No final do mês passado, o Portal IG publicou uma matéria ridícula na qual dizia que os skinheads recebiam «orientação teórica» dos «seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da extinta TFP, que defendia a Tradição, a Família e a Propriedade) e [d]o jornalista Olavo de Carvalho». A acusação é um gritante despautério. Concedendo (para argumentar) que skinheads escutem o True Outspeak ou leiam o site do IPCO, é óbvio que eles não recebem “formação teórica skinhead” nestes canais. A insinuação é gratuita e caluniosa.
O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira protestou imediatamente contra este “jornalismo preconceituoso, mentiroso e sem averiguação dos fatos”. Disse o comunicado do IPCO que «[c]abe, pois, ao site Último Segundo, se quiser mostrar sua idoneidade e honestidade intelectual, um desmentido à injusta e descabida informação».
Não sei se o desmentido veio e, aliás, acho que não. Sei que quinze dias depois o Correio do Brasil reescreveu a reportagem (!), com quase as mesmas palavras e repetindo a insidiosa associação entre criminosos, Olavo de Carvalho e a TFP:
Quanto aos autores brasileiros, alguns jovens assistem a seminários promovidos pelo Instituto Plínio Correia de Oliveira (criador da TFP – Tradição, Família e Propriedade) e gostam dos escritos do jornalista Olavo de Carvalho. “Eu não quero dizer que Olavo de Carvalho seja amigo de todos eles por conta disso”, afirma Adriana [Dias, antropóloga da Unicamp].
O problema não é “dizer que Olavo de Carvalho seja amigo” de todos os skinheads. O problema é exatamente estabelecer uma relação (por remota que seja) entre as coisas ensinadas pelo Olavo de Carvalho / Instituto Plinio Corrêa de Oliveira e o neonazismo! Aliás, a despeito de estarem ambos os “autores brasileiros” mencionados juntos nas duas reportagens, é preciso deixar claro que há uma diferença muito grande entre o IPCO e o Olavo. Mas mesmo assim não há sombra de neonazismo em nenhum dos dois.
Eu não sei o que o Olavo ou o IPCO estão fazendo quanto a isso. Recebi pela manhã um email do Instituto pedindo que os leitores protestassem junto ao Correio do Brasil (no espaço de comentários da notícia), e reforço o pedido. Afinal de contas, é uma estratégia canalha vincular a imagem de grupos e indivíduos que defendem os valores tradicionais (como a vida e a família) no Brasil com a de criminosos neonazistas. Nós repudiamos com veemência o aborto, o gayzismo e também o nazismo. Qualquer insinuação de que as coisas sejam diferentes é calúnia barata.