A nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB «sobre a eleição da Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados» é desconcertante. Eu sinceramente nem sei o que falar. Se por um lado é justo precaver-se contra a militância política do pastor que ofende e hostiliza católicos, por outro lado é fato inconteste que as propaladas «mobilizações da sociedade civil» contra o Dep. Marco Feliciano não têm por alvo outra coisa que não a visão tradicional de Matrimônio cuja defesa ostensiva tem marcado a atuação parlamentar do referido pastor.
Alguém já disse com muita propriedade que não importa quem esteja na presidência da CDHM: se for alguém com posições claras e inegociáveis a favor do Matrimônio tradicional será alvo da mesma truculência que hoje a turba anti-democrática devota ao pastor da Assembléia de Deus. O alvo dos manifestantes não é o pastor, e sim a repulsa ao “casamento gay” que ele personifica. O resto é só cortina de fumaça para disfarçar a intolerância dos que militam para conferir direitos ao vício sodomita.
É verdadeiramente lamentável que estejamos tão mal-representados na Câmara, mas o fato é que a causa pró-família aparentemente não conta, entre os parlamentares, com muitos deputados diferentes dos que formam a assim chamada “bancada evangélica”. E se a política é a arte do possível, considero que se juntar aos que atualmente se mobilizam contra o pastor é se associar perigosamente à causa gay. É no mínimo uma irresponsabilidade sem tamanhos! Afinal de contas, parece óbvio para qualquer um que possua percepção política que a única minoria “prejudicada” na CDHM sob o Marco Feliciano será a formada pelos homossexuais que querem subverter o ordenamento jurídico brasileiro com a introdução de privilégios descabidos para a própria “classe”. Os quilombolas não serão reescravizados, as mulheres não serão espancadas, os índios não serão chacinados, os nordestinos não serão expulsos do sul do país, nada; a única coisa que se pode realisticamente esperar da atuação do Feliciano na referida Comissão será o atravancamento da agenda gay, a única coisa que ele pode politicamente fazer é frear um pouco o galope alucinado a que o gayzismo avança no Brasil.
Criticar o pastor é chutar cachorro morto, e aparentemente nem a própria CBJP se pergunta os reais motivos escusos pelos quais de repente todo mundo começou a malhar o infeliz deputado! É óbvio que o Marco Feliciano não me representa; no entanto e infelizmente, ele representa (talvez por mera vacuidade política) a visão clássica de “Matrimônio” que eu e a maioria dos brasileiros esposamos. É justo questionar a seriedade do pastor sim, mas para ser honesto é preciso questionar a seriedade de todo o sistema de governo brasileiro e da própria noção de “democracia” tupiniquim, da qual o pastor não se afasta tanto a ponto de justificar o seu sacrifício com a simultânea preservação de todo o resto do edifício podre. E, principalmente, não é justo sacrificar o matrimônio tradicional pelo fato dele ser defendido por um larápio protestante. Esta é a situação que todo mundo deve ter bem nítida na consciência antes de apoiar “manifestações” contrárias ao Feliciano na CDHM.
Sobre a CBJP, eu não me lembro de ter lido nenhuma nota do órgão quando o Jean Wyllys foi eleito relator do Estatuto do Nascituro, por exemplo. Ao sr. Pedro Gontijo, portanto, eu recomendo menos seletividade na redação de notas oficiais; e, principalmente, que ele tome o devido cuidado para não vincular as suas posições pessoais à Conferência dos Bispos da qual o órgão que ele dirige faz parte. Afinal de contas, o Marco Feliciano não me representa, é fato, mas o Pedro Gontijo também não.