Algumas coisas ainda me surpreendem, mesmo sendo óbvias. Dentre as centenas de emails que recebo diariamente, vez por outra me chega algum do Mercado Livre, com as ofertas e promoções do período. Hoje à tarde recebi um cujo título era “Jorge, o Natal está em perigo! Saiba o porquê!”. Talvez por alguma natural concordância com a afirmação – porque, é fato, o Natal está em perigo! -, inconscientemente esperava alguma coisa boa da mensagem. Abri-a.
Descobri assim que a mensagem faz parte de uma campanha publicitária, chamada Salve o Natal! – O espírito natalino está em perigo, cujo texto é o seguinte:
Cansadas de percorrer o mundo para entregar os presentes de Natal, as renas abandonaram o Papai Noel em busca de uma nova vida, longe do Pólo-Norte. Mas todos sabemos que não existe Natal sem renas…
Peraí! “[N]ão existe Natal sem renas”? “[T]odos sabemos disso”? “Ajude-nos (…) para que as renas continuem fazendo parte do espírito de Natal”? Francamente! Será que alguém ainda sabe o que é comemorado no dia 25 de dezembro? O que tem a ver com renas, a ponto de elas serem conditio sine quae non para que exista Natal?! Será que a filosofia consumista não poderia, ao menos, se abster de fazer certos comentários que descaracterizam uma festa cristã? Que peça publicitária de extremo mau gosto!