[Recebi o texto abaixo de um leitor do Deus lo Vult!, que publico para meditação. É curioso; ainda um dia desses eu via no Facebook um vídeo amador de um rapaz que lançava também invectivas contra os bispos – especificamente contra a CNBB – por conta da má doutrina e da Liturgia porcamente celebrada às quais estão sujeitos os católicos brasileiros na média das paróquias que freqüentam.
O sentimento de insatisfação é crescente e a ele eu faço coro: não seria a hora das nossas autoridades eclesiásticas olharem com um pouco mais de atenção para este enorme contingente de almas que não desejam senão receber das mãos dos seus pastores os tesouros legítimos da Igreja de Cristo? No Evangelho, Nosso Senhor perguntou certa feita aos que O ouviam: «Se um filho pedir um pão, qual o pai entre vós que lhe dará uma pedra? Se ele pedir um peixe, acaso lhe dará uma serpente? Ou se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á porventura um escorpião?» (Lc XI, 11-12). Nos dias de hoje, talvez essa comparação não possuísse a eloqüência que teve há dois mil anos; nos dias de hoje, são muitos os pais que distribuem pedras e animais peçonhentos aos que lhes batem à porta suplicando por comida.
Deus levará em conta a pequenez dos Seus filhos, sem dúvidas; mas quanto mais eles não poderiam crescer e glorificar a Deus, se estivessem em um ambiente mais propício…? As portas do Inferno nunca prevalecerão sobre a Igreja, disso podemos estar certos. Mas isso vale para a Igreja Universal; nada foi dito com relação às Igrejas Particulares. Quantas hoje já não se encontram in partibus infidelium? Quantas já não cumprem de facto o papel dos inimigos de Deus, embora ostentem ainda o título de Igrejas Católicas? E quantas almas já não se perderam, perdem-se e haverão de se perder, por culpa dos «maus pastores» que não cuidam do rebanho que a Divina Providência lhes confiou? Mais catolicismo, por favor! De mundanidades o mundo já está repleto.
Somos pobres e temos fome. Pobres das coisas do Alto, e famintos da palavra de Deus. Até quando isso nos será negado?]
Ó, vós, ministros de Deus!
Valdeci Silva I. Junior
Ó, vós, que deveríeis ser pastor de almas e vos convertestes em dispersadores do rebanho.
Recebestes a altíssima e distinta vocação, não fostes chamados para aparência superior; fostes chamados à santidade e a serdes ministro da santificação de vossos filhos.
Ó, quão grave a culpa do ministro de Deus que perde as almas que lhe foram confiadas!
Quão infeliz e miserável se as perde em nome de Deus!
Se descuidar-se das almas postas sob seu cuidado já é um mal grave, mal superior é descuidar-se em Nome de Deus.
Sacerdotes do Altíssimo, recebestes em ordem grau superior às ovelhas; fazê-las perderem-se é tornar-vos, em culpa, merecedores da sorte dos demônios.
Ó ministro de Deus que, tendo nascido para o corpo, fazeis com que as ovelhas do redil do Senhor, não nasçam para vida eterna: seria melhor não terdes nascido, ó miserável e infeliz!
Pois, tendo nascido, havereis de pagar por tamanha culpa, por tamanho mal, por tamanho genocídio espiritual.
Se deixar que as almas se percam já é um mal grave, incomensurável é a gravidade de fazê-las se perderem em Nome de Deus.
Se não cumprirdes o que prometestes e, por ordem, sois obrigados, pelo ministério terrível que exerceis, quão grande é a culpa de negligenciardes em Nome de Deus.
Torna-se pior que um verme, o infeliz, que cai em tamanha desgraça de perder os que lhe foram confiados a salvar.
Pois, podendo salvar a si próprio e aos outros, atrai para si a condenação eterna e conduz as almas para o abismo infernal.
Infeliz é o ministro de Deus que, mutilando a Doutrina dos Apóstolos, deturpando-a, cega os olhos dos filhos de Deus. Desgraçado e culpado mais gravemente será, se estes fiéis se perderem, desviando-se do caminho de Deus.
Ó desgraçado e infeliz se trilhais este caminho! Fostes chamado a ser ministro de Deus e vos tornastes ministro de Satanás.
Anunciais vossa mentira e de vosso pai, rejeitais o Sangue do Cordeiro que redime as almas, e injetais nelas o veneno da serpente infernal, fazendo com que se percam.
Fostes chamados para ministrar a vida no Batismo, fazê-la firme na Eucaristia e restituí-la na Confissão; no entanto, tendes matado a Vida da Graça, roubado o auxílio divino e destruído as vias de salvação.
Quão miserável sois vós, ministro de Deus, que estais a colaborar com o inimigo de Deus e do gênero humano, que sendo condenado ao inferno, quer condenar, primeiro, a vós e, depois, aos que vos foram confiados.
Ouvi isto, sacerdotes do Altíssimo: tendes ainda a benevolência de Deus, podeis retornar ao vosso chamado inicial, podeis salvar vossa própria alma e as que estão sob vosso cuidado.
Aquela que é Auxilium Christianorum é também vossa última tábua de salvação, Seu Coração Imaculado é vossa chance de conversão, sua bondade segura a mão de Deus que há de pesar sobre vós.
Ó miserável e infeliz, gritai a Deus, mas gritai com auxílio da Sempre Virgem Maria, e não tenhais tempo para o vosso orgulho: corre risco a vossa alma e a do vosso rebanho.
Ó epíscopo, ó sacerdote, vós que sois ministros de Deus, lembrai-vos que se recusais a salvação, se descuidais das almas, Deus enviará ministros fieis para salvá-las e sobre vós pesará Sua mão misericordiosa e justa.
Tendes o ministério sublime para colaborar na economia da salvação. Traindo tal vocação, traindo-a em nome dos deuses da modernidade, recebereis o que vós mereceis: a condenação eterna, e Deus haverá de salvar as almas fiéis.
Felizes são os ministros de Deus que, pela graça, salvam suas almas e as dos que lhes foram confiados, pois estes receberão o prêmio de Deus e a eterna gratidão dos que consigo se salvaram.
Lembrai, vós todos, que Deus não abandona Sua Igreja e que, apesar de vossa infidelidade, Ele suscitará nela sacerdotes santos: et portæ inferi non prævalebunt adversum eam.