Os grupos de risco existem

Se até o GLOBO noticia, então é porque a verdade é tão evidente que não dá mais para camuflar: risco de contrair HIV ainda é mais alto em gays. Uma notícia análoga já havia sido comentada aqui.

Os “[h]omens que fazem sexo com homens são 19 vezes mais propensos a contraírem o vírus HIV do que a população em geral”, como diz o GLOBO, risco que pode chegar a ser “179 vezes maior na Bolívia” – os negritos são meus. A doença – que “foi inicialmente detectada entre os gays” no início da década de 80 –  espalhou-se tanto desde então que os especialistas reunidos na Conferência Internacional de Aids chegaram à conclusão de que “governos e agências de saúde internacionais não souberam lidar com a crescente epidemia de HIV entre homens que fazem sexo com homens”.

Por “agências de saúde internacionais”, entenda-se ONU e OMS. Por “não souberam lidar”, entenda-se insistiram no uso “panacéico” do preservativo. Quem vai se levantar contra estes irresponsáveis que são, em última instância, os responsáveis diretos pela não-contenção da doença?

Incluam no rol dos [ir]responsáveis o Ministério da Saúde do Brasil. Porque, afinal, permanece no site do Programa Nacional de DST e Aids:

P. Atualmente, ainda há a distinção entre grupo de risco e grupo de não risco?
R. Essa distinção não existe mais. No começo da epidemia, pelo fato da aids atingir, principalmente, os homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos, eles eram, à época, considerados grupos de risco. Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Por exemplo, o número de heterossexuais infectados por HIV tem aumentado proporcionalmente com a epidemia nos últimos anos, principalmente entre mulheres.

E, seguindo a mesma linha da inversão da realidade, os comentários postados na página da notícia chegam ao ridículo:

#  Faísca 05/08/2008 – 14h 22m
Os homofóbicos de plantão se esquecem de que foi a atitude dos gays que contribuiu para se estancar a epidemia de aids, pois este grupo logo se mobilizou e deu sua contribuição. O que acontece hoje é que a homofobia impede campanhas voltadas para este grupo e os jovens gays como não viram a epidemia no auge não têm tanto medo da aids. Pesquisas indicam que os jovens gays pouco vão ao médico por medo do preconceito. Omissão do Governo, desinformação e preconceito deixam os gays sem amparo algum.

Oras, a simples afirmativa de que havia grupos de risco sempre foi – e ainda é – tachada de homofobia! Agora, a culpa do crescimento da doença entre os gays, ao invés de ser daqueles que militaram para convencer o mundo inteiro de que não há risco de contágio adicional algum associado ao homossexualismo, é dos “homofóbicos” que sempre disseram o contrário! Haja paciência…

O que eles querem e como eles agem

Ao contrário do que alardeia a mídia gayzista, o Projeto de Lei 122/2006 – a lei da homofobia – não tem o propósito de resolver o “alto índice de violência contra homossexuais” que a Secretaria de Direitos Humanos diz existir. A violência no Brasil atinge a todos, independente de raça, credo ou orientação sexual.

Na verdade, com relação a esta aberração jurídica, provavelmente há aqueles homossexuais que são (i) indiferentes, porque não dão muita importância ao assunto; (ii) enganados, porque acreditam na cantilena da mídia gayzista; (iii) sádicos, que – como salientou muito bem o Olavo de Carvalho – alegram-se com a desgraça alheia; e (iv) empedernidos, porque o que querem é não ouvir o chamado à conversão que o Evangelho lhes faz continuamente e, assim, continuarem vivendo em [pseudo-]paz.

E este último ponto é particularmente crítico: querem impedir o Evangelho de ser pregado! O problema moral é sem dúvida um grande empecilho ao acolhimento da Fé verdadeira, mas hoje ele atinge patamares inauditos: se, antes, esforçavam-se os pecadores em fazerem-se de surdos, hoje querem – para se pouparem ao trabalho de fingir não ouvir – calar a boca aos missionários. Não contentes em rejeitar o chamado de Cristo, querem os pecadores empedernidos que a ninguém tal chamado seja sequer dirigido.

Cabe refletir: acaso os gays são os únicos interessados nisso… ?

* * *

Diz reportagem da FOLHA:

A Polícia Civil e o Ministério Público do Ceará concluíram que a morte do professor universitário e militante gay Luís Palhano Loiola, 40, em maio, no interior do Estado, não foi motivada por homofobia, como suspeitavam entidades de defesa dos direitos de homossexuais, mas por vingança de um irmão do professor.

A cifra de “crimes homofóbicos” ficaria bem mais modesta se os dados fossem contabilizados com mais rigor. A Igreja define como “mártir” não simplesmente o “cristão que é morto”, mas sim aquele que é morto por ódio à Fé. Para se falar em “homofobia”, um critério análogo deveria ser aplicado. A sutileza escapa, todavia, à mídia comprometida com a agenda gayzista: eles devem viver qual abutres à caça de cadáveres de homossexuais, que possam ser usados para – per fas et per nefas – engordar as suas estatísticas.

Gays, a Santa Missa e Frei Caneca

Não sei se todos viram, mas saiu n’O Fluminense: um transexual interrompeu [pelo que eu entendi] a homilia de um padre durante a Santa Missa, porque se sentiu ofendido pela Doutrina Católica na sua “opção sexual”:

De acordo com o religioso, padre Ademar rezava a missa normalmente, quando citou uma passagem da Bíblia que dizia sobre a família ser composta da união entre um homem e uma mulher e seus descendentes.

“Foi uma surpresa e me causou estranheza quando ele teve essa atitude. Ele simplesmente saiu do lugar onde estava e subiu ao altar. Arrancou o microfone das mãos do padre Ademar e proferiu palavras de baixo calão e preconceituosas como ‘macaco’ e ‘preto safado’”, relatou o seminarista.

As “palavras de baixo calão” são somente um detalhe aqui. O escandaloso é o transexual ter tomado o microfone do padre – ter tomado a palavra e arrogado-se o direito de falar durante a Missa no lugar de um sacerdote de Jesus Cristo. Seria intolerável, ainda que o “fiel” fosse de uma educação francesa no seu arrazoado. Tenhamos cuidado para que não confundamos o agravante do problema com o problema em si.

* * *

Em São Paulo, querem uma “rua gay”! Projeto enviado para a Câmara Municipal quer tornar a Rua Frei Caneca “a primeira oficialmente gay da cidade”. Os moradores estão descontentes, mas os militantes da Ditadura das Minorias não estão nem aí para isso.

E a lei da mordaça gay, que não foi aprovada, segue sendo aplicada como se já fosse cláusula pétrea constitucional, tencionando “penetrar por osmose” no inconsciente coletivo e preparar o terreno para a sua própria aprovação. Tenha Deus misericórdia de nós todos.

Os tentáculos do monstro gayzista

E para desde já ambientar o leitor mais cético quanto à gravidade da homofobia em nosso país, comprovando a dramática e crudelíssima discriminação de que são vítimas os homossexuais, transcrevemos dois corpus documentais bastante diversos quanto à composição sociológica de seus expoentes,  mas semelhantes por manifestarem a homofobia na  plenitude de sua intolerância.
[Mott, Luiz & Cerqueira, Marcelo. “Matei porque odeio gay”. Editora Grupo Gay da Bahia, 2003]

O texto epigrafado é de um livro que se encontra disponível integralmente na internet, no site do “Grupo Gay da Bahia” – site que, misteriosamente, é mantido pela Universidade Federal da Bahia. Possui uma importância capital porque o Projeto de Lei 122/2006, que criminaliza a “homofobia” e está às portas de ser aprovado no Brasil, vem sendo recentemente “defendido” das “deturpações” que os “cristãos fundamentalistas” estão fazendo sobre o texto. Por exemplo, em coluna da Veja do mês passado, saiu um artigo do André Petry (que já foi devidamente comentado aqui no BLOG) no qual o temor dos cristãos de que a sua liberdade religiosa estaria sendo ameaçada pelos pretensos direitos reinvidicados pelos gayzistas é chamado de uma interpretação tão grosseira da lei que é difícil crer que seja de boa-fé. Vejamos se o sr. Petry tem razão. Vamos diretamente às fontes gayzistas. Vejamos o que o sr. Mott chama de homofobia na  plenitude de sua intolerância:

Eis o que pensam e não se envergonharam de proclamar, nem foram punidos por tais declarações discriminatórias, alguns de nossos “respeitáveis” formadores de opinião:

“O homossexualismo é pura aberração”. [Deputado Federal Enéas Cordeiro, Prona/SP]

“O casamento gay demonstra a decadência moral que vai minando todos os valores de nossa sociedade”. [Deputado Severino Cavalcanti, PFL/PE]

[…]

“Por maior que seja a misericórdia, com que a Igreja trata os homossexuais, ela não pode deixar de pregar que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados”. [Dom Aloysio Penna, Arcebispo de Botucatu, SP]

“O homossexualismo é, simplesmente, uma aberração ética”. [D.Amaury Castagno, Bispo de Jundiaí ]

[…]

“Os homossexuais cínicos e agressivos devem merecer dos católicos o repúdio votado a todos os pecadores públicos e insolentes, que se declaram ou se comportam como inimigos de Deus e de Sua Santa Lei.  Homossexuais assim são como células cancerosas e pútridas no corpo social. Devem ser repudiados, com nota de execração. Que Nossa Senhora livre o Brasil dessa infâmia. E não permita seja aprovado no Congresso Nacional o torpe projeto de lei que institui o “casamento” entre homossexuais. Isto constituirá uma insolente ofensa feita a Deus e a Nossa Senhora pelos legisladores do País,  e que atrairá sobre o Brasil grandes castigos, pois será a legalização e a legitimação oficial de um pecado infame que clama a Deus por vingança, alinhando-nos a Sodoma e Gomorra…” [Cônego José Luiz Marinho Villac, SP]

“Em nosso seminário, pessoas desse tipo (homossexuais) não entram”. [Padre Jorge Cunial, CS,  Pároco do Alto do Ipiranga, SP]

“O comercial do Ministério da Saúde (mostrando uma família que aceita seu filho gay) é uma safadeza por fazer apologia ao homossexualismo: o Governo Federal está  jogando dinheiro fora”. [Pastor Silas,  da Associação Vitória em Cristo, RJ]
[id. ibid]

Percebam a gravidade da situação: para as lideranças gayzistas, deveriam ser punidos por suas declarações discriminatórias:

  • alguém que ache que o casamento gay demonstra a decadência moral da sociedade;
  • um bispo que diga que o homossexualismo é uma aberração ética;
  • um arcebispo que diga que os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados;
  • um padre que peça a Nossa Senhora para não permitir que o Brasil aprove o casamento gay;
  • um padre que não permita que homossexuais entrem no seu seminário.

E agora? Será mesmo que os cristãos não têm motivos para dizer que esta lei é absurda e que irá provocar perseguições religiosas no Brasil, caso seja aprovada? Será que as lideranças gayzistas são inocentes e não sabem exatamente o que querem atingir com a mordaça gay?

Precisamos nos mobilizar enquanto é tempo. Que os cristãos tenham coragem de proclamar bem alto a sua Fé, quaisquer que sejam as circunstâncias, é o que pedimos à Virgem Maria Aparecida, Mãe de Deus e Padroeira do Brasil.

A próxima vítima

Para deixar os gayzistas de cabelo em pé: a modelo Isabeli Fontana declarou segunda-feira, em rede nacional, que não gostaria de ter um filho gay. Ela que se cuide, para não cair nas garras da máquina de repressão doentia dos que fazem a apologia do vício.

