Ainda a Marcha das Vadias e a histeria dos revolucionários: a repercussão

Com relação ao que falei aqui a respeito do lúcido artigo do Carlos Ramalhete contra a “Marcha das Vadias” publicado ontem na Gazeta do Povo de Curitiba – e da intolerante reação revolucionária que se lhe seguiu –, são dignas de menção outras iniciativas parecidas com a minha que surgiram na blogosfera conservadora de ontem para hoje.

1. Marcha das Vadias: militando pela imodéstia e pela morte, por Everth Queiroz. «Este tumulto generalizado em reação ao brilhante artigo do prof. Carlos Ramalhete não tem razão de ser. Porque, como qualquer outro evento, este também é passível de crítica; afinal, vivemos em uma sociedade em que convivemos diariamente com o plural, com opiniões diferentes, com modos diversos de enxergar a realidade. Acontece que o pessoal desses novos movimentos sociais – e aqui a nossa crítica se estende aos grupos LGBT – não tolera ser contrariado, não suporta ver seus interesses ou anseios contestados».

2. Ah, que é isso? Elas estão descontroladas! Feministas surtam e declaram guerra à Gazeta do Povo por artigo crítico à “Marcha das Vadias”, por Renan Cunha. «O que eu, realmente, não consigo entender é como uma pessoa que se autointitula vadia – sinônimo de puta – tem a pretensão de se dizer ofendida por alguém dizer que ela veste carcaça de gambá. É o cúmulo da falta de senso do ridículo e da vergonha na cara. Até porque, acaso uma pessoa que se despe em público, expondo seu corpo à céu aberto, não está se igualando a uma carne no balcão do açougue?».

3. Mancha das Vadias, por Wagner Moura. «É incrível a lógica del@s. Fingindo desejo de visibilidade, el@s se “invisibilizam” para melhor poder agir. Elas querem o de sempre: aborto, fim da família e todas essas causas financiadas pelas mesmas fundações internacionais de sempre. Mas embalando tudo para presente com um monte de mulher nua gritando palavras de ordem e chamando atenção para como o fato de se dizerem vadias não as torna vadias… É mais, digamos, divertido. E o brasileiro gosta e com o tempo vai se acostumar. No futuro – sombrio – vamos ler aquelas máterias de famílias as mais sem cérebro levando suas crianças para um evento desses e dizendo que é bom, é maravilhoso, é cidadão e que suas crianças precisam crescer nesse mundo».

Permanece válido o convite que fiz ontem a todos os que não concordam com a coisificação feminina personificada com tanta crua eloqüência em manifestações de feministas como a “Marcha das Vadias” para que escrevam – e peçam que outros também escrevam – à Gazeta do Povo manifestando apoio ao artigo do Carlos Ramalhete e à linha editorial do jornal de Curitiba:

a) enviando email para leitor@gazetadopovo.com.br; e
b) por meio da página de “Fale Conosco” (http://www.gazetadopovo.com.br/faleconosco/) do jornal.

Conheça, pense, divulgue. O Brasil agradece.

Em defesa das mulheres, da sociedade, da civilização: cartas à Gazeta do Povo!

Uma das maiores evidências de que grande parte do mundo moderno perdeu completamente o senso crítico é o (paradoxal) glamour no qual parece estar envolvida a assim chamada Marcha das Vadias. Imaginar que é uma boa idéia balançar as tetas em público para exigir respeito sexual é um dos maiores atestados de insanidade que alguém pode passar; como se fizesse algum sentido expôr-se em público como um objeto de desejo sexual para exigir não ser tratada como um objeto de desejo sexual, ou como se o problema da depravação masculina pudesse ser resolvido com depravação feminina e não com modéstia e recato. Sobre o assunto eu já escrevi algumas linhas aqui em maio último, às quais remeto quem se interessar.

Se é verdade que no passado mulheres foram mal-tratadas, havia ao menos a decência de lhes reconhecer a desgraça como um mal injusto digno de lágrimas e comiseração. A existência, p.ex., de um cafajeste sobre o qual pesasse a infâmia de haver desonrado moças de família ao menos evidenciava socialmente a enorme diferença existente entre a honra e a desonra, entre o cafajeste e o homem de bem.

Este feminismo moderno estúpido que quer transformar as mulheres em uma versão mil vezes piorada dos homens termina por fazer muito mais mal às mulheres do que uma legião de cafajestes, porque o seu objetivo é muito mais radical e degradante: enquanto um cafajeste busca o próprio prazer em detrimento da dignidade de uma mulher concreta, o feminismo quer arrastar todas as mulheres ao lamaçal imundo de sua aviltante concepção depravada do sexo feminino. O estrago feito por um crápula tratando uma mulher como objeto é incomparavelmente menor do que o estrago feito por um movimento que intenta transformar todas as mulheres do mundo em vadias que se orgulham daquilo que em outros tempos até mesmo os cafajestes tomariam por infâmia e vergonha. Um cafajeste provavelmente respeitaria ao menos a sua mãe e irmã: uma feminista não poupa nem essas.

Infelizmente, a loucura generalizada parece não ter fim e, no próximo final de semana, está programada para acontecer em Curitiba uma edição “fora de época” deste atentado ao pudor disfarçado de reivindicação justa em prol das mulheres que é a “Marcha das Vadias”. A coluna semanal do Carlos Ramalhete desta quinta-feira versou (brilhantemente, como de costume – leiam lá) sobre este assunto, e não me resta senão fazer coro às muito bem colocadas palavras do articulista: «[a] imbecilidade machista deve ser combatida pela afirmação da dignidade e da capacidade feminina, não pela imitação do pior do sexo masculino». Claro e cristalino para quem não tenha colocado a ideologia acima do bom senso e seja capaz de manter ainda um mínimo de respeito cavalheiresco diante da dignidade do sexo feminino.

É claro que as inimigas das mulheres não gostaram, e estão se organizando para enviar ao jornal protestos contra o texto. Todos nós conhecemos a mil-vezes admirável coragem da Gazeta do Povo em manter uma linha editorial abertamente destoante da cantilena revolucionária da imprensa tupiniquim, e creio ser bastante evidente a importância que é defender este baluarte de bom senso num meio que se encontra tão vastamente dominado pelos bárbaros modernos. Assim sendo, é importante que nós escrevamos ao jornal em apoio ao texto do Carlos Ramalhete em particular e, em geral, à tomada de posição em prol do pensamento conservador – pensamento que é, este sim, representativo dos valores dos brasileiros – que o jornal de Curitiba faz tão abertamente e cuja importância é tão grande para a defesa dos valores da sociedade brasileira. Por isso, peço

1. que o artigo contra a Marcha das Vadias seja lido, comentado e divulgado; e

2. que sejam escritas mensagens de apoio, principalmente por mulheres, às idéias contidas no texto, a fim de que o ataque orquestrado das incendiárias de soutiens não ganhe a aparência de ser representativo dos leitores do jornal (e nem muito menos da sociedade como um todo). Isto é muito importante. É possível escrever

a) enviando email para leitor@gazetadopovo.com.br; e
b) por meio da página de “Fale Conosco” (http://www.gazetadopovo.com.br/faleconosco/) do jornal.

Os que puderem escrever mensagens de apoio e pedir para que outras pessoas também escrevam estarão prestando um enorme favor à sociedade brasileira, tão covardemente atacada pelos bárbaros inimigos da civilização que não parecem ser capazes de tolerar a existência de nenhum pensamento – por menor que seja! – destoante da hegemonia ideológica que infelizmente paira sobre o Brasil.