Domingo, façamos história!

Preciso confessar que, aparentemente, minhas previsões políticas são uma verdadeira negação. Quatro anos passados, às vésperas das eleições, eu escrevi aqui que a diferença entre os então candidatos era «tão assustadoramente pequena que cada voto individual faz[ia], sim, diferença». Poucos dias depois, Dilma ganhava com uma vantagem de doze pontos percentuaisdoze milhões de votos. Há algumas poucas semanas, eu escrevi aqui que «Aécio não é o mal menor porque Aécio não está concorrendo». Hoje, a quatro dias do pleito, o candidato PSDBista aparece (no pior cenário!) em empate técnico com a sra. Rousseff…

Tenho vontade de dizer que o PT levou mais uma, mas não quero dar a essas linhas o tom desesperançoso que tal avaliação carrega. Apenas faço um comentário, uma avaliação moral e uma declaração.

O comentário: o Partido dos Trabalhadores está no poder há 12 anos. Doze anos é muito tempo; reis medievais houve – eu dizia mais cedo no Facebook – aos quais não foi concedido um reinado tão longo. Os efeitos psicológicos disso são bem fáceis de serem inferidos e verificados na prática. Em primeiro lugar, muitas pessoas simplesmente têm o PT como um arcabouço ontológico, um ponto de constância metafísico: FHC é um nome feio, Lula é uma lembrança bucólica da infância (ou, pior, um personagem dos livros de história) e o mundo político está começando agora, nas eleições de 2014. São pessoas que não possuem consciência de terem jamais vivido fora do modo petista de governar e, portanto, para elas é como se a mera concepção de um outro mundo (leia-se um outro partido na presidência) soasse estranha e se lhes afigurasse uma traição àquilo que elas “sempre foram”. Isto nos leva ao segundo ponto: a sensação de familiaridade com o Partido transforma-se, muito facilmente, numa espécie de xenofobia política. É esta a tônica das presentes eleições: os eleitores da Dilma votam na Dilma não por gostarem dela, mas por um verdadeiro medo de uma mudança de governo. Medo que – terceiro ponto – degenera em agressividade pura e simples, irresponsavelmente fomentada pelos altos escalões petistas: não me recordo de outra época em que os ânimos estivessem tão acirrados e em que os eleitores do candidato da oposição fossem tão fortemente percebidos (e, por conseguinte, tratados) como verdadeiros inimigos da Pátria.

[Alguém pode me dizer que também os “petralhas” recebem atualmente esse tratamento, ao que eu respondo que a diferença é que o PT é de fato inimigo da Pátria, haja vista o lamaçal de corrupção e o fundo do poço moral aos quais doze anos de desmandos petistas efetivamente nos conduziram – ao passo que, em relação a um PSDB (ou qualquer outro partido!) que há mais de década não tem sequer o exercício do poder com o qual poderia trair o Brasil, o ódio é dirigido não contra um governo de fato e verdadeiramente existente, mas sim contra uma mera figura mítica produzida pela retórica das esquerdas. Adelante.]

A longa permanência de um governo provoca um acomodamento pragmático; esta acomodação traz em seu bojo o receio das mudanças; este medo, por sua vez, degenera em simples discurso (e exercício) de ódio contra o diferente, consolidando assim o governo no poder por ainda mais tempo: eis o presente estado de coisas em que nos encontramos. E a oportunidade de ouro que temos agora é a de quebrar este círculo vicioso.

A avaliação moral: é evidente que Aécio Neves não é nenhum D. Sebastião e é igualmente óbvio que, do ponto de vista católico, um sem-número de críticas pode ser feito ao presidenciável. Está-se, contudo, diante de uma escolha entre a manutenção de um Governo que é no presente totalmente hostil à Igreja Católica e outro com o qual Ela provavelmente terá no futuro sérias divergências: a diferença de grau é ululante e não penso que pode ser seriamente negada por ninguém. Não há absolutamente nada moralmente reprovável que o Aécio prometa ou sinalize fazer que o PT não tenha já feito ou tentado mil vezes pior.

O Aécio pode não ser o mais entusiasta militante contra o aborto e ter idéias francamente insustentáveis com relação aos grupos LGBT, mas (e isso é fundamental) não concede a esses temas o status de coluna vertebral que o PT lhes devota. Não há o menor indício de que um possível governo tucano vá gravitar em torno desses temas, ou pelo menos não com a militância escancarada com a qual o PT os trata, e portanto não existe o menor óbice moral ao voto no neto de Tancredo Neves como se fosse “a mesma coisa” que votar na sra. Rousseff. Não é, e isso precisa ficar bem claro. Se para o expurgo do PT até mesmo o voto na Marina era aceitável, quanto mais o no Aécio! Não se trata, insista-se, de um “cheque em branco”, de um sinal de concordância para com todos os pontos do seu programa de governo ou de uma aceitação prévia de tudo quanto o presidenciável deseje pôr em prática no país. Ao votar no Aécio para impedir a vitória da Dilma, ninguém se torna moralmente co-responsável pelas atitudes anti-católicas que o ex-senador eventualmente venha a tomar. O voto é para tirar o PT da presidência: apenas isso, e ninguém precisa ficar com escrúpulos de consciência concedendo a este instrumento da cidadania um peso maior do que o que ele de fato possui.

A declaração: evidentemente, por tudo o que foi exposto, no próximo domingo eu vou votar em Aécio Neves. Entendo que não existe outra opção, dada a confluência destes fatores: i) o mal duradouro e certo que tem se mostrado o PT, ii) a evidente diferença de grau (no que concerne à Moral Católica) entre as duas candidaturas e iii) a razoável possibilidade de vitória. Se o PT não fosse um mal objetivo, se inexistisse diferença entre os dois candidatos ou se não houvesse possibilidade real de mudança, então seria talvez possível agir de outra maneira: nas atuais conjunturas, contudo, não.

Vale a pena! Os esquerdistas estão quais baratas tontas, ocultando sob os gritos da militância pública o verdadeiro pânico que interiormente estão sentindo de perder estas eleições. Do efeito simbólico de interromper a dinastia petista assim, praticamente a meio mandato, não nos é lícito desdenhar. Não podemos desperdiçar a chance – absolutamente real – de que a “primeira mulher presidenta” seja também o primeiro presidente a perder uma reeleição na história deste país – para usar a retórica tão ao gosto dos poderosos de hoje. E é preciso deixar claro que a quadrilha que tomou Brasília de assalto não nos representa; é preciso dizer com clareza que não estamos satisfeitos com o atual estado de coisas; é preciso afirmar, em público e com a voz tonitruante das urnas, que não aceitamos o confinamento neste curral ideológico onde, ameaçando-nos com o discurso do medo e do ódio, os atuais governantes do Brasil pretendem nos manter indefinidamente.

Faltam quatro dias: um Brasil diferente é possível. Coragem, perseverança e foco. Preparemo-nos nestes últimos momentos! Domingo, digamos um rotundo “não” a isso que aí está. Domingo, tenhamos a coragem de rejeitar aquilo que até então nos tem feito mal. Domingo, deixemos (de novo e mais propriamente) a esperança vencer o medo. Domingo, façamos história.

Curtas

– Pesquisa do Vox Populi comprada por petistas. “A informação é oficial, dada pelo próprio presidente do partido” – vejam aqui. Lembrando que o instituto foi o que teve o maior erro no primeiro turno, com 11 pontos percentuais. Não tem margem de erro que justifique a palhaçada.

Aliás, ontem foi divulgado o resultado da pesquisa do Ibope… com três dias de antecedência! Lembrando também que, semana passada, a pesquisa CNT/Sensus registrou empate técnico neste 2º turno.

O presidente nacional do PSDB chamou a pesquisa do Vox Populi de “sem-vergonha”. E foi pouco. Aliás, a pesquisa – mesmo comprada – deu 12 pontos de diferença (p. 8), e não os 14 que apareceram no programa eleitoral da Dilma de agora há noite. Realmente, se é para comprar a pesquisa, é preciso comprar grande…

* * *

– Notícia da mineira que estaria pedindo na Justiça que a Dilma lhe pagasse pensão parece ser mesmo hoax. Na verdade, embora tenha sido publicada em diversos jornais eletrônicos (como este de Porto Velho e este da Paraíba), a fonte de todos eles é este site chamado “Cata Geral”. A outra razão – esta mais forte – para achar que notícia é fake é o fato do nome do advogado citado não se encontrar (nem de longe) no site da OAB.

Interessante, no entanto, esta teoria do sr. Pancho Richards: a história “tem tudo para ser jogada, possivelmente feita pelo próprio partido, o PT, para desviar o foco da crise gerada pela venda de favores na Casa Civil, gabiente (sic) que Dilma comandou juntamente com Erenice Guerra desde a queda de José Dirceu, após a o mensalão”.  O mau português impede-me de dar muita credibilidade à notícia; mas, que a teoria é o que mais faz sentido sobre este assunto, ah, isso é.

* * *

– Vejam aqui a liminar do TSE sobre a operação da GestaPTo deste final de semana, onde foram escandalosamente confiscados panfletos que continham uma nota dos bispos da CNBB Sul 1.

“Após transcrever trechos do conteúdo dos panfletos, as autoras afirmam que “tais ‘informações’ – diga-se desde já, inverídicas e degradantes -, além de configurarem crimes contra a honra (injúria e difamação eleitorais), também se configuram em propaganda eleitoral negativa irregular, pois não estão presentes os requisitos legais para a propaganda por meio de panfletos e folhetos”. Nesse sentido, apontam, como violado, os artigos 38 da Lei 9.504/97, 242 e 243 do Código Eleitoral”.

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Site Petista convoca para combater a Igreja como “já foi traçado pelo companheiro Hugo Chávez”. E as máscaras continuam caindo, e as garras vão sendo cada vez mais ameaçadoramente postas para fora. Louvado seja Deus! É mil vezes melhor um inimigo declarado do que um falso amigo.

Vejam o texto no site que pede “mais vinte anos de poder” para o PT (!!!). O singelo título do post é “A igreja é contra o PT, vamos combatê-la”. As frases são primorosas. Os comentários entre colchetes e itálicos são meus:

  • Não iremos nos calar diante de calúnias ditas por padres suspeitos de servir a interesses escusos de nossos adversários [no caso, são os interesses de Deus, Adversário do PT].
  • A Igreja é que deve se submeter ao Estado, e não o contrário [claro, claro; faço apenas notar que a Igreja já estava aqui muitos séculos antes do primeiro petralha conspurcar o solo desta Pátria Mãe Gentil, e estará ainda aqui após o último deles desaparecer].
  • [Hugo Chávez] decretou a laicidade do Estado, e agora é o governo venezuelano que controla sua própria Igreja [vejam-se os “planos” dos petralhas: fazer com que o Estado controle a sua própria igreja!].
  • O PT já está processando a Diocese de Guarulhos (SP) por conta da tentativa de interferir no processo eleitoral, mandando imprimir panfletos que denigrem nosso partido e nossa candidata [ou seja, o PT está processando uma Diocese porque o bispo teve a “ousadia” de dizer a verdade sobre o PT!].
  • Nós acreditamos na liberdade religiosa, desde que a fé não seja usado como instrumento de dominação da vontade do povo por parte do Vaticano [trocando em miúdos, eles acreditam na liberdade religiosa contanto que os cidadãos sejam livres apenas para seguir a “igreja particular” que eles querem para o Brasil – o Vaticano, os cidadãos não podem seguir].
  • Temos que agir para que lideranças progressistas, como Leonardo Boff, ganhem espaço na hierarquia católica [hahahaha!].

Eis aí o PT! É isso que queremos para o Brasil?

As tentativas petralhas de inversão da realidade

Os que acompanham o Deus lo Vult! devem ter percebido que, de uns dias para cá, houve uma verdadeira enxurrada de comentários petralhas tentando, a todo custo, salvar a candidatura da sra. Rousseff. Tenho publicado quase todos.O fenômeno, aliás, está se reproduzindo em toda a internet, em outros blogs, no Orkut, no Twitter, etc. Muitos são simplesmente sonsos: teve uma senhora aqui no blog que teve a ousadia de perguntar se era verdade mesmo que a Dilma é abortista, ou se isso é invenção da mídia (!). Mas que mídia, minha senhora? Só nos últimos quinze dias é que a questão do aborto – graças a Deus! – chegou na grande mídia. Nos últimos anos fomos nós – blogueiros, sites católicos ou sites de mídia alternativa (como o Mídia Sem Máscara) – que sustentamos com todas as provas o abortismo do Partido dos Trabalhadores. Ao contrário, a mídia sempre se empenhou em ocultar isso a todo custo. “Invenção da mídia” é a Dilma que aparece no Guia Eleitoral. O seu abortismo e suas ganas totalitárias são ela mesma, quando não está em campanha.

Há pelo menos dois anos eu falo, aqui no Deus lo Vult!, sobre a sra. Rousseff (e, sobre o PT em geral, há mais tempo ainda). Há muitas coisas a serem lidas, e todas devidamente documentadas. O fato do PT ser abortista não é “invenção da mídia”, é a realidade nua e crua do Partido, confessada incontáveis vezes por ele próprio. O PT é um partido intrinsecamente abortista, para além de qualquer possibilidade de dúvidas sobre este assunto, e cooperar com este partido é, ipso facto, cooperar com o seu abortismo. Quem quiser provar que o PT não é abortista vai precisar reescrever toda a história do Partido, as resoluções dos congressos, os artigos publicados no site oficial, os programas de governo, as perseguições a políticos pró-vida, tudo. Não vão ser dois minutos em uma casa da gestante, transmitidos para o Brasil inteiro, que vão apagar o passado abortista da sra. Rousseff.

Mas, como se não bastasse a tentativa (frontalmente contrária à realidade básica dos fatos) de eximir o PT do seu abortismo, há petralhas empenhados em “demonstrar” que, dos dois presidenciáveis, o abortista mesmo é o José Serra (!), e a Dilma Rousseff é uma vestal impoluta. A cretinice chegou a níveis tão estratosféricos que nem mesmo os mortos escaparam da desonestidade intelectual do petralhismo. Em um Scrap que recebi no Orkut, o sujeito dizia: “Quem é a favor do aborto? Responde aí Pe. Léo…”, e então colocava este vídeo de uma homilia do falecido sacerdote sobre o assunto.

Que o sr. José Serra tem, nas costas, a responsabilidade por ter assinado a Norma Técnica do aborto é um fato incontestável que, aliás, fomos nós católicos quem sempre denunciamos. No entanto, inverter a realidade e transformar a abortista do PT em pró-vida militante contra o velho careca abortista é empulhação demais para a minha paciência. Eu até entendo uma pessoa que, em consciência, afirme não ser capaz de votar no Serra porque ele é um candidato muito ruim. Como também entendo os que dizem que nunca perdoarão a Dilma Rousseff por forçá-los a votar no Serra. No entanto, quaisquer motivos lícitos que possam ser aventados para não se votar no candidato do PSDB aplicam-se também, e em muito maior escala, para vetar o voto na sra. Rousseff. Dizer que não vai votar no Serra porque ele assinou a Norma Técnica do aborto e, por conta disso, votar na Dilma Rousseff, é hipocrisia da pior qualidade possível.

Não importam o que digam os petralhas. As denúncias à sra. Rousseff continuam com plena validade e com igual vigor. A ex-ministra do governo Lulla sempre foi abortista e, agora que viu que estava perdendo votos por conta disso, passou a mentir descaradamente e a insinuar-se a favor da vida. Mas as pessoas têm memória e, graças a Deus, hoje em dia existe a internet para não deixar mais as coisas caírem no esquecimento conveniente. Hoje não dá mais para reescrever a história, nem para inverter a realidade.

Kit Left Revolution & Direito de Resposta

O @vanguardapop retwittou recentemente. O vídeo é antigo, mas para quem não viu, vale muito a pena ver, porque é hilário.

E, ainda falando em Vanguarda Popular, os caras já divulgaram o direito de resposta petista concedido pelo TSE:

Satanás e Belzebu

Faço coro ao que o Murat disse hoje. O momento político que atravessamos exige, dos católicos, a determinação na defesa dos valores que são inegociáveis. Nosso apoio político precisa ter um preço. Não podemos vender os nossos votos para o primeiro monstro “menos feio” que aparecer em nossa frente, acusando a “falta de opções” do cenário político atual e arranjando mil e uma justificativas para esconder a realidade nua e crua: José Serra [ainda] não é um candidato que merece o voto católico.

A sra. Rousseff não o merece de forma alguma, e isso já está bastante claro para qualquer pessoa que tenha um mínimo de noção de política e de Doutrina Católica. Não vou insistir neste ponto. Os católicos não podem apoiar a ex-terrorista do Partido Totalitário. Quem “não concorda” com isso é porque, infelizmente, colocou a sua devoção partidária acima da Moral Católica. Tomo este assunto como já suficientemente concluído, pelo menos para efeitos deste post. Quero agora falar sobre outra coisa.

