Com atraso, mas registrando

Reinaldo I. “E, se estamos falando de escravidão, não podemos deixar de mencionar os dois movimentos totalitários que a recriaram em partes do mundo que já haviam se livrado dessa instituição: o nazismo e o comunismo. Ambos escravizaram parcelas imensas das populações sobre as quais reinaram ou, em alguns casos, ainda reinam, como na Coréia do Norte e Cuba, país caribenho cuja população pertence ao estado ditatorial marxista e à família de capitães-de-mato que o chefia. É curioso, portanto, ver aqueles que ou fazem a apologia ou simplesmente fecham os olhos à escravização de toda a população cubana culparem pessoas inocentes pela escravização de gente morta há mais de um século”.

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Reinaldo II. “Imaginem Lula como o presidente do Brasil nas décadas de 30 e 40 do século passado. Quando lhe dissessem que na Alemanha — e, depois, nos países ocupados — judeus eram presos, confinados em guetos, assassinados, o valente diria: ‘Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo da Alemanha de prender as pessoas em função da legislação da Alemanha, como quero que respeitem a do Brasil’. Getúlio, outro grande herói das nossas desditas, chegou bem perto disso, é verdade”.

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Escola católica de Denver não permite rematrícula de filhas de casal lésbico e arquidiocese apoia. “A organização de gays e lésbicas católicos dos Estados Unidos DignityUsa afirma que a Arquidiocese de Denver agiu de maneira injusta”. No Fr. Z: aux armes! Votem aqui.

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Pe. Edson e a liberdade de expressão. “Se todos têm direito de defender suas convicções, por que criticar de forma tão insistente á Igreja Católica? Não teria ela também liberdade de opinião? Não poderia ela também expressar-se livremente sobre suas convicções, baseadas na Lei Natural e no Evangelho? Não estaríamos vivendo uma eclesiofobia? Bom pensar nisso”.

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O sal em New York e a síndrome de Paulo Cintura em sua evolução natural. “Ortiz argumenta que banir o sal do preparo dos alimentos em restaurantes vai permitir que os consumidores controlem a quantidade de sódio que estão ingerindo e ainda incentivaria a opçãoschö por um estilo de vida mais saudável. O sódio está ligado ao aumento da pressão arterial e dos riscos de males do coração”.

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Schönborn e o celibato sacerdotal. “El cardenal Christoph Schönborn, arzobispo de Viena, considera que el celibato de los sacerdotes, particularidad de la Iglesia católica, explica en parte los actos de pedofilia cometidos por religiosos, en una publicación de su diócesis este miércoles”. Haja paciência.

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Um médico e o celibato sacerdotal. “Penso que é preciso prestar mais atenção ao imenso número de sacerdotes fiéis à sua vocação. A exceção também se dá na vida sacerdotal, mas é exceção. Ainda que no jornalismo seja muito correto focar a exceção, não podemos ser cegos aos muitíssimos sacerdotes que são leais, que vivem sua vocação plenamente, que são felizes e aos quais o mundo deve sua felicidade. Isso é que precisa ser enfatizado”.

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CNBB prepara documento sobre Reforma do Estado – em plena Quaresma! Senhor, misericórdia. “A reunião do Conselho Permanente da CNBB prossegue até quinta-feira [ontem]. Um dos principais pontos da pauta é a elaboração de um documento sobre a Reforma do Estado que os bispos devem aprovar até o final da reunião”.

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CNBB defende cotas para negros nas universidades. E outras aberrações: “Os bispos aprovaram documento oficial no qual apontam quais são os cinco principais desafios da Pastoral Afro-Brasileira. A CNBB também deu aval para que padres negros adotem, nas celebrações de missas, métodos e culturas utilizadas tradicionalmente por comunidades afro-brasileiras”. Cadê este documento?

A reunião do Conselho Permanente da CNBB prossegue até quinta-feira. Um dos principais pontos da pauta é a elaboração de um documento sobre a Reforma do Estado que os bispos devem aprovar até o final da reunião. Na conclusão, a presidência da CNBB concederá uma coletiva de imprensa. (BF-CNBB)

Mais Igreja, mais Nazismo

Às vezes, eu fico pensando se vale a pena continuar insistindo contra uma evidente incapacidade ou má-fé intelectual. Refiro-me à tréplica da UNA sobre a Igreja e o Nazismo, em resposta a um post aqui publicado na semana passada. Alegra-me muito ver o Deus lo Vult! ser chamado de “blog ultracatólico”, honra que não mereço – mesmo o pessoal da UNA usando a expressão em sentido pejorativo.

Alegrias à parte, no entanto, vamos nos deter sobre os “argumentos” utilizados pelos unidos ateus brasileiros. Basta dizer que eles parecem não saber o que é uma petição de princípio, por mais elementar que seja a maneira como ela se apresente. Por exemplo: eu afirmei “que a presença do Papa junto a autoridades políticas quaisquer não significa, sob ótica nenhuma, um apoio irrestrito a estas autoridades”. Dei um exemplo de João Paulo II junto a Fidel Castro. Os ateus – pasmem! – responderam que “a igreja nunca foi pilar da revolução cubana”.

Oras, e por acaso a Igreja foi pilar do regime nazista? Esta é precisamente a tese dos ateus. No entanto, eles não parecem dispostos a prová-la; assumem-na como um a priori indiscutível e argumentam para demonstrá-la como se já estivesse demonstrada, num claro raciocínio circular da pior qualidade possível. Dá para continuar debatendo com gente assim?

O resto do blá-blá-blá (que o Papa visitou a Nicarágua, o Chile, etc) é somente blá-blá-blá que nem tem nada a ver com o assunto ora em discussão (Igreja e Nazismo), nem modifica um milímetro o argumento apresentado, contra o qual os ateus somente conseguiram levantar uma Petitio Principii grosseira.

Foi dito, também, que o homem que aparece com Hitler na foto não é o então cardeal Pacelli, mas sim o núncio Cesare Orsenigo. Quem identifica o homem da foto com o cardeal Pacelli são, entre outros, os sites Segunda Guerra.org e Enciclopedia.pt. Se esta foto não é do cardeal Pacelli ou se não existe nenhuma foto do cardeal Pacelli com Hitler, não faz diferença para o argumento (aliás, o negócio fica ainda mais feio para os detratores da Igreja…); o meu ponto é que é perfeitamente possível que haja tal foto (como há uma foto de João Paulo II com Fidel Castro) sem que isto implique em nenhum apoio da Igreja ao regime nazista. Um encontro do núncio apostólico com o ditador nazista não significa que a Igreja apóie o nazismo.

Sobre a “saudação socialista” eu nem vou comentar, porque o pressuposto aqui – de que seja necessário fazer “saudação” nazista ou socialista ou anarquista ou que seja, para que o fulano seja de fato nazista, ou socialista, ou anarquista ou o escambau – é simplesmente sem nenhum sentido. Do fato dos ateus unidos do Brasil não terem vistos padres fazerem uma desconhecida saudação socialista, não segue que tais padres não sejam socialistas.

E, considerando que haja padres socialistas, não segue que a Igreja apóie o socialismo. Querer postular a inexistência de padres socialistas (como faz a UNA) simplesmente porque não há padres fazendo o gesto com a mão fechada que eles desenterraram é simplesmente falso, contrário às evidências, inconcebível para qualquer pessoa que mantenha um mínimo de senso de realidade. Sim, há padres socialistas, sim, houve padres nazistas, não, a Igreja não apóia o socialismo e não, a Igreja não apoiou o Nazismo.

Queixa-se ainda a UNA da ausência de punição aos nazistas. E, para completar a piada: “ao contrário dos padres ‘moderninhos'”. Gostaria muitíssimo que a UNA elencasse os padres “moderninhos” que foram excomungados pelo Vaticano. O fato é que entre “ausência de punição” e “apoio irrestrito” vai uma distância enorme, à qual os ateus fazem vista grossa para poderem atacar a Igreja. De novo uma petição de princípio, porque o argumento subjacente a esta elucubração é: “a Igreja não puniu os padres nazistas porque apoiava o nazismo”. De novo: que a Igreja apoiasse o nazismo é exatamente a tese dos ateus, que precisa ser provada, e não utilizada como premissa para se provar a si mesma.

