Aviso – Missa na Forma Extraordinária em Recife

Atenção! A partir do próximo domingo (24 de abril de 2011 – Domingo de Páscoa), a Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano (missa tridentina) será celebrada não mais na Paróquia da Imbiribeira, onde vinha ocorrendo até então, e sim na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, na Rua Nova, no Centro da Cidade, ao meio dia.

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A mudança, entre outras coisas, objetiva facilitar o acesso dos fiéis que tinham dificuldades em se locomover até a Imbiribeira (na zona sul da cidade), disponibilizando a Santa Missa em uma área mais central; bem como utilizar-se de um “espaço litúrgico” mais adequado (uma igreja histórica, restaurada há não muito tempo) para oferecer o Santo Sacrifício da Missa na forma antiga [p.s.: para fins de curiosidade histórica, vale a leitura desta crônica da Igreja da Conceição dos Militares].

A Missa ficará ao encargo do revmo. Monsenhor Edvaldo Bezerra, já conhecido dos que assistem esta Santa Missa na Imbiribeira.

“Sua bênção, padre!”

Voltava para casa do trabalho. Saíra um pouco mais tarde e, portanto, estava enfrentando um maravilhoso e profundamente estressante congestionamento de fim de sexta-feira. Sozinho, o som do carro ligado, o pensamento divagando aqui e alhures em uma tíbia tentativa de não perder a paciência com a lentidão do trânsito. É sexta-feira, Passio Domini, e todo castigo para mim (pecador miserável!) é pouco…

De repente, olho para o celular. Seis da noite. Hora da Anunciação! Desligo o som e trago os meus pensamentos de volta para a saudação angélica que, a esta hora, fora pronunciada tão distante – no tempo e no espaço – do trânsito recifense. Repito a tradicional oração, relembrando aquele divino momento ao qual não pude estar presente: Angelus Domini nuntiavit Mariae. E, percorrendo as palavras já tão gastas e incontáveis vezes repetidas, as questiúnculas do fim do dia parecem pequenas e terrivelmente irrelevantes. O que importa é que, em algum lugar, o Anjo do Senhor foi enviado a uma Virgem. Esta Virgem disse fiat – faça-se! – à mensagem que o Altíssimo Lhe enviara. E então o Verbo Divino fez-Se Carne, e habitou entre nós. O que é o cansaço do fim da sexta-feira diante do drama desta curta história, já tantas vezes repetida mas jamais devidamente assimilada?

Oremus! Pedindo ao Altíssimo que, pela Paixão e Cruz de Nosso Senhor, possamos chegar um dia à glória da Ressurreição. E lembrando ao Todo-Poderoso que o pedimos também porque nos foi dado conhecer o Anúncio do Arcanjo. Porque vimos o início da história da Redenção, pedimos a Deus a graça de não perdermos a sua apoteose, a sua plena realização.

Gloria Patri, e sinal vermelho. Na calçada, do lado direito, vejo que está passando um padre meu amigo. Não perco a chance. Abaixo o vidro e grito: “sua bênção, padre!”. No meio da confusão de carros engarrafados, de semáforos fechados, de pessoas apressadas e solitárias, eu encontro um sacerdote do Deus Altíssimo! E assim, de repente, toda a impaciência cai por terra, todas as (automáticas) reclamações resmungantes perdem o significado, e eu até agradeço à Providência Divina pelos atrasos que me fizeram parar exatamente naquele sinal, exatamente no momento em que o sacerdote passava. Exatamente após o Angelus.

O padre me ouve. Levanta a cabeça, e me vê. “Deus te abençoe, Jorge!”. Eu agradeço e o cumprimento. O sinal abre, o carro da frente parte; não tive tempo para trocar sequer duas palavras com o amigo. Mas pude pedir-lhe a bênção, e pude ouvir-lhe a resposta. E que excelente forma de terminar a sexta-feira e voltar pra casa…

Que o Senhor da Messe possa mandar trabalhadores para sua Messe! Padres que possam oferecer ao Altíssimo o Sacrifício de Cristo em nosso favor. Padres que possam abrir para nós as portas do Céu e trazer-nos o Pão dos Anjos por alimento espiritual. Padres que nos possam enxugar as amargas lágrimas do arrependimento e, ouvindo os nossos pecados, conceder-nos o perdão de Deus. Padres que nos possam abençoar casualmente no meio do trânsito – lembrando-nos, no meio do torvelinho das nossas (às vezes tão fúteis) preocupações quotidianas, das coisas de Deus.

