Na esteira da festa da Assunção da Virgem Santíssima (celebrada ontem no Brasil), reproduzo abaixo este bonito artigo de Dom Fernando Rifan que recebi por email. Sua Excelência fala de Nossa Senhora Rainha, mas fala também sobre os dez anos da Administração Apostólica São João Maria Vianney que, na última década, tem realizado um insubstituível trabalho de conservação e propagação das riquezas tradicionais da Igreja Católica no Brasil, neste tempo de tantas confusões que vivemos.
Há dez anos, os padres de Campos regularizavam a sua situação canônica e voltavam, assim, às fileiras dos exércitos do Vigário de Cristo para desempenhar um importante e decisivo papel no combate à crise que assolava então – e ainda hoje assola – a Igreja de Nosso Senhor. Num mundo caótico onde a rapidez das mudanças (infelizmente, muitas vezes dentro das próprias estruturas eclesiais) ameaçava fazer perder de vista os valores eternos, o clero de D. Mayer reconheceu o mal que estava causando por conta de um combate marginal realizado à revelia da própria Igreja e, não raro, contra Ela própria. Perceberam, graças a Deus, qual era o seu papel. E voltaram!
O combate por certo não está terminado, e ainda há muita coisa para ser feita. A situação da Igreja, se hoje se encontra melhor do que há dez anos, ainda exige de nós católicos muito suor e muitas lágrimas. Mas a presença serena dos sacerdotes amigos da Administração nos dá forças para lutar e nos faz ver que, por piores que estejam as coisas, o Evangelho de Jesus Cristo, novidade perpétua e sempre o mesmo, tão antigo e tão novo, é fecundo ainda nos dias de hoje e, mesmo no nosso século, é capaz de dar frutos verdadeiros para o bem da Igreja, para a glória de Deus e a salvação das almas.
O nosso muito obrigado à Administração Apostólica. Que a Virgem Santíssima, Regina in caelum assumpta, possa continuar intercedendo por ela e, através de Suas mãos virginais, consiga aos padres de Campos e ao seu Administrador Apostólico todas as graças necessárias para que eles continuem perseverantes no Bom Combate, a despeito das decepções e das traições de hoje.
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NOSSA SENHORA RAINHA
Celebramos no dia 22 de agosto a festa do Imaculado Coração de Maria, Nossa Senhora Rainha, belos títulos de Maria, a Mãe de Jesus.
Na semana passada, celebramos a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, em honra da singular graça a ela concedida por Deus, levando-a em corpo e alma para o Céu. Honra singular, como fora a sua Imaculada Conceição. Deus antecipou nela a sorte que está reservada a todos os justos na Ressurreição final. O que já aconteceu com a Santíssima Virgem, acontecerá conosco, esperamos da misericórdia divina: será a nossa vitória definitiva sobre a morte, Por isso, sua Assunção nos enche de esperança e alegria, a nós, pecadores, que ainda gememos e choramos neste vale de lágrimas.
Na festa da sua Assunção, celebramos os 10 anos da criação da nossa Administração Apostólica e o 10º aniversário da minha Ordenação Episcopal, com uma belíssima Santa Missa Pontifical, com o maravilhoso sermão de Dom Fernando Guimarães, bispo de Garanhuns, com a presença de vários Arcebispos e Bispos da nossa região, de inúmeros sacerdotes, seminaristas, autoridades municipais e estaduais e cerca de dois mil fiéis vindos de diversas partes do nosso Estado e do Brasil. Agradecemos aqui mais uma vez a presença de todos e as inúmeras mensagens de congratulações recebidas, especialmente a do Santo Padre o Papa Bento XVI, do Núncio Apostólico, e de dezenas de Cardeais, Arcebispos e Bispos de todo o Brasil e do exterior, expressão da comunhão e amizade que muito nos honra.
A festa de Nossa Senhora Rainha é a continuação da sua Assunção. No Céu, a Virgem de coração mais humilde foi a mais exaltada, conforme prometeu Jesus: “quem se humilha será exaltado”. Foi recebida no Céu pelos coros dos anjos e coroada por seu Divino Filho, recebendo as honras da Santíssima Trindade.
Daí vem o piedoso costume da Coroação de Nossa Senhora, como sempre se fez e faz em muitas paróquias. Este gesto da coroação é simbólico. No século X, o rei da Hungria Santo Estevão consagrou o seu reino a Nossa Senhora, colocando a sua coroa aos pés da imagem de Maria Santíssima. O mesmo fez Dom Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, gesto repetido por Dom João IV, com oferta de vassalagem e promessa de feudo de Portugal a Nossa Senhora. Daí por diante os reis de Portugal não mais usaram a coroa, pois pertencia a Maria Santíssima, e todos são retratados sem coroa, tendo-a ao lado em uma almofada. A Rainha era a Mãe do Céu. O Brasil, pois, já estava incluído. Felizes tempos que tiveram tais governantes!
Em 1904, Nossa Senhora Aparecida foi coroada Rainha do Brasil. Em 1930, no Rio de Janeiro, então capital do país, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha do Brasil, foi proclamada oficialmente padroeira de nossa Pátria em ato solene realizado pelo Episcopado Brasileiro, na presença do Presidente da República, o Sr. Getúlio Vargas, de eminentes autoridades e de uma multidão de brasileiros, ufanos de ter tal rainha e patrona.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney