[Encontrei este texto na net – é o texto lido pelo Thiago no final do debate de ontem, ao qual fiz menção aqui. Vale muito a leitura e é por isso que me permito reproduzi-lo na íntegra; que São Miguel Arcanjo nos proteja no combate contra todos os demônios abortistas
É do Jornal Ciciliano que eu o copio, fazendo uma citação de segunda mão do livro “Aborto, 50 perguntas 50 respostas”, cujo autor eu infelizmente não conheço.]
Moloch era um antigo deus dos fenícios. Construído de bronze, a imensa estátua continha, no bojo, uma enorme fornalha. Em honra dessa divindade implacável, as próprias mães imolavam seus filhos pequeninos.
Elas atiravam dentro do monstro de metal, os filhos primogênitos, os quais rolavam para dentro do abdômen incandescente de Moloch, sendo então devorados pelas chamas. Para não provocar arrepios nos assistentes, os iníquos sacerdotes de Moloch tomavam o cuidado de mandar soar trombetas e rufar tambores, abafando assim, no ruído de uma música infernal, o gemido dos pobres inocentes.
A Fenícia pagã desapareceu na História. E com o desaparecimento da Fenícia, acabaram-se os terríveis sacrifícios.
Acabaram mesmo?
No fim do século XX, o século dos Direitos Humanos, já não há sacerdotes fenícios, mas aborteiros inescrupulosos de avental branco. Já não há mais estátua de bronze, mas o próprio ventre materno tomou lugar do bojo de Moloch.
A qual divindade se oferecem hoje as milhões de vítimas inocentes?
Variam de acordo com um politeísmo macabro.
Quando se trata de cultuar o gozo sexual, sem as conseqüências estabelecidas pela própria natureza, esse deus se chama Eros e a religião toma o nome de erotismo. Quando se trata de evitar incômodos, numa furiosa busca das conveniências pessoais, esse deus se chama Ego, e a religião será egoísmo. Acima disso tudo, ergue-se Leviatã, ou seja, os estados hipócritas, cujos próceres tanto falam de Direitos Humanos, mas que se tornam cúmplices de uma injustiça clamorosa, isto é, o extermínio do mais indefeso dos seres: o nascituro.
Leviatã diz que faz isso por questão de higiene e saúde. E mergulha no sangue das vítimas inocentes o mais elementar dos Direitos Humanos, que é o direito à vida, praticando assim a mais odiosa das discriminações contra o ser humano na fase pré- natal de sua existência.
O paradoxo não poderia ser mais flagrante. Precisamente da mãe, dos médicos e das autoridades públicas, a pequena vítima deveria esperar proteção e tutela. Mais especificamente, da mãe, o filho deveria esperar o amor materno. Porém ela imola, não em um altar em chamas, mas numa fria mesa de operação. O médico, cuja missão é garantir a vida, se transforma no instrumento de sua morte.
O Estado, que deveria punir os criminosos que levantassem a mão contra sua vida, nega ao nascituro o direito de viver, em nome de índices, cifras e estatísticas manipuladas.
Diante do Moloch abortista, o que seremos nós?
Cristãos mornos, indolentes, que não sabem fazer valer os seus princípios?
Ou batalhadores, que não se acovardam diante da opinião contrária dos outros e proclamam, desassombrados, o direito de ser cristão e ver respeitados os seus princípios.
[P.S.: Segue a continuação do texto, divulgado pelo próprio Thiago, por email, a quem agradeço]
Acomodação, preguiça, medo não têm lugar nessa hora em que estão ameaçados milhões de seres humanos indefesos.
Será que vamos nos tornar um Pilatos?
Pilatos passou a História, indelevelmente marcado pelo ferro em brasa da censura dos Evangelistas, como tipo característico do homem que não é cruel, por medo da crueldade, não é assassino, por idolência, e não é feroz, por inércia.
Escravo da preguiça e do medo, cede a todas as infâmias, submete-se a todas as baixezas, pela força da inércia que é como que a base de sua mentalidade.
O erro, meus caros, não é só não defender a Verdade, mas também não ter a coragem de A preservar e resguardar contra o ódio instrumentalizado da massa.
Descendo agora ao terreno de nossas consciências, esse terreno onde somente dois olhares penetram, o de Deus e o nosso, perguntemo-nos: não seremos nós outros Pilatos?
Muito obrigado pela atenção.