E – horror! escândalo! -, numa enquete realizada pela Folha Online (para ver e votar: Filho Gay), até o presente momento 2/3 dos votantes concordam com a modelo! Está registrado:

Uma enquete virtual é pouca coisa para se tirar conclusões científicas. Mas está bem documentado, com estudos mais sérios, que o homossexualismo não goza lá de muita simpatia pela população brasileira – como é óbvio, porque há uma aversão até “instintiva” a tudo aquilo que (como a Sodomia) contrarie a Lei Natural. Para comprovar o que eu digo: “A Cabeça do Brasileiro”, com desconto na Saraiva.

Se já estivesse em vigor a lei da mordaça gay, a modelo poderia ser punida. E, junto com ela, dois terços dos leitores da FOLHA que responderam à enquete. Até quando deixaremos o caminho aberto à ditadura das minorias?

Pais e filhos gays

Caiu-me às mãos um artigo de João Pereira Coutinho, intitulado “Pais, filhos e gays” (aqui para assinantes da FOLHA ou aqui para os demais), no qual o articulista tece algumas considerações sobre a homossexualidade enquanto fato natural e a licitude de se buscar, para ela, alguma espécie de tratamento terapêutico. Recomendo a leitura do artigo completo (em um dos links acima), sobre o qual eu pretendo fazer alguns comentários. Os itálicos deste post – retroativamente – são excertos do artigo ora em discussão.

Vou começar pelo fim, i.e., pela conclusão do Coutinho, com a qual eu concordo inteiramente: a vida humana é, em si, digna de respeito, e deve ser protegida da vaidade, soberba e tirania de seus progenitores. Isso é uma questão de princípio, que não pode ser negociada sob hipótese alguma, posto que a dignidade do ser humano – de todos e de cada um deles – é-lhe intrínseca, e não pode ser violada nem mesmo por uma boa causa. Assim, é imoral uma manipulação genética que ambicione “criar” artificialmente um ser humano ao gosto do freguês, montado pelos pais que, como clientes de um self-service, escolham as características que desejam e descartem as que não lhe apetecem.

Todavia, não dá para subscrever sem ressalvas todo o artigo. Nele, misturam-se coisas que não deveriam ser misturadas. Por exemplo: diz o articulista que a maioria das pessoas, se pudesse identificar a orientação sexual do filho por meio de um exame pré-natal, não hesitaria em recorrer ao ABORTO ou à “reprogramação” caso a sexualidade da criança apontasse para o lado “errado”. Oras, o aborto é clara e absolutamente imoral. Já o que é chamado de “reprogramação”, precisa ser melhor analisado.

João Pereira Coutinho refere-se a um estudo sobre diferenças de anatomia cerebral entre homossexuais e heterossexuais (provavelmente o mesmo estudo que já foi comentado aqui neste BLOG) e sobre a influência de certos hormônios (durante a gestação e pouco depois dela) na formação do sistema nervoso do indivíduo. E prossegue: se os hormônios desempenham papel principal, abre-se a porta prometida: “reorientar” os hormônios, “reorientar” a preferência sexual do bebê. Antes de continuar, é preciso deixar claro que não pode ser aceitada simpliciter a tese segundo a qual [a] homossexualidade é um fato natural -como a cor dos olhos, a pigmentação da pele. Um bebê, embora evidentemente tenha cor de olhos, não tem preferência sexual nenhuma. O que ele pode ter é uma certa configuração biológica que o predisponha a, no futuro, quando se interessar sexualmente por alguém, fazê-lo por pessoas do mesmo sexo. No mesmo artigo, Coutinho diz que outros aspectos da personalidade humana – como para a depressão, para a liderança, para a criatividade – podem ser explicados da mesma forma que a homossexualidade. E bebês não têm nada disso, embora possam desenvolver essas características depois. Da mesma maneira que é preciso considerar em todo ato humano, onde entra o livre-arbítrio de cada um – ao contrário de coisas como cor de olhos e pigmentação da pele -, uma coisa é a predisposição e, outra, o determinismo. É aceitável que haja predisposição para o homossexualismo, mas é simplesmente falso que a configuração genética determine sozinha quem é gay e quem não é, porque as pessoas sempre podem (à exceção de alguns casos mais críticos) agir em desacordo com os seus impulsos e instintos imediatos. Nós fazemos isso o tempo todo, e é isso que nos diferencia dos animais irracionais.