A propósito, vale a pena ver: sacerdote, presente de Deus para o mundo.

Carnaval IV

E chegamos à segunda-feira de carnaval com o problema posto, mas sem no entanto delinear ainda nenhuma solução. É fato que a alegria, em si, é uma coisa boa, como tivemos a oportunidade de discutir aqui. Também mostramos como é perfeitamente razoável que os dias anteriores à Quaresma sejam tratados com uma alegria e uma animação diferentes das habituais. Estes dois pilares são, digamos assim, os alicerces sobre os quais intentamos construir a nossa defesa do carnaval. No entanto, em desabono a estes dias, resta o fato – incontestável – de que esta festa conta com terríveis elementos de promiscuidade, de pecado, de ofensas a Deus. Por maiores e mais justos que sejam os argumentos favoráveis à diversão pré-quaresmal, um pecado é um pecado (ou, ainda, uma situação de pecado é uma situação de pecado), a favor do(a) qual não cabe nenhuma defesa e nem nenhuma tolerância. Então, o que fazer?

Não imagino que seja possível propôr soluções universalmente válidas para o problema. A tentação mais imediata de dizer “fuja do carnaval” esbarra na anti-naturalidade de se viver a Quaresma antes que a Igreja, de facto, estabeleça o tempo de jejum e penitência com o qual nos preparamos para a Páscoa do Senhor. Por outro lado, a outra tentação – de dizer “brinque carnaval!” – não parece ser aceitável por conta dos riscos à alma que este conselho via de regra comporta. Entre a cruz e a espada, assim, o que se pode fazer?

Alguém comentou aqui sobre os blocos líricos na volta do Recife Antigo (e me permito cantarolar as marchinhas pelas quais já confessei, anteriormente, o meu gosto: é lindo ver / o dia amanhecer / com violões e pastorinhas mil. / Dizendo, e bem, / que o Recife tem / o Carnaval melhor do meu Brasil!). E, com isso, eu volto a dizer algo que já delineei antes: eu sou um privilegiado por morar em Recife. Aqui, existem as marchinhas antigas que não guardam semelhança alguma com a promiscuidade que, hoje em dia, parece ser apanágio do Império de Momo. Aqui, nós temos frevo.

Comentava por esses dias com alguém sobre isso. Dizia que uma das coisas mais fantásticas no carnaval da minha cidade era o fato de não termos sucessos musicais temporários e descartáveis. “Qual o hit do carnaval 2011 em Olinda?” É fácil responder. É “Vassourinhas”, como foi no ano passado, no anterior e desde a primeira vez que eu subi as ladeiras da cidade antiga. Em um certo sentido, nós podemos dizer que temos um carnaval tradicional. Os frevos que escutamos hoje são os mesmos que os nossos pais escutaram. Minha mãe sabe cantar todas as músicas de carnaval que ainda hoje se escutam durante os dias de folia. E certamente ela não sabe cantar o “Rebolation” ou a música da Mulher Maravilha.

E, em uma situação dessas, é relativamente fácil encontrar uma solução para o carnaval. É relativamente fácil seguir o Bloco da Saudade pelas ruas do Recife Antigo sem que isso caracterize uma situação de pecado muito maior do que, sei lá, assistir a um musical antigo em um dos teatros da cidade. Se existe algo que pode salvar o carnaval, é este – chamemo-lo assim – “retorno às raízes”. Sei que (repito-me) não dá para generalizar isso para todas as festas de carnaval do Brasil afora; mas, aceitando o risco de incorrer em algum provincialismo pueril, este modelo de festas de rua parece-me absolutamente aceitável. Parece-me, aliás, o mais aceitável deles.

E a melhor maneira de brincar o carnaval é, portanto, em Recife? Sim e não. Sim, porque “Recife tem / o carnaval melhor do meu Brasil”, como cantamos durante esses dias. Não, porque o carnaval de Olinda e Recife infelizmente tem, como em toda parte, a sua quota de promiscuidade e de paganismo. Acho perfeitamente aceitável seguir um bloco de frevo antigo pelas ruas antigas da cidade. Em contrapartida, há lugares aqui em Recife e em Olinda nos quais eu, em consciência, não ouso estar.

