Debates públicos e questões morais

Alguém comentou sobre um debate, no programa do Ratinho de ontem (salvo engano), entre Silas Malafaia e uma deputada pró-gayzismo. Eu não tive ainda tempo assistir (alguém comentou no youtube), mas queria só fazer algumas rápidas considerações:

1. Sempre que existe algum assunto polêmico, a impressão que me passa é a de que a promoção de debates (e de enquetes também) é utilizada como mecanismo de tomada de posição, cabendo o critério de discernimento à oratória dos debatedores (ou à “vontade da maioria”, no caso das enquetes). Parece que nada é certo, e tudo pode ser pensado e repensado, ou decidido igualmente de uma forma ou de outra. Jamais se considera que certas coisas simplesmente não são passíveis de discussão. Sempre me lembro daquele texto (aliás, genial) que não estou conseguindo acessar agora, chamado “por que não a mamãe”. Ainda está no cache do google.

2. Ao mesmo tempo, a coisa é feita com um tão grande desleixo que eu tenho a sensação de que se intenta tirar toda a credibilidade do processo, toda a seriedade do assunto, toda a sua substância intelectual. O que raios é o programa do Ratinho, para pretender discutir um assunto de tão grande seriedade? Qual o nível do programa e dos seus espectadores? Do jeito que as coisas são feitas, parece haver uma vontade pensada de caricaturizar e de debochar, de esvaziar o assunto de sua gravidade, para que as pessoas não mais o levem a sério e, assim, possam aceitar levianamente “qualquer coisa” que se decida sobre ele.

3. Por que chamaram o Silas Malafaia e não, p.ex., o padre Lodi ou o padre Paulo Ricardo? Na minha opinião, foi também caso pensado. Porque uma coisa é a “Assembléia de Deus da Penha”, e outra completamente diferente é a Igreja Católica Apostólica Romana. A primeira não tem a credibilidade da Igreja de Cristo. É fundamental que a defesa da família e da Lei Natural seja tomada pela Igreja Católica, e haja uma identificação pública clara entre as duas coisas. Porque o protestantismo obviamente não é a capaz de oferecer a defesa que a situação atual exige.