É fato inconteste que o PSDB é um partido mais aceitável do que o PT, porque aquele permite – ao menos! – a pluraridade das posições, enquanto que o PT obriga os seus afiliados a lutarem por uma agenda ideológica imoral e anti-católica, que inclui a defesa do aborto e de outras aberrações contrárias à Lei Natural. Se o pleito de outubro próximo fosse para votar simplesmente na legenda, PT ou PSDB, acredito que a opção por este último estaria já justificada. No entanto, não votamos somente nos partidos, mas também nas pessoas – e isso, ao contrário do que parecem querer fazer acreditar os entusiastas do sr. José Serra, precisa ser levado em consideração.

A militância pesada anti-PT e contra a sra. Rousseff é perfeitamente justificável: eu diria mais, é necessária, é obrigação moral de todas as pessoas que compreendem a gravidade da situação que o Brasil atravessa. Ela, no entanto, não pode ser confundida (a tentação é grande!) com o apoio entusiasta ao outro lado que também é inimigo da Igreja. Uma coisa é o sujeito que, com o coração na mão, com a consciência perplexa, em um eventual segundo turno entre a Dilma e o Serra, quando já esgotadas todas as possibilidades, vota neste último já pedindo perdão a Deus, justificando-se que é unicamente para que a ex-terrorista não seja eleita. Uma outra coisa, completamente diferente, é começar desde já a fazer campanha para o candidato do PSDB. Não se luta contra Satanás rasgando seda para Belzebu. O inimigo do meu inimigo nem sempre é meu amigo. Se as eleições de outubro forem (como parece que vão ser) Alien vs. Predador, não se pode simplesmente abraçar um deles e dedicar-se zelosamente à sua vitória. Depois que um monstro comer o outro, nós seremos as suas próximas vítimas. Isto é importante demais para ser esquecido.

Voltemos ao sr. José Serra. Alguém perguntou, certa vez, ao pe. Lodi qual seria o “mal menor” entre o PT e o PSDB. O reverendíssimo sacerdote falava especificamente sobre José Serra. Sobre o assunto, destaco:

Se você desejaria votar em José Serra (nem que fosse por exclusão), mas se vê impedido de fazê-lo por causa da triste Norma Técnica, clique no “link” abaixo. Você enviará uma mensagem instantânea, não apenas ao presidenciável, mas a sua equipe de “marketing”. Abrir-se-á uma janela com um texto, que você poderá modificar o quanto desejar.

JoséSerra: CompromissoRevogarNormaTécnica

Telefones úteis do Comitê José Serra:
Cristiane
(11)3646-1500 Bianca
(11)3646-1566 FAX

A data que tem no final da página é 21 de outubro de 2002 e, portanto, não sei se os telefones e emails apresentados ainda funcionam. No entanto, a questão moral permanece integralmente de pé. Um católico pode desejar votar em José Serra por “exclusão” mas, mesmo assim, ver-se impedido disso pelo fato do tucano ser abortista. Volto ao que disse acima: o candidato PSDBista, do jeito que as coisas estão hoje, não merece o apoio católico. E nós deveríamos valorizar o nosso apoio político, ao invés de o cedermos de bandeja para quem já tem culpa no cartório e não dá nenhuma garantia (de valor objetivo) de que não vai continuar a agir do mesmo modo. Abortista não merece confiança a priori. Isso deveria ser simples de entender.

Ao invés, portanto, de se engajarem em campanhas entusiastas a favor de um abortista notório, os católicos que não querem que a sra. Rousseff seja eleita deveriam – na minha modesta opinião – é pressionar o tucano (afinal, não dizem que ele é um democrata?) a assumir uma posição decente na defesa da vida humana, nas questões que são inegociáveis. Apoiá-lo alegremente, sem exigir nada em troca, é um erro de proporções monstruosas.

Aborto, PT, PSDB

Recomendo a extraordinária profusão de artigos importantes sobre as atuais conjunturas políticas brasileiras que o Taiguara disponibilizou no seu blog neste final de semana. As eleições de outubro próximo provavelmente serão dramáticas. É possível (aliás, provável) que cheguemos a um segundo turno entre a cruz e a espada, Satanás contra Belzebu, ou – como genialmente disseram na lista do Carlos Ramalhete – Alien vs. Predador. Que a Virgem Aparecida, padroeira do Brasil, tenha misericórdia de nós.