E vejam como é engraçada a “história enviesada” que os ateus contam: falam do cardeal de Viena, Theodore Innitzer, que saudou o Anschluss e pronunciou um sonoro Heil Hitler. No entanto, não contam o resto da história: que o cardeal Pacelli obrigou o cardeal Innitzer a voltar a Roma para prestar contas de sua declaração, que ele foi obrigado a assinar uma retratação (publicada em L’Osservatore Romano), e que a casa do cardeal foi invadida pelos nazistas após isso. Acaso pode-se dizer, em sinceridade de consciência, que uma atitude destas é exemplo de apoio da Igreja ao Nazismo? Ou os ateus só “pescam” da história aquilo que lhes convém, varrendo para debaixo do tapete todo o resto?

Outro exemplo: reclamaram os ateus que 1930 (ano em que uma diocese alemã condenou formalmente o nazismo) era “muito cedo”. A Mit Brennender Sörge é de 1937, e já apareceu ateu aqui para dizer que era “muito tarde”, pois nessa época a Alemanha já havia perdido a Segunda Guerra (!). E o apoio da Igreja ao nazismo nos entreatos, onde é que está? Está somente nas premissas dos ateus. Só nas grosseiras petições de princípio. Quando são pedidos para apresentarem provas de que a Igreja apoiou o nazismo, eles simplesmente não as apresentam: ficam só nos padres que fizeram Heil Hitler, na (suposta) ausência de condenações, nas fotos de autoridades eclesiásticas com Hitler e ministros do Reich, etc., etc. O resto, eles simplesmente ignoram. Pode ser levado a sério este jeito incrível de se fazer história?

Sobre o Zentrum, o negócio fica ainda pior. Em primeiro lugar, em 1933 (ano da assinatura da Concordata) não havia “regime nazi” nos moldes de uma ditadura, como o Nazismo é conhecido hoje. Não havendo ditadura, portanto, não há também “o reconhecimento diplomático do regime nazi pelo Vaticano”. E, por fim, é simplesmente falso que, com a Concordata, a “Igreja aceitou cooperar com Hitler e fechar os olhos para os abusos cometidos por ele” – isto não se encontra no texto da concordata e nem em lugar nenhum. É somente mais uma petição de princípio.

E ainda mais uma: dizem os ateus que “[o] livro de Cornwell [o Papa de Hitler] é ambíguo, coloca a igreja como vilã e coitada em certos momento”. Oras, então o livro dá margem para dizer que Pio XII foi o Papa de Hitler e também que ele foi o Papa Anti-Hitler. No entanto, na lógica dos ateus, já que a Igreja apoiou o Nazismo, são somente as partes nas quais a Igreja é apresentada “como vilã” que são fidedignas no relato do Cornwell. Não é assim que se faz história, afinal de contas?

Após os intermináveis raciocínios circulares e histórias contadas pela metade da União Nacional dos Ateus, resta somente uma curiosidade que eu sempre tive: onde estavam os ateus durante o regime nazista e a Segunda Guerra Mundial? Já que perguntar não ofende, quais foram as ações que eles, em grupo ou individualmente, tomaram durante o III Reich?

Mais sobre Nazismo

Como o pessoal da UNA parece não ter o que fazer, resolveram ressuscitar um post do Deus lo Vult! de mais de três meses atrás, falando (a UNA) sobre as hipocrisias e as mentiras religiosas no tocante à atuação da Igreja Católica durante o III Reich.

Os “argumentos” dos ateus resumem-se, quase todos, a ironias infantis e sem graça do tipo “a igreja é inocentinha… nunca foi comparsa dos nazis…” e outras besteiras.

Por exemplo: é óbvio que a presença do Papa junto a autoridades políticas quaisquer não significa, sob ótica nenhuma, um apoio irrestrito a estas autoridades. Assim, por exemplo, João Paulo II foi a Cuba e se encontrou com Fidel Castro, e tem foto dos dois juntos. Isso significa, por acaso, que a Igreja apóia o comunismo cubano?

Quando isto foi comentado, o assunto era uma famosa foto em que Pio XII, então ainda Cardeal Pacceli, aparece junto com Hitler. O contra-argumento da UNA é o seguinte: “curiosamente não vi estes padres fazendo saudação socialista”. Resta explicar qual seria a “saudação socialista” que eles estavam esperando ver. Ademais, eu também não vi o cardeal Pacelli fazer Heil Hitler.

Quanto ao fato de que houve católicos, inclusive padres e bispos, que apoiaram o regime de Hitler, nós não o negamos. Apenas repetimos o óbvio: isto é a posição particular destes católicos, e não da Igreja. Os padres acaso faziam Heil Hitler em obediência a alguma ordem da Igreja? Onde está essa ordem? Onde está a bula papal ou o decreto da Congregação para os Bispos que determina que os padres façam saudações nazistas sempre que virem passar os oficiais de Hitler?

Engraçado também é o seguinte: “três anos antes que Adolf Hitler subisse ao poder, a arquidiocese de Mogúncia condenou de forma pública o Partido Nazista”, e isto simplesmente não é levado em consideração pelos detratores da Igreja. “Ah”, dirão os anti-clericais raivosos, “isto é somente uma diocese pequena dentro da Alemanha, e esta condenação nunca foi tornada oficial para a Igreja como um todo”. Ué, e daí? E quando acusam a Igreja de cumplicidade com o Nazismo ostentando, aos borbotões, as fotos de clérigos simpatizantes do Nazismo, que não chegam nem mesmo a ser a posição oficial de uma Diocese minúscula? Por que usam dois pesos e duas medidas?

Outrossim, a Reichskonkordat não fala, em nenhum momento, em “Nazismo”, em “Nacional-Socialismo”, em permissão para que os católicos votem em partidos nazistas, nem em nada do tipo. Trata de alguns direitos da Igreja em território alemão. Aliás, quando ela foi assinada, nem havia ainda o Nazismo como um sistema político totalitário, que só se configurou no ano seguinte, em 1934 – e esta informação encontra-se até mesmo na Wikipedia. Qual é, portanto, a relação da Concordata com os descalabros nazistas?

Um argumento do mesmo nível seria o seguinte: o Vaticano assinou recentemente uma concordata com a República Federativa do Brasil, e o governo brasileiro é a favor do aborto. Ergo, deveria dizer um ateu, a Igreja apóia o aborto. Mas ele não ousa expôr este sofisma tão cretino… por quê? De novo, dois pesos e duas medidas. Esta é a honestidade atéia.

Por fim, e a título de curiosidade, vale a pena ler esta seleção de frases tiradas do insuspeito “O Papa de Hitler” de Cornwell, entre as quais destaco:

[A]pesar das confiantes declarações de Hitler, o VATICANO não era absolutamente favorável ao Partido nazista. A Santa Sé não endossava o nazismo implícito ou explícito do nacional socialismo.

[…]

Os nazistas consideraram a encíclica [Mit Brennender Sorge] como um ato subversivo. As empresas que colaboraram na impressão do documento foram fechadas, muitos dos seus empregados foram presos.

[…]

L’Osservatore Romano é condenado pelos fascistas, exemplares destruídos, jornaleiros espancados. Finalmente Pacelli foi emboscado em Roma, em conseqüência ele tornou-se um prisioneiro voluntário dentro do Vaticano.

[…]

[O] plano de Hitler [sobre isto, vejam também aqui] para seqüestrar Pacelli…

Eis o Papa de Hitler! Os ateus, para serem coerentes, deveriam acrescentar mais uma acusação à Igreja Católica: que Ela, além de apoiar o Nazismo, era radicalmente masoquista.

Um, dois, três, quatro, cinco

1. Antes de viajar, mulher deixa US$ 40 mil em moedas raras para santa cuidar. “Eu tive de viajar e fiquei com medo de deixá-las em casa. Queria que a Virgem Maria tomasse conta delas pra mim – e ela fez isso, porque vocês [os funcionários do santuário] as encontraram”. Posuimus Te custodem, como o Fedeli diz algumas vezes. Certas manifestações de confiança são realmente impressionantes.

2. Nova campanha ateísta: deixem as crianças em paz!! Mais bobagem. “Os pais não devem obrigar suas crianças a seguir sua fé religiosa, essa seria uma escolha pessoal e só deveria ser feita pela criança quando ela fosse mais crescida e pudesse fazer a escolha por seguir alguma religião ou não por si mesma”. E por qual misterioso motivo os pais deveriam obrigar a criança a seguir o indiferentismo religioso ou o ateísmo? Parece piada: reclamam da educação religiosa e fazem campanha por uma educação atéia! Por que não deixam a criança optar pelo ateísmo quando for mais crescida?

3. Natal nazista. Uma exposição alemã; seguindo os links, é possível encontrar algumas fotos. “As autoridades queriam tirar dessa festa, que era para elas a celebração do solstício de inverno, a pagã “Julfest”, todas as referências a Jesus Cristo, o bebê judeu na manjedoura. Além de infestar as bolinhas da árvore com suásticas e trocar a estrela por um sol, os líderes do governo alteraram as letras das cantigas natalinas para eliminar todas as referências a Jesus”. Mas os difamadores de plantão serão capazes de dizer (1) que é mentira; ou (2) que foi idéia do Papa. Querem apostar?

4. O grau de autoridade do “Ensinamento de Magistério” do Concílio Vaticano II. “Assentados nos princípios de hermenêutica enunciados por S.E. Mons. Felici, podemos afirmar que a ninguém — seja Bispo,  padre, teólogo ou o povo de Deus – é facultado o direito de “desprezar” os ensinamentos do Vaticano II. Enquanto provenientes do Magistério Supremo,  gozam de uma excelência e de um alcance extraordinários. Se, de um lado, as pessoas instruídas  não podem ser impedidas de examinar os fundamentos das declarações do Vaticano II (em consonância com aquilo que impõe a supracitada hermenêutica), de outro também, ninguém  deve, temerariamente, recusar-lhes reverente acatamento, interno e externo”. E o autor, Mons. Brunero Gherardini, certamente não pode ser apodado de modernista e nem de “neo-con”.

5. Meu querido Frei Betto! Quem o diz é o Chalita. “Mas afinal, o que está acontecendo? Como a Canção Nova, que sempre criticou a Teologia da Libertação – mesmo quando se dizia a verdadeira Teologia da Libertação[ -], como dá espaço para quem, com muito afeto, faz propaganda de Frei Betto?”

Curtas

– Não sei se é verdade que alguns índios “dos Andes e da América” devolveram a Bíblia a João Paulo II em 1985, quando o Sumo Pontífice visitou a América. “Reynaga [Movi­mento Índio Tupac Katari (Kheswa)] disse que quando o Papa se encontrar em Cuzco, capital do anti­go império Inca, os índios lhe devol­verão os evangelhos levados por colo­ni­za­dores para oprimir os povos ameri­canos, e destruirão publicamente seus vestidos ‘ocidentais’ para vestir seus trajes típicos”.

O motivo? “[E]m cinco séculos, ela [a Bíblia] não nos deu nem amor, nem paz, nem justiça”. Nossa! Vai ver, eram os incas que tinham amor, paz e justiça! Ou os maias. Ou os aztecas. O que essa gente acha que foi a conquista do México? Dentre todas as coisas que existem no mundo, parece que só o Cristianismo consegue não ter nada de bom para oferecer. Impressionante, não?

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– Exportação brasileira: MST em Paris. Com fotos, vejam. “Agora o Movimento dos Sem Terra atravessou o Atlântico. Vai ver quer ocupar as plantações de vinho da Alsácia e Lorena e os palácios parisienses”. Seria cômico se não fosse trágico. Sem-terra na Europa! Quem diria, hein?

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Quando a Igreja alemã excomungou o Nazismo – descoberta da Pave the Way Foundation.

Nos documentos achados por Michael Hesemann, colaborador da PTWF, consta que, em setembro de 1930, três anos antes que Adolf Hitler subisse ao poder, a arquidiocese de Mogúncia condenou de forma pública o Partido Nazista.

Segundo as normas publicadas pelo Ordinário de Mogúncia, estava “proibido a qualquer católico inscrever-se nas filas do Partido Nacional-Socialista de Hitler”.

“Aos membros do partido hitleriano não era permitido participar de funerais ou de outras celebrações católicas similares.”

“Enquanto um católico estivesse inscrito no partido hitleriano, não podia ser admitido aos sacramentos.”

A denúncia da arquidiocese de Mogúncia foi publicada em primeira página pelo L’Osservatore Romano, em um artigo de 11 de outubro de 1930.

Vício, Virtude, Totalitarismo

Virtude x Vício, texto muito bom publicado hoje no Estadão. Já falei aqui por outras vezes que existe um processo – no meu entender, deliberado – de substituição da Moral Católica, no inconsciente popular, por uma “moral” arbitrária e estranha ao catolicismo; felizmente, parece que não estou sozinho, porque o professor de Filosofia que assina o texto do Estado de São Paulo diz que “[o] politicamente correto apresenta-se, então, como se fosse, moralmente falando, uma forma do bem que estaria enfrentando o mal, no caso, o mau comportamento”.

O professor Denis Lerrer Rosenfield não fala especificamente sobre o cigarro, embora o inclua expressamente; fala também sobre o álcool e alguns alimentos “considerados daninhos ao organismo”. O problema de fundo é o mesmo – a demonização de uma coisa que, em si, é neutra, por causa dos efeitos maus indesejados advindos do seu uso – e tem tudo a ver com a “síndrome de Paulo Cintura” sobre a qual julgo já ter falado algures: a máxima “saúde é o que interessa, o resto não tem pressa” parece ter se transformado em um axioma incontestável dos tempos modernos. Todo católico sabe que saúde interessa, sem dúvidas, mas não é o que mais interessa; a salvação da própria alma é muitíssimo mais importante, por exemplo. Fazem-se, no entanto, de surdos e mudos diante da imposição do culto ao corpo hodierno.

A análise do texto não é do ponto de vista meramente moral, mas principalmente histórico e político. Fala que esta ingerência estatal nos hábitos dos cidadãos remonta à Alemanha Nazista. “A propaganda nazista não cessava de apregoar a virtude de seus dirigentes, ressaltando que Hitler era antitabagista, enquanto seus inimigos, como Churchill, Roosevelt e Stalin, eram adeptos do fumo, o primeiro, de charutos e os outros dois, de cigarros. […] Na perspectiva nazista, assinalada em sua propaganda, Hitler era um homem virtuoso, que se dedicava a combater o vício, enquanto os seus adversários eram capitalistas ou comunistas degenerados, frutos de uma civilização decadente. Tratava-se, portanto, para ele, de fazer um resgate da virtude, em contraposição aos que se dedicavam ao vício”.

Aqui, falo eu: se Estado arvora-se em guardião da moralidade dos atos – papel que, absolutamente, não compete a ele -, é realmente espantoso que tal Estado torne-se, mais cedo ou mais tarde, totalitário? Não é óbvio? Quem pode o mais, pode o menos: se até mesmo nas consciências e liberdades individuais o Estado pode imiscuir-se, e tal atitude é referendada pelo silêncio ou até mesmo apoio entusiasta dos cidadãos, como será possível impedi-lo de se meter em demasia nas relações sociais, na produção intelectual, nas atividades econômicas, na liberdade religiosa? Se o Estado é guardião do vício e da virtude, e a tal ponto que é capaz não apenas de combater o primeiro e favorecer o segundo, mas de definir mesmo o que é vicioso e o que é virtuoso… como escapar do monstro?

Caiu a Alemanha Nazista com o seu Führer vegetariano e anti-tabagista; no entanto, o saldo foi bastante negativo. Ao fim da Guerra, entre outras coisas, os alemães que se libertaram do jugo de Hitler adquiriram novamente o direito de comer gordura, beber e fumar. Não pensemos que é pouca coisa; foi com a supressão destes simples direitos – que, aliás, pressupõe poderes estatais nada simples e nada pequenos – que começou a ascenção do III Reich. Defendamos o que precisa ser defendido, por pequeno que pareça; a história é testemunha de que grandes erros iniciam-se sempre com [aparentemente] pequenos desvios.

Encerrando o dia

Revelado plano de Hitler para matar Pio XII. “Segundo Freytag von Loringhoven, nos dias 29 e 30 de julho de 1943, houve em Veneza um encontro secreto para informar ao chefe de contraespionagem italiano, o general Cesare Amè, da intenção do Führer de punir os italianos pela prisão Mussolini, com o sequestro ou o assassinato de Pio XII e do rei da Itália”. A reportagem original do Avvenire: Hitler voleva eliminare Pio XII.

Comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé sobre as anunciadas ordenações presbiterais da FSSPX: “não há nada a acrescentar ao que foi afirmado pelo Santo Padre em sua carta aos bispos da Igreja Católica no último dia 10 de março: (…) “Enquanto a Sociedade (de São Pio X) não tiver um status canônico na Igreja, seus ministros não exercem ministérios legítimos na Igreja (…) até que as questões doutrinais sejam esclarecidas, a Sociedade não tem status canônico na Igreja, e seus ministros (…) não exercem legitimamente nenhum ministério na Igreja”. As ordenações são, portanto, ainda consideradas ilegítimas”.

CNBB pede rapidez na aprovação do Estatuto da Igreja Católica. Enquanto isso, parlamentares divergem sobre o estatuto. A mesma lenga-lenga do “Estado Laico”, mas a pérola agora aventada é preciosa: “Eu sou contra porque não há um acordo entre dois estados que não se comparam: um é um estado teocrático e outro é um estado republicano”. São palavras do deputado Ivan Valente, do PSOL.

Juiz ordena prisão de padre e outros 5 pedófilos no México; reparem no título da matéria e no destaque que é dado ao “padre”. Na manchete, ele é pedófilo. Na primeira linha da reportagem, a conversa muda para “seis supostos pedófilos”. Diz ainda a reportagem que “após a detenção a Igreja Católica pediu que o religioso não fosse prejulgado”. Mas a presunção de inocência parece ser um princípio jurídico que não se aplica aos sacerdotes católicos.

– Esta tem mais a cara do Tubo de Ensaio: a Folha noticiou que cientistas revertem evolução e devolvem barbatanas a peixe. Darwin estava certo? Bom, o que os anti-clericais de todos os naipes precisam entender é que, ainda que Darwin esteja certo, isso não muda um milímetro a necessidade metafísica do Deus Criador. Derrubemos os espantalhos.

Duas ligeiras indicações

1. Prof. Valter de Oliveira, sobre Holocaustos e Crimes Católicos. “E é o que vemos na História da Igreja. Os apóstolos tiveram medo. Fugiram. A Virgem permaneceu fiel. Milhares de mártires morreram pela Fé. Muitos preferiram adorar ídolos. […] Em todo o século XX milhares de sacerdotes foram trucidados por todo tipo de criminosos e são motivos de glória para a Igreja. Outros foram infiéis. Por mil razões. Ou mil falsas razões”.

2. Maria Mariana, a autora de Confissões de Mãe, sobre a repercussão que teve o seu livro. É muito diferente da primeira impressão passada mas, a despeito da mudança de tom, mantém algo do seu valor. “Agrediu muito as pessoas também a minha opção de ter parado de trabalhar. Dizem que falo isso só porque sou rica! Peraí! Primeiro, não sou. Segundo, leiam o livro! Digo assim: ‘Devemos ficar (com o filho) o máximo de tempo possível para nós. E podemos aumentar este tempo reconhecendo o valor da maternidade em nossas vidas’. (…) [S]empre concordamos eu e André, que a minha presença com as crianças não tem preço. Se saísse para trabalhar meu orçamento ficaria muito mais caro, economicamente e emocionalmente”.

O Papa na Terra Santa 3: o ataque dos judeus e muçulmanos

Alguns judeus e muçulmanos insultam o Papa

12 de maio de 2009 (Catholic League)

Depois do Papa Bento XVI falar no Memorial do Holocausto Yad Vashem, o presidente da Direção [Directorate], Avner Shalev, embora tenha dito que a visita do Papa foi “importante”, lamentou que o Papa não tenha mencionado nem o anti-semitismo, nem os Nazistas. O Rabino Yisrael Meir Lau, presidente do Concílio de Yad Vashem e rabino chefe de Tel Aviv, falou que o discurso do Papa foi “desprovido de qualquer compaixão, qualquer arrependimento [regret]”. O porta-voz do Knesset [parlamento israelense], Reuven Rivlin, acusou o Papa de não pedir “perdão”, frisando que o fato do Papa ter pertencido (à força) à Juventude Hitlerista significa que ele carregava “bagagem”.

Em seguida à visita do Papa ao Yad Vashem, o líder palestino Sheik Taysir Tamimi abriu caminho à força até o púlpito em um evento inter-religioso pedindo ao Papa que lutasse por “uma paz justa para um estado Palestino e para que Israel parasse de matar mulheres e crianças e destruir mesquitas como ele fez em Gaza”; ele pediu [ainda] ao Papa que “pressionasse o governo israelense para cessar as suas agressões contra o povo palestino”.

O presidente da Catholic League, Bill Donohue, respondeu como segue:

“Quando o Papa falou em Yad Vashem, ele disse ter vindo ‘para ficar em silêncio diante deste monumento, erigido em honra da memória dos milhões de judeus assassinados na horrível tragédia da Shoah’. Avner Shalev não ouviu isso? E quanto a estas palavras do Papa? ‘Possam os nomes dessas vítimas nunca perecer! Possam os seus sofrimentos nunca serem negados, diminuídos ou esquecidos!’. O rabino Lau, que nunca perde uma oportunidade de dizer que não é o suficiente, envergonhou suas coortes [cohorts] quando disse que o discurso do Papa foi desprovido de compaixão. Quanto a Rivlin, ele deveria saber que não é o Papa quem precisa se desculpar pelos crimes dos Nazistas – sem dúvidas ele foi vítima deles. Alguma bagagem!

“O Vaticano rapidamente condenou o discurso cheio de ódio do Sheik Tamimi, como deveria ser. Onde estão os líderes muçulmanos para o condenarem? Há um tempo e um lugar para todas as coisas – e isso estava errado em ambos. Explorar a jornada do Papa por paz acenando para que ele agrida [bash] os judeus mostra quão fútil é ter um encontro inter-religioso com algumas pessoas. Evidentemente, Tamimi não entendeu o que ‘nunca mais’ realmente significa”.

ZENIT: anti-nazismo e anti-comunismo

Em ZENIT, dois coelhos com uma caixa d’água só: a Igreja perante o nazismo empenhada no auxílio aos judeus, e as desgraças provocadas pelo comunismo da União Soviética.

Contra o nazismo: “operação papéis falsos”.

«Nós, os judeus refugiados em Assis, não nos esqueceremos nunca do que se fez por nossa salvação. Porque em uma perseguição que aniquilou seis milhões de judeus, em Assis não afetou nenhum».

Contra o comunismo: “a grande fome da Rússia”.

«Hoje celebramos o 75º aniversário do Holodomor – a grande fome – que entre os anos 1932 e 1933 causou milhares de mortes na Ucrânia e em outras regiões da União Soviética durante o regime comunista».

O Papa expressou vivamente seu desejo de que«nenhum regime político possa jamais, em nome de uma ideologia, negar os direitos da pessoa humana e sua liberdade e dignidade», e aproveitou a ocasião para assegurar sua oração pelas «vítimas inocentes daquela enorme tragédia».