura da morte, naturalmente, não se sustenta por trabalho voluntário: é preciso derramar toneladas de dinheiro para manter os mercenários inimigos da vida atuantes no mundo. Este dinheiro tem que vir de algum lugar. Sabemos que uma parte considerável dele vem de fundações gigantescas dirigidas por pessoas ou grupos excêntricos que parecem considerar um imperioso dever de consciência dissipar uma parte de sua fortuna para garantir que bebês sejam assassinados no ventre de suas mães; uma outra parte deste financiamento, contudo, vem de empresas normais que – este é o ponto – são sensíveis ao mercado e às reivindicações dos consumidores dos quais dependem.

O Corporate Funding Project é um programa que, segundo consta no seu site, tem o objetivo de educar as empresas e corporações a respeito da agenda da IPPF, em um esforço de convencê-las a negar apoio a este grupo perigoso. The Boycott List infelizmente é protegida por direitos autorais e não está disponível na íntegra na internet (e aliás nem pode ser disponibilizada), mas a notícia original de LifeSiteNews.com nos dá alguns dos nomes que fazem parte dela. Alguns são de empresas americanas com pouca projeção no exterior e que, portanto, passam longe do dia-a-dia do brasileiro. Outros, contudo, são encontrados também aqui ao sul do Equador: “Danone”, “Chivas Regal”, “Adobe”, “Bayer” e “Nike”, p.ex., são marcas ficha-suja que fazem parte da nossa vida econômica.

Penso que seria útil uma forma de transparência a respeito das políticas adotadas pelos fabricantes dos produtos que consumimos. Esta iniciativa da LDI (responsável pelo Corporate Funding Project) é sem dúvidas importante, mas deve ser multiplicada e divulgada. Nós precisamos saber que é possível fazer secar algumas das fontes que sustentam a cultura da morte no mundo, e que neste assunto tão grave qualquer vitória, por pequena que seja, é uma importante vitória. É preciso conquistar com diligência cada centímetro de terreno ocupado pelo inimigo. Cada pequeno tijolo da parede deve ser pacientemente colocado.

Burke & Planned Parenthood

Cardeal rezando em frente à maior empresa de abortos e contracepção do mundo. Agradeço ao pe. Demétrio por ter compartilhado o vídeo, que eu recomendo com alegria; mesmo para quem não entende inglês (infelizmente, está sem legendas), as imagens (principalmente a partir dos 2m34s) falam por si sós.

Trata-se do cardeal americano Raymond Burke rezando diante da Planned Parenthood! O gesto tem uma força simbólica imensa, e remete quase inevitavelmente à clássica figura bíblia de Davi diante de Golias. A desproporção da luta revela-se a cada cena: o cardeal de batina e faixa diante do prédio moderno; a pequenez do representante da Igreja diante da imponência do edifício assassino! Mas Davi confiou no Senhor e venceu o gigante Golias. Também nós colocamos a nossa esperança nas mãos do Altíssimo: “Para os montes levanto os olhos: de onde me virá socorro? O meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra” (Sl 120, 1-2). Porque, sem Ele, nada podemos fazer.

Importa, portanto, rezarmos. Rezarmos a Deus para que tenha misericórdia de nós. Rezarmos a Deus para que Ele venha em nosso auxílio e nos leve para além dos limites das nossas fraquezas. Rezarmos a Deus para que Ele vence as batalhas que nós, por nossas próprias forças, somos incapazes de vencer. Rezarmos ao Senhor dos Exércitos por todos nós.

Porque, contra todos os prognósticos, Davi venceu Golias. Por qual o motivo então o embate entre o Cardeal Burke e a Planned Parenthood deveria ter um desfecho diferente? Acaso a luta é menos justa…? O Deus que olhou benevolente para Davi, acaso não nos olhará também a nós com benevolência?

E o gigante já começa a cair. Hoje faz uma semana que foi aprovada a No Taxpayer Funding for Abortion. Esta lei “impede o financiamento direto ou indireto por parte do governo federal [americano] para qualquer tipo de aborto”. E, ontem, saiu no LifeSiteNews.com que Indiana foi o primeiro estado americano a cortar o financiamento público à Planned Parenthood. O primeiro de muitos, assim esperamos. Não nos deixemos desanimar! Que seja em nosso favor a Virgem Soberana. Que Ela nos livre do inimigo com o Seu valor. Que São Miguel Arcanjo nos defenda no combate.