E, também, não dá simplesmente para chamar todo mundo pra Recife (se bem que alguns amigos queridos eu bem gostaria de encontrar por aqui, nem que fosse somente durante as festas carnavalescas!). Como eu disse anteriormente, não pretendo aqui propôr soluções aplicáveis a todo mundo e a todos os lugares – eu nem teria conhecimento de causa para fazer isso. Por tudo o que falamos antes, a alegria carnavalesca é recomendável ao cristão; mas esta alegria precisa (óbvio) ser lícita, ser saudável. Por conta das tristes proporções que o Carnaval tomou, não sei (infelizmente) se isso é sempre possível. Talvez em alguns lugares, por conta simplesmente de falta de opções razoáveis, a fuga seja a única opção que reste a quem mantém firme o santo propósito de não ofender a Deus. Mas, quem puder cantar uma marchinha de carnaval antiga – pensando em mim! -, que o faça. Quem puder reunir alguns bons amigos para conversar, rir e cantar, que o faça. Quem puder divertir-se na santa alegria dos filhos de Deus, que o faça. Que cada um possa despedir-se do tempo comum da maneira que melhor puder. Depois de amanhã já é Quarta-Feira de Cinzas; estas são as últimas horas das quais dispomos para rir e brincar antes da Quaresma. Que brinquemos! É uma pena que esta alegria – repito, tão saudável! – seja obscurecida pela loucura do Carnaval. Não a deixemos morrer. Que tenhamos todos uma santa Quaresma. E, também – por contraditório que isso possa parecer! -, um santo carnaval.

Carnaval III

É claro que existem incontestáveis imoralidades no carnaval como hoje ele é celebrado. Negá-lo, é negar a os fatos tais e quais eles se apresentam – e este é um dos outros mitos do carnaval que precisa ser derrubado. Dizer simpliciter que o carnaval é uma festa neutra é falsear a realidade.

Não estou aqui simplesmente para fazer uma apologia do carnaval, é lógico. O carnaval não tem defesa. As escolas de samba do Rio de Janeiro parecem ter como conditio sine quae non a existência de mulheres (quando muito!) seminuas, e os grandes blocos de Salvador são uma festa onde a promiscuidade encontra cidadania. Não dá para defender este tipo de evento, naturalmente. Não é este o objetivo desta série de artigos.

Eu tive a sorte de nascer sob o império do frevo recife-olindense. É uma dança que não tem lá muitos chamativos sensuais: dança-se sozinho, exige uma boa técnica, as vestimentas e os passos da dança não pretendem possuir apelo sexual. Este é o carnaval que eu conheço, o carnaval da minha infância, das marchinhas antigas das quais tanto gosto! Naturalmente, não posso dizer que as ladeiras de Olinda são o último recôndito de moralidade durante os dias em que Momo impera. Mas (parece-me!) é muito mais fácil brincar carnaval de uma maneira lícita quando se escuta frevo do que quando se escuta samba ou axé.

E as pessoas que desejam simplesmente brincar o carnaval de uma maneira saudável encontram-se, durante os dias de folia, sem opções. Por um lado, existem as vergonhosas festas profanas das quais não se pode simplesmente participar (uma vez que evitar as ocasiões de pecado é um mandamento tão forte quanto o de evitar o pecado em si). Por outro lado, existe (as mais das vezes) uma completa vacuidade de opções legítimas para se divertir durante os dias de carnaval. É evidente que não me refiro aos retiros ou acampamentos: estes, existem em considerável número, mas me refiro àquelas opções que respeitam o direito do cristão de se divertir nos dias que antecedem o roxo quaresmal. São poucas estas possibilidades. Feliz de quem pode dispôr delas.

Se é importante resgatar o carnaval, é fundamental que isso seja feito por meio da substituição das festas profanas que conhecemos por outras festas, mais razoáveis, menos pecaminosas, mais adequadas aos filhos de Deus que só querem aproveitar os últimos dias antes da Quaresma. Hoje em dia, o dilema parece ser entre entregar-se à promiscuidade dos dias de Momo ou sacrificar a alegria carnavalesca. Não parece haver meio termo. E, durante estes dias de folia, é exatamente isso uma das coisas que mais faz falta.

Recife diz SIM À VIDA!

Hoje pela manhã ocorreu, na praia de Boa Viagem, a 4ª Caminhada Arquidiocesana “Sim à Vida”! O evento reuniu milhares de pessoas