Concedendo que certos comportamentos – entre eles, o comportamento homossexual – possa sofrer influências neurobiológicas (como, aliás, eu concedo facilmente), é forçoso incluir neste conjunto também coisas como a depressão, a cleptomania, a ninfomania ou a pedofilia (sobre este último, aliás, recomendo esta leitura, que traz confissões interessantes). Se é assim, então, por que alguns destes comportamentos são moralmente passíveis de tratamento e outros devem permanecer protegidos da “violência de terceiros”? Por acaso dar anti-depressivos a pessoas que sofrem de depressão é condená-las a habitar vidas que não lhes pertenceriam? Por que uma ninfomaníaca pode ser tratada e um homossexual não pode? O critério colocado pelo articulista é arbitrário: a homossexualidade não é impeditiva de um funcionamento pleno do indivíduo nem põe em risco a sua sobrevivência futura. E é arbitrário por pelo menos dois motivos.

Primeiro: o que é “funcionamento pleno”? Na plenitude da realização de um indivíduo, não deveria estar – pelo menos em possibilidade de escolha – a formação de uma família? Homossexuais não podem fazê-lo de maneira natural. Por que esse aspecto naturalíssimo da vida humana foi retirado do funcionamento pleno do indivíduo que Coutinho defende como o critério que diferencia aquilo que é passível de interferência terapêutica daquilo que não o é?

Segundo: existem coisas que não se enquadram no supradito critério e que sempre foram feitas sem maiores questionamentos pela medicina. Por exemplo, cirurgias estéticas. “Ah, mas uma cirurgia estética é de responsabilidade do sujeito sobre si mesmo, pois é ele que escolhe fazer”, poderia alguém argüir. Não necessariamente. Por exemplo, os pais de uma criança que tenha lábio leporino estariam porventura fazendo alguma violência contra o seu filho se lhe fizessem uma cirurgia corretiva? É claro que não.

O homossexualismo é anti-natural, ainda que se possa observar “na natureza” atos sexuais entre animais do mesmo sexo, e ainda que ele tenha raízes n’alguma configuração neurobiológica do indivíduo. E a razão para isso é que ele vai contra a própria natureza do ato sexual, pois este nos mostra que há complementaridade entre o homem e a mulher, e que esta complementaridade é necessária à perpetuação da espécie humana. Isto não é um pressuposto do catolicismo, é um fato que está ao alcance da razão natural. É um valor objetivo, e justifica a intervenção terapêutica para se corrigir as predisposições à homossexualidade que porventura existam já num recém-nascido ou num nascituro, sem que isso seja violar-lhe a dignidade intrínseca (como no caso do aborto), porque o que detém a dignidade é o ser humano, e não a homossexualidade. A manipulação genética é condenável, se tiver como fim a criação do “super-homem”; mas a razão humana pode e deve ser utilizada para que o ser humano – parafraseando João Pereira Coutinho e dando um sentido diverso à expressão dele – possa ter uma vida plena. E uma pessoa vive tão mais plenamente quanto menos ela se desvia daquilo que ela deve ser, quanto mais ela se conforma à Lei Natural – da qual podemos, no tocante ao que se está discutindo aqui, encontrar uma eloqüente expressão lá no início da narrativa bíblica: et creavit Deus hominem ad imaginem suam ad imaginem Dei creavit illum masculum et feminam creavit eos (Gn 1, 27).

Homossexualidade: de nascença?

Não há mais argumentos, se você é gay é porque você nasceu gay.
[G1 – “Estudo vê semelhança entre cérebro de gays e do sexo oposto”]

La homosexualidad no nace, se hace.
[Courage Latino – “La homosexualidad no nace, se hace; lo vivido en la infancia influye, según un estudio”]

Quando dois estudos chegam a duas respostas diametralmente opostas (como é o caso acima), nós temos um forte motivo para colocarmo-nos em alerta e passarmos um olhar crítico sobre as informações que nos estão chegando, a fim de separarmos o que é estudo sério do que é desinformação ideológica.