No Taxpayer Funding for Abortion

Site pró-vida é processado por padre católico (!)

O site pró-vida americano LifeSiteNews.com está sendo processado em US$ 500.000 – isto mesmo, meio milhão de dólares – por difamação. E o querelante é, pasmem, um sacerdote católico! Leiam a matéria na íntegra em inglês no link acima.

O pe. Raymond Gravel é aquele que, segundo a matéria citada, afirmou em uma entrevista de rádio de 2004: “Eu sou pró-escolha e não há bispo no mundo que me impedirá de receber a Comunhão, nem mesmo o Papa”. Agora ele processa LSN por difamação afirmando, entre outras coisas, que não é pró-aborto. O cinismo desta gente, no entanto, não deveria surpreender ninguém; afinal, por qual motivo quem defende o assassinato de crianças deveria ser imune a outros vícios morais menos graves, como a cara-de-pau?

Acho que o reverendíssimo sacerdote deve receber direção espiritual da sra. Dilma Rousseff. É incrível como a exata mesma tática sórdida utilizada nas eleições brasileiras de outubro passado, por meio da qual a simples veiculação de declarações públicas é transformada em campanha de calúnias e boatos, está sendo aplicada contra este que é provavelmente o maior apostolado virtual pró-vida dos Estados Unidos.

Editorial: Pope’s New Encyclical Speaks Against, not for One-World Government and New World Order – LifeSiteNews.com

Editorial: A nova encíclica do Papa fala contra, e não a favor de um Governo Mundial e uma Nova Ordem Mundial

Editorial by John-Henry Westen

8 de julho de 2009 (LifeSiteNews.com) – Jornais, blogs, programas de rádio e de televisão estão repletos de discussões sobre o suposto convite do Papa Bento XVI para uma “Nova Ordem Mundial” ou um “Governo Mundial” [one-world government]. Estas idéias, no entanto, não estão baseadas nem na realidade nem numa leitura clara da última encíclica do Papa, Caritas in Veritate, cuja publicação ontem [07 de julho] acendeu a discussão inflamada.

O Papa, na verdade, fala diretamente contra um Governo Mundial e, como deveria ser esperado por aqueles que leram os seus escritos anteriores, convida a uma massiva reforma das Nações Unidas. A confusão parece ter surgido do parágrafo 67 da encíclica, que teve algumas citações [pull-quotes] escolhidas para apimentar [have spiced] as páginas dos jornais mundo afora, do New York Times àqueles bloggers de teorias da conspiração que vêem o Papa como o Anticristo.

A citação chave que leva a esta acusação diz: “Para gerenciar a economia global; para reviver as economias atingidas pela crise; para evitar qualquer deterioração na presente crise e maiores desigualdades que dela podem resultar; para proporcionar um integral e conveniente [timely] desarmamento, segurança alimentar e paz; para garantir a proteção do meio-ambiente e regular a migração; para tudo isso, há uma urgente necessidade de uma verdadeira autoridade política mundial, como o meu predecessor, o Bem-Aventurado João XXIII, indicou alguns anos atrás”.

Entretanto, no parágrafo 41, o Santo Padre diferencia especificamente o seu conceito de uma autoridade política mundial [a world political authority] daquele de um Governo Mundial [a one-world government]. “Nós devemos”, ele diz, “promover uma autoridade política dispersa”. Ele explica que “a economia integrada do presente não faz com que o papel dos Estados seja redundante; mas, ao invés disso, faz com que os governos precisem de uma maior colaboração mútua. Ambas, sabedoria e prudência, sugerem que não sejamos tão precipitados em declarar o fim do Estado. Em termos de solução da presente crise, o papel do Estado parece destinado a crescer, conforme ele recupere muitas de suas competências. Em algumas nações, no entanto, a construção ou reconstrução do Estado permanece um fator chave de seu desenvolvimento”.

Mais adiante na encíclica (57), ele fala no conceito oposto de um Governo Mundial – subsidiariedade (o princípio da Doutrina Social da Igreja que estabelece que as questões devem ser resolvidas pela menor, mas baixa e menos centralizada autoridade competente) – como sendo essencial. “A fim de não produzir um perigoso poder universal de natureza tirânica, o governo da globalização deve ser marcado pela subsidiariedade”, diz o Papa.

Outra das citações chaves que foram extraídas da encíclica por causa do seu potencial chocante é esta: “em face ao inesgotável crescimento da interdependência global, há um forte sentimento da necessidade, mesmo no meio de uma recessão global, de uma reforma da Organização das Nações Unidas, e igualmente das instituições econômicas e financeiras internacionais, de modo que o o conceito de Família das Nações possa se tornar realidade [can acquire real teeth]”.

Desde muito antes do seu papado, Joseph Ratzinger lutou vigorosamente contra a visão das Nações Unidas de uma “Nova Ordem Mundial”. Já em 1997, e repetidas vezes depois disso, Ratzinger fez de tal visão seu objetivo público [took public aim at such a vision], notando que a filosofia vinda das conferências da ONU e o Millenium Summit “propunha estratégias para reduzir o número de convidados à mesa da humanidade, a fim de que a presumida felicidade que [nós] atingimos não seja afetada”.

“Na base desta Nova Ordem Mundial”, ele falou que está a ideologia do “fortalecimento das mulheres”, que equivocadamente vê “os principais obstáculos para a plenitude [das mulheres] [como sendo] a família e a maternidade”. O então cardeal avisou que “neste estado do desenvolvimento da nova imagem do novo mundo, os cristãos – não somente eles; mas, em qualquer caso, eles mais do que os outros – têm o dever de protestar”.

Bento XVI de fato repetiu estas críticas em sua nova encíclica. Na Caritas in Veritate, o Papa condena as “práticas de controle demográfico, da parte de governos que freqüentemente promovem a contracepção e chegam até mesmo a ponto de impôr o aborto”. Ele também denuncia os corpos econômicos mundias como o FMI e o Banco Mundial (sem os nomear especificamente) por suas práticas de empréstimo que visam ao assim chamado “planejamento familiar”. “Há razões para suspeitar que a ajuda ao desenvolvimento está às vezes ligada a específicas políticas de saúde pública que de fato envolvem a imposição de fortes medidas de controle de natalidade”, diz a encíclica.

Qualquer visão de uma adequada ordenação do mundo, de economia ou cooperação política internacional, sugere o Papa, deve estar baseada em uma “ordem moral”. Isto inclui primeiro e principalmente “o direito fundamental à vida” da concepção à sua morte natural, o reconhecimento da família baseada no casamento entre um homem e uma mulher como base da sociedade e liberdade religiosa e a cooperação entre todas as pessoas com base nos princípios da Lei Natural.

Veja os artigos relacionados de LifeSiteNews [em inglês]:

Best Pro-Life Quotes from Pope Benedict XVI’s New Encyclical

LifeSiteNews.com NewsBytes – Various Reports on Papal Social Encyclical Caritas in Veritate

Memorandum enviado a Roma

Consegui uma cópia do documento enviado a Roma pela Arquidiocese de Olinda e Recife, sobre as atitudes de Sua Excelência Reverendíssima Dom José Cardoso Sobrinho no caso do aborto dos gêmeos da menina de nove anos de Alagoinha:

Clique aqui para baixar o relatório em português

Pensávamos que a imprensa haveria de relatar fielmente o esforço pastoral empreendido pelo Pároco e pelo Conselho Tutelar de Alagoinha e o enorme trabalho desenvolvido por Dom José Cardoso Sobrinho para impedirem o aborto.

Infelizmente tal não ocorreu, em grande escala, por parte da mídia. E o Sr. Arcebispo, por ausência ou deturpação de informações, passou a ser falsamente considerado, até em certos meios católicos, culpado por uma atitude antipastoral e desumana para com a menina e sua mãe.

Diante dos fatos acima expostos, seria necessário que os críticos do Sr. Arcebispo refletissem e reconhecessem seus apressados e infundados juízos, reparando o mal perpetrado, fazendo, assim, justiça a Dom José Cardoso Sobrinho.

Em inglês, a repercussão em LifeSiteNews.com:

L’Osservatore Romano Won’t Let me Defend Myself Says Brazil Archbishop

EXCLUSIVE: Battle of the Archbishops Heats up as Legal Document Sent to Vatican Officials by Brazilian Archdiocese

Distinguished Philosophy Prof Accuses Head of Pontifical Academy for Life of “Total Relativism”

Notas Ligeiras

Só indicando e/ou comentando em linhas ligeiras:

Is There Really an Influenza Epidemic? Em português [adaptado pelo Julio Severo], Há realmente uma epidemia de gripe? Parece que as dúvidas sobre se o surto de gripe suína é uma farsa alcançou proporções globais. Eu mantenho os meus comentários, só enfatizando: se o vírus não é tão letal quanto parece, graças a Deus, e voltemos à normalidade. A começar pelas missas no México, que não sei se já foram liberadas.

– O Gustavo fez um apanhado mais geral sobre a 47ª Assembléia Geral da CNBB, abordando também – além do homossexualismo – as questões sobre famílias em segunda união e celibato. Diz ele: É missão da Igreja, porém, apontar o erro, com caridade, mas com verdade. “A verdade dói”. Paciência. Se Cristo quisesse se furtar à dor, não teria morrido da forma que morreu. Muito bem dito! Subscrevo.

Campanha de outdoor homenageia mãe lésbica em Pernambuco, diz o Jamildo. “Tenho duas mães e muito amor por elas” – ridículo, oportunismo barato, propaganda imoral que deveria ser proibida. O vício não merece “homenagem”, e sim censura. Tenha Deus misericórdia das nossas crianças, expostas desde a mais tenra idade a esta depravação institucionalizada, ao vício transvestido de virtude.

– Não tenho tempo de traduzir esta pesquisa feita nos Estados Unidos, mas ela é bem interessante. Mostra que o apoio ao aborto vem decaindo na sociedade americana de agosto para cá. Mesmo assim, o presidente mais abortista da história dos EUA foi eleito; incompreensível. Tomara que, quando os americanos acordarem, não seja já tarde demais.

– Na Espanha há uma ampla rejeição à proposta de reprovar o Papa por causa de suas palavras na África; Deo Gratias! Queira Deus que, ao contrário do parlamento belga, os espanhóis não cedam ao politicamente correto. O cardeal Cañizares disse que “se trata de «uma decisão que não representa a Espanha nem a imensa maioria dos eleitores de todos os partidos, que deveriam representar verdadeiramente os cidadãos» e que «constitui uma ofensa à própria Espanha, sempre próxima do Papa e querida por ele, e entranha um grave dano às instituições»”. Para expressar também o seu repúdio a esta iniciativa descabida, clique aqui (via HazteOir).

Cerimônia de premiação de Dom José

Infelizmente, eu não estava aqui quando houve a cerimônia de entrega do prêmio Cardeal Von Galen a Dom José Cardoso Sobrinho. Foi na última quinta-feira; eu estava em Aracaju, numa cerimônia de ordenação presbiteral. Entretanto, muitos amigos estavam presentes na cerimônia, que foi muito bonita e teve – graças a Deus – uma boa repercussão. De Aracaju, eu rezava por Sua Excelência que, em Recife, era homenageado; quando voltei a Recife, fiquei sabendo de mais detalhes sobre a noite.

Teve uma boa repercussão; o site da Arquidiocese publicou uma nota sobre a homenagem. O site da Comunidade Shalom também publicou. Vários jornais também o fizeram [cf. o pequeno “recorte de notícias” publicado pelo Wagner Moura]. LifeSiteNews.com,  como não poderia deixar de ser, também noticiou o fato, fazendo com que ele tivesse alcance internacional.

E temos também o material por nós mesmos produzido. Um amigo, o Claudemir Júnior, tirou algumas fotos e publicou no seu álbum pessoal do Picasa; vale muito a pena ver. Vale também a pena ler a narrativa de um outro amigo, o Anderson Pontes, que estava presente e pôs no blog da Paróquia das Graças as suas impressões sobre a noite.

Demos graças a Deus porque temos um Arcebispo sério, fiel à Igreja de Cristo e zeloso para com as leis de Deus. A atitude heróica de Dom José foi premiada; sua fidelidade foi reconhecida. Unimo-nos também nós àqueles que, na última quinta-feira, prestaram homenagem a um Sucessor dos Apóstolos digno da plenitude do Sacramento da Ordem que possui. Parabéns, Dom José Cardoso!

A “retratação” de Fisichella

Existem dois comentários imediatos que podem ser feitos após a leitura desta notícia segundo a qual El Vaticano exige a ‘fieles y obispos’ que se pronuncien contra el aborto. Esta óbvia exigência veio… de mons. Rino Fisichella, presidente da Pontifícia Academia para a vida, que entrou para a história atual por ter prestado um enorme desserviço à causa pró-vida [“did incalculable harm to the pro-life cause”, como disse o pe. Lodi a LifeSiteNews] após escrever um infelicíssimo artigo sobre a “Bambina Brasiliana” no Osservatore Romano há quinze dias.

O primeiro comentário é “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. Não quero ser injusto com Sua Excelência [cujo trabalho, aliás, eu desconheço completamente] e, por isso, não vou me demorar neste ponto de vista; mas me incomoda profundamente que, na edição deste domingo do Osservatore, ainda não haja a mais remota sombra de retratação sobre o malfadado artigo do domingo 15 de março. Leiam esta tradução de um artigo do pe. Thomas Euteneuer, presidente da Human Life International; é impossível não concordar com as palavras do reverendíssimo sacerdote. O escândalo foi público, pública tem que ser a retratação, como exige a justiça. É profundamente doloroso que, passadas já duas semanas, não tenhamos recebido, de maneira clara e inequívoca, uma resposta oficial às barbaridades proferidas pelo presidente da Pontifícia Academia para a Vida.

O segundo comentário que pode ser feito vai exatamente na contramão do primeiro, e é “eis aí uma retratação de monsenhor Fisichella pelo seu péssimo artigo escrito no Osservatore”. Não é a “visão Poliana” do problema: é uma forma sem dúvidas válida de encarar as coisas. Afinal, não é nada improvável que Sua Excelência tenha levado um “puxão” de orelhas e, então, tenha sido obrigado a vir a público dizer o contrário do que disse há quinze dias. Não é improvável que esta – chamemo-la assim – “saída honrosa” lhe tenha sido proposta como alternativa a uma retratação explícita. Até porque a diferença entre o tom destas palavras atuais do monsenhor e o do artigo passado é gritante. Diz agora dom Fisichella:

O prelado romano assegura que a doutrina da Igreja sobre o aborto “não se pode modificar”. E tampouco sobre a excomunhão, dado que “quem procura um aborto direto, neste mesmo instante fica excomungado latae sententiae”.

Sustentar esta doutrina não significa para Fisichella pecar por falta de misericórdia [de inmisericorde]. Ao contrário, “a misericórdia é a lei da Igreja”.

Como não ver a gritante diferença entre este Fisichella e aquele que, há quinze dias, dizia que a declaração da excomunhão latae sententiae dos médicos abortistas de  Recife por Dom José Sobrinho fazia com que o ensino da Igreja aparecesse “aos olhos de tantos como insensível, incompreensível e privado de misericórdia”? Como deixar de notar até mesmo a simetria das idéias entre um pronunciamento e outro, que nos leva a crer, sim, que se trata de uma retratação – diplomática… – do presidente da Pontifícia Academia para a Vida?

Falou bem Dom Rino Fisichella desta vez, sem dúvidas. Eu, no entanto, não estou lá muito satisfeito. Não há comparação entre o dano provocado pelo primeiro artigo e o bem causado por esta nova declaração: a desproporção é gritante. Permaneço com a firme convicção de que uma retratação expressa é necessária para que se possam amenizar os efeitos devastadores do infeliz artigo original do monsenhor. Não posso, no entanto, evitar o desconfortável temor de que se prefira a “diplomacia” e se julgue “suficiente” compensar o erro passado com pronunciamentos acertados em outros lugares e outros contextos… rezemos pela Santa Igreja.

Sobre o mesmo assunto, já comentaram o Gustavo e a Teresa.

“Menina de 9 anos poderia ter levado a gravidez a termo em segurança”

[Publico tradução de uma entrevista dada a LifeSiteNews.com pelo dr. Paul Byrne, neonatologista dos Estados Unidos. Apenas comento dois pequenos detalhes: (1) o aborto foi condenado pela Igreja porque o assassinato de um inocente é sempre condenável, e não simplesmente – como o dr. Byrne dá a entender – por causa das mentiras sobre o estado de saúde da garota (isso agrava a situação, sem dúvidas, mas não é o que torna o procedimento imoral); e (2) contra os que argumentarem que, sobre a análise dos riscos, merecem maior credibilidade os médicos que analisaram a menina pessoalmente, isso só é verdade para o caso deles argumentarem o porquê de, naquele caso específico, o aborto ter sido “a única forma de salvar a vida da gestante” – já que, segundo o neonatologista entrevistado, é “certamente possível (…) que uma garota leve ao fim uma gravidez gemelar” e, portanto, o simples fato da menina ter estado grávida de gêmeos – ao contrário do que foi enfaticamente alardeado por toda a mídia – não basta por si só para caracterizar a impossibilidade de se prosseguir com a gestação.

A tradução é do meu amigo Wagner Marchiori, a quem agradeço.

Original: LifeSiteNews.com]

Neonatologista afirma que garota brasileira de 9 anos poderia ter levado a gravidez a termo em segurança

17 de março de 2009 (LifeSiteNews.com) – O terrível caso da garota brasileira de nove anos de idade, que foi repetidamente estuprada por seu padastro e que, por conseqüência, engravidou de gêmeos, ganhou as manchetes de todo o mundo nos últimos dias. O caso criou uma ampla controvérsia depois que a garota foi submetida ao aborto, num ato que foi condenado pela Igreja Católica no país devido ao fato de que os médicos inicialmente se recusaram a realizar o aborto, por considerarem que a vida da menina não estava em perigo.

Os médicos que depois realizaram o aborto, contudo, afirmaram que a menina sem dúvidas corria risco de vida, afirmação esta que foi repetidamente divulgada pela grande mídia.

Mas, em uma recente entrevista para o LifeSiteNews.com, o Dr. Paul Byrne, neonatologista e professor de clínica pediátrica da Universidade de Toledo, Ohio (EUA), rechaçou fortemente a hipótese de que a menina brasileira tivesse a vida ameaçada pela gravidez simplesmente por causa de sua tenra idade.

Byrne disse à LSN que é certamente possível, em termos médicos, que uma garota leve ao fim uma gravidez gemelar. Ele reconheceu que as circunstâncias não são usuais , mas afirmou que o problema de dar à luz com a estrutura pélvica não plenamente desenvolvida pode ser resolvido com segurança pela operação cesariana.

Dr. Byrne citou o caso da garota peruana, Lina Medina, do vilarejo andino de Ticrapo, que entrou para a história médica ao dar à luz um garoto, via procedimento cesariano, em maio de 1939, com apenas 5 anos, 7 meses e 21 dias.

Mas ele enfatizou que, independente da situação, “o aborto não é a solução”. A garota, ele continua, “foi sexualmente abusada” e precisa de tratamento. “Alguém deveria ter tentado ajudar essa criança”.

“A mãe e ambos os bebês deveriam ter suas vidas protegidas, preservadas e defendidas. Não há nenhuma razão para matar esses bebês”, ele afirmou.

Dr. Byrne frisou, também, que a garota agora está sujeita aos riscos de longo prazo associados ao aborto, incluindo futuros partos prematuros e abortos espontâneos devido ao “cervix incompetente”, um cervix que é muito fraco para permanecer fechado durante uma gravidez.

Muitas pesquisas mostram outras sérias complicações de saúde a longo prazo associados à prática do aborto, incluindo um maior risco de cânceres de mama, cervical, ovário e fígado. Outros riscos relacionados ao aborto incluem sérios problemas de sáude mental, como as desordens provocadas por stress pós-traumáticos, abuso de drogas, desordens alimentares, obsessão suicida e tentativas de suicídio.

Dr. Byrne não concorda com a ênfase da imprensa e entre Bispos católicos na excomunhão que foi formalmente anunciada contra a mãe da garota e os médicos que realizaram o aborto pelo arcebispo de Recife. “O foco está na excomunhão quando deveria estar na vida dessas três pessoas criadas à imagem e semelhança de Deus”, afirmou Byrne.