1. Em questão de aborto, não há “meio termo”. “Com o uso destes estratagemas, o PT tem comprado apoio à sua guerra contra as crianças brasileiras, em prol do abortismo e da morte. Cúmplices de uma autêntica política de pão e circo, católicos brasileiros se contentam com migalhas de dinheiro para a venda e prostituição de sua consciência. A situação mostra a que ponto chegou o materialismo: um reajuste salarial é suficiente para dar apoio ao morticínio de milhares de crianças indefesas, como o PT quer que se realize no Brasil”.

2. A hipocrisia do PT em questão de aborto e os idiotas úteis. “Mais que burro e estúpido, quem acredita e vota no PT é cúmplice de suas práticas criminosas e  será cúmplice do assassínio de crianças se este Partido da Morte – que Deus nos livre – conseguir aprovar o aborto no Brasil. Pronto, falei”.

3. José Serra e a Norma Técnica do aborto. “Assim, pois, a promessa do Sr. José Serra de que não tomaria a iniciativa pelo aborto se estivesse no Executivo é a priori inválida, dado que Serra já está em dívida com a sociedade e com as crianças brasileiras pela edição da Norma Técnica do Aborto. A pergunta que deve ser feita ao Sr. José Serra não é se ele vai tomar a iniciativa pelo aborto. A pergunta que deve ser feita é: se a Lei do Aborto for aprovada no Congresso, o senhor veta? […] Mais que isso, Serra deveria se comprometer – além de vetar qualquer Lei do Aborto – a reformular a Norma Técnica que ele editou e que facilitou o aborto no país. Porque, até o momento, em questão de aborto, o Sr. José Serra não está num nível melhor que a Sr.a Dilma Rousseff…”.

Duas declarações sobre o PNDH-3 para comparar…

[Tomei conhecimento, hoje, das duas declarações abaixo. Vou me abster, por enquanto, de tecer comentários. Apenas leiam.]

Nas ações programáticas do 3º Programa Nacional de Direitos Humanos  (PNDH-3), conforme é afirmado na Nota da Presidência da CNBB, de 15 de janeiro de 2010, encontramos “elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente”. Entretanto, identificamos também determinadas ações programáticas que não podem ser aceitas. Reafirmamos nossa posição, já muitas vezes manifestada, em defesa da vida e da família, da dignidade da mulher, do direito dos pais à educação religiosa e ética de seus filhos, do respeito aos símbolos religiosos, e contrária à prática e à descriminalização do aborto, ao “casamento” entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de crianças por casais homoafetivos e à profissionalização da prostituição.

A linha de continuidade que existe em torno desses pontos, entre os Programas de Direitos Humanos de 1996 (PNDH-1), de 2002 (PNDH-2) e de 2009 (PNDH-3), é reveladora de uma antropologia reducionista que está na base de certas formulações nas quais pretensos direitos são incluídos entre os Direitos Humanos, embora constituam a negação mesma de Direitos Fundamentais. Só uma visão integral de pessoa humana pode fundamentar corretamente os Direitos Humanos. Como afirmou o Papa Bento XVI, perante a ONU, em seu discurso por ocasião do 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em abril de 2008, “Tais direitos estão baseados na lei natural inscrita no coração do homem e presente nas diversas culturas e civilizações. (…) Contudo não se deve permitir que esta ampla variedade de pontos de vista obscureça o fato de que não só os direitos são universais, mas também o é a pessoa humana, sujeito destes direitos”.

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Declaração da 48ª Assembléia Geral sobre o PNDH-3

[Comparar com a seguinte]

O cerceamento da liberdade de pensamento e expressão pelo Estado compromete e condena a versão particularíssima de direitos humanos que o governo federal impingiu à Nação por meio do Decreto 7.037, de 21.12.2009.

[…]

Por sua abrangência e pretensa transversalidade, o referido Decreto equivale a uma mini-constituinte. Se outro mérito não tem, revela a verdadeira face ideológica de um governo que faz profissão de fé democrática, mas que, em conferências com sua militância (que pretende substituir a sociedade civil), conspira pelo obscurantismo.

DEM e PSDB
Nota do DEM e PSDB sobre decreto 7.037/09

[Domine, miserere nobis!]