Começo com uma simples comparação entre as duas notícias acima: o estudo citado pelo G1 foi realizado “em 90 pessoas” e, o segundo, “a partir de 2 millones de personas”. Isso, para quem tem noções mínimas de estatística, por si só já basta para mostrar que o segundo estudo tem, provavelmente, muito maior relevância.

Mas tal constatação por si só não é dirimente. Vejamos, pois, uma outra coisa: a (suposta) relação entre o formato cerebral e a orientação sexual. Eu não entendo absolutamente nada de neurociência e, embora me pareça estranha a afirmação (subentendida por trás do estudo do “você-nasceu-gay”) de que a simetria ou assimetria dos hemisférios cerebrais mantém-se desde o estágio fetal até a vida adulta, não vou entrar neste pormenor. O ponto é outro. Eu não entendo de anatomia cerebral, mas entendo um pouco de lógica, e sei quando um argumento não prova aquilo que diz provar.

Relações de causa-efeito podem ser expressas na forma “SE causa ENTÃO efeito”. Utilizando um exemplo simples: a rua está molhada [efeito] porque choveu [causa]: portanto, SE choveu ENTÃO a rua está molhada. Mas a construção reversa não é necessariamente verdadeira [só o seria se o efeito em análise tivesse uma única causa] e, embora sirva como hipótese investigativa, definitivamente não serve para postular verdades incontestáveis.

Em outras palavras: dizer SE a rua está molhada ENTÃO choveu (invertendo causa e efeito) não é necessariamente verdadeiro. E o erro aqui está em se considerar que a única causa da rua molhada é a chuva, o que não é verdade. A rua pode estar molhada porque um caminhão-pipa estava vazando. Pode estar molhada porque estourou um encanamento. Pode estar molhada porque alguém estava lavando a calçada. Ou por quaisquer outros motivos. Neste exemplo, embora haja nexo causal entre “chuva” e “rua molhada”, este não poderia ser provado simplesmente partindo da “rua molhada”.

Voltemos ao estudo do “você-nasceu-gay”. Para esta expressão fazer sentido, então “ser gay” é efeito e a causa é uma dada disposição anatômica congênita (como, no caso do estudo, a diferença entre os hemisférios cerebrais). A forma correta da relação seria, então, a seguinte: SE o cérebro é de tal formato ENTÃO o sujeito é gay. Mas acontece que – segundo o G1 – o que se investigou foi o contrário! Pois a notícia diz textualmente:

Ao analisar os resultados, os especialistas observaram que homens homossexuais e mulheres heterossexuais têm os hemisférios cerebrais simétricos, enquanto os dois lados do cérebro de lésbicas e homens heterossexuais são assimétricos, com o hemisfério direito consideravelmente maior do que o esquerdo.

Ou seja: percebeu-se que homens homossexuais têm hemisférios cerebrais simétricos, e não que homens que têm hemisférios cerebrais simétricos são homossexuais! Isso não é um “dilema Tostines”; é exatamente o que permite passar da hipótese investigativa para a existência do nexo causal! É exatamente a investigação partindo da causa para os efeitos o que permite identificar a existência de relações de causalidade entre duas coisas.

A proposição “SE o cérebro é assim ou assado ENTÃO o sujeito é gay” só poderia ser demonstrada verdadeira se se verificasse a ocorrência do efeito sempre (ou, pelo menos, quase sempre) que fosse identificada a existência da causa – ou seja, se todos ou quase todos os homens que tivessem os hemisférios cerebrais simétricos fossem gays. Pelo caminho reverso, só se poderia no máximo concluir pela veracidade da proposição se o efeito tivesse uma única causa; mas, neste caso, é uma clara Petição de Princípio, pois o que o estudo quer provar é exatamente isso e, assim sendo, não o pode usar como premissa para chegar à sua conclusão.

O formato cerebral, então, não pode ser demonstrado como a única causa do homossexualismo pelos meios que o estudo realizou. Vamos adiante: será que se pode provar que ele é, ao menos, uma causa? A resposta é não, de novo, pois a conclusão do estudo pode ser demonstrada falsa muito facilmente.

Vejamos: de acordo com esta tese de doutorado (que versa sobre outra coisa, mas reproduz uma informação relevante), 35% da população possuem hemisférios cerebrais simétricos. A porcentagem de homossexuais na população, segundo os próprios homossexuais, varia de 4 a 10%. Considerando que há um número mais ou menos proporcional entre homens e mulheres na população mundial e considerando o melhor cenário para os defensores da teoria do “você-nasceu-gay”, teríamos:

  • 50% homens, 4% gays => 2% população mundial é masculina e gay.
  • 50% mulheres, 10% lésbicas => 5% população mundial é feminina e lésbica.

Somando:

  • Homens heterossexuais + lésbicas = 48% + 5% = 53%
  • Mulheres heterossexuais + gays = 45% + 2% = 47%

Ou seja, se o estudo estivesse certo, 53% da população deveria ter “assimetria cerebral” e, 47%, “simetria cerebral”; números que são de, respectivamente, 65% e 35%. São doze pontos percentuais de diferença entre os dados reais e os dados que o estudo esperaria encontrar – e isso no cenário mais extremo em favor dos defensores da teoria noticiada por G1. Temos, então, um motivo forte o suficiente para rejeitar tal estudo, pois o mesmo simplesmente não condiz com a realidade. Portanto, a anatomia cerebral não é nem mesmo uma causa do homossexualismo – muito menos a única causa. A única coisa que este estudo mostra é (no máximo) que, dentro do grupo de amostragem utilizado, os homossexuais têm o cérebro semelhante aos heterossexuais do sexo oposto; mas não prova nenhuma relação de causa-efeito entre a anatomia cerebral e a “orientação sexual” do indivíduo.

Em suma: não há determinismo no comportamento dos homens. Os atos humanos, como tais, permanecem sempre dependentes da liberdade humana. Tendências ou inclinações para qualquer coisa não significam que o homem esteja inelutavelmente preso à mecânica realização daquilo para o qual ele se sente inclinado. No fundo daquilo que é a própria essência do homem, está o livre arbítrio; e este, dom sagrado do Criador à Sua criatura, não lhe pode ser arrancado.

Permanece, portanto, plenamente atual aquele ensinamento do Catecismo da Igreja Católica:

As pessoas homossexuais são chamadas à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição cristã.
[CIC 2359]

E a castidade é possível, pois é escolha humana, e o homem sempre pode escolher; não há determinismo biológico ou imposição ideológica que seja capaz de retirar do homem esta sua capacidade que é sagrada.

Sugestão de visita: National Association for Research & Therapy of Homossexuality.

Aids e promiscuidade.

Conforme noticia o BLOG do Reinaldo Azevedo, a OMS reconheceu o óbvio: o número de portadores de HIV é significativamente maior dentro de um grupo de risco que engloba homossexuais masculinos, usuários de droga e os chamados “trabalhadores do sexo” e seus clientes.

Da fonte original da notícia comentada pelo conhecido articulista, destaco o seguinte [tradução livre minha]:

No Primeiro Mundo [industrialised world], a transmissão do HIV entre homens que têm relações sexuais com outros homens não está diminuindo e, em alguns lugares, tem aumentado.
[…]
O comportamento sexual é obviamente importante, mas ele não parece explicar todas as diferenças entre as populações.

A camisinha sempre foi apresentada como a panacéia universal para o perigo do vírus da AIDS, a vacina anti-HIV, a imunização segura e certa contra este grave perigo. Este discurso foi tão ad nauseam repetido que se encontra praticamente impregnado no senso comum das pessoas; expressões como “sexo seguro”, por exemplo, remetem imediatamente à utilização do preservativo. Todos têm por uma verdade inquestionável que a camisinha é o melhor meio de prevenção contra a AIDS.

Todos, não. A Igreja sempre condenou esta política. E foi duramente atacada por causa disso. Mesmo quando a Sua política mostrava os melhores resultados no combate ao HIV. A Igreja não Se calou, não capitulou diante destes que são – por malícia ou ao menos por irresponsabilidade – os verdadeiros inimigos do gênero humano. Acaso irão reconhecer que Ela estava certa? Eu duvido.

A questão é falseada, as mais das vezes. O que a Igreja diz não é que o risco de se contrair AIDS numa relação sexual específica é o mesmo, quer se use camisinha, quer não se use. Isso, dizem os Seus detratores, que precisam de um boneco de palha sobre o qual possam descarregar a sua artilharia com facilidade. O que a Igreja diz – e, agora, a OMS confirma – é o que o risco de se contrair HIV é tanto maior quanto mais promíscua for a vida do indivíduo e que, portanto, o verdadeiro inimigo a ser combatido é a promiscuidade. O fato (segundo a notícia supracitada) de, num determinado grupo de risco – os homossexuais masculinos -, o número de novos soropositivos não estar diminuindo e, pelo contrário, até aumentar em alguns lugares, mesmo com a propagação maciça do preservativo, é a prova inconteste disso. A promiscuidade se combate com o seu contrário, com a castidade, e não com preservativos.

Acontece que o mundo moderno é inimigo da castidade, e venera o hedonismo. Não pode aceitar a castidade. Considera um absurdo que se pregue abstinência para os solteiros e fidelidade conjugal para os casados. Quer o sexo livre, e o quer “seguro”, com preservativos. Mas isso não resolve o problema, como os fatos bem o mostram. A Promiscuidade é madrasta má; só a Igreja é Mãe e Mestra.

Existe, ainda, um aspecto sórdido que precisa ser posto a descoberto nesta história toda. Durante anos, disseram-nos que esse negócio de “grupo de risco” não existia, fizeram-nos crer que a AIDS era uma epidemia generalizada, e nos incentivaram a usar preservativos para que tomássemos cuidado e nos preveníssemos do HIV. Agora, cai a máscara, e constata-se que “o comportamento sexual é obviamente importante” na transmissão do vírus. Ora, se há uma relação direta entre promiscuidade e contaminação com o vírus da AIDS, a maneira mais fácil de universalizar a epidemia é trabalhar para universalizar a promiscuidade.

Vejamos: que maneira de se incentivar um determinado comportamento pode ser mais eficaz do que apresentá-lo como “seguro” , “protegido” , “responsável” , “consciente” , e tantas outras loas que são feitas à relação sexual na qual se utiliza a camisinha? A Revolução Sexual, que não se resume à exaltação da camisinha mas que certamente a inclui, se triunfasse, iria produzir sem dúvidas um ambiente de tal maneira promíscuo que tornaria verdadeira a (falsa) premissa da “epidemia de AIDS”, que é um dos carros-chefes da argumentação-terrorista de “Saúde Pública” em defesa do uso dos preservativos. Trata-se de um exemplo criminoso de “justificação retroativa”, na qual a “solução” é justificada pela situação que ela própria ajudou a criar.

É importante que nós não caiamos em nenhuma armadilha. Os católicos sabem que o uso da camisinha seria moralmente inaceitável mesmo que a AIDS fosse tão comum quanto uma gripe. Mas não podemos ficar de braços cruzados enquanto as pessoas trabalham simultaneamente na destruição dos valores tradicionais e na (conseqüente) expansão da doença. Não nos deixemos seduzir pelo “canto de sereia” que diz ser preferível o Estado investir em educação sexual, já que a proposta da Igreja deve interessar somente aos católicos. Não nos esqueçamos de que a Moral da Igreja não é “dos católicos”, e sim Universal, e que segui-la é o melhor caminho que qualquer homem – e não só o cristão católico – pode encontrar. Lembremo-nos da Uganda. E defendamos a Igreja, defendamos a Verdade, porque somente assim estaremos verdadeiramente defendendo o ser humano.