[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=E9c25fk-x2E]
O vídeo acima mostra uma entrevista do monge Marcelo Barros no programa do Jô; não sei a data. O escândalo maior não é o monge “disfarçado” de leigo, nem as loas que são feitas a Dom Hélder, nem a confissão de Dom Barros – “o Dom Hélder já entrou num processo de Igreja que ele queria transformar, e ele trabalhou nisso com todo o amor, a profecia é isso, você fica dentro, você não sai, apesar de ser incômodo” -, nem as besteiras sobre as almas dos animais, nem nada disso. O que realmente me chocou foi a blasfêmia da “história da prostituta que procurou Dom Hélder”.
É importante deixar logo bem claro, logo desde o início, que Marcelo Barros não é fonte fidedigna para nada; é um princípio filosófico elementar que, quem pode o mais, pode o menos, e um monge que é capaz de esculachar com a Igreja obviamente é também capaz de esculachar com a memória de um bispo. Assim sendo, atenho-me muito mais à história contada do que às personagens (supostamente) nela envolvidas.
Qual a história? Em linhas gerais, uma prostituta – uma senhora – havia feito uma promessa pra Jesus (!) segundo a qual, toda Sexta-Feira Santa (!!), “em homenagem a Jesus” (!!!), ela ia até um presídio e oferecia os seus serviços gratuitamente ao “preso mais abandonado” que encontrasse (!!!!). Procurando aconselhamento com o Arcebispo, este ter-lhe-ia dito: “vá em paz, Jesus está muito contente com você” (!!!!!).
Não consigo imaginar qual o interesse que alguém pode ter em propagar uma história blasfema dessas. Se ela for verdadeira, errou e errou muito feio o Sucessor dos Apóstolos que, ao invés de dar bons conselhos à senhora que (provavelmente por uma moção da Graça de Deus) o procurou, mentiu e, blasfemando desgraçadamente, chamou o mal de bem, as trevas de luz, o amargo de doce (cf. Is 5, 20), dando apoio ao sacrilégio e aconselhando a prostituta a permanecer na sua má vida.
Se tal coisa realmente aconteceu, merece orações em desagravo, e não elogios na televisão. Se tal história é verídica, merece que choremos pelos nossos pecados e peçamos a Deus misericórdia; e não que a aplaudamos. É triste ouvir o Jô dizer que esta é uma história “das mais cristãs” que ele já ouviu; o amargo continua sendo chamado de doce, e a blasfema inversão de valores contida na história se propaga a cada vez que ela é contada como se fosse um santo exemplo a ser admirado. Que Deus tenha misericórdia de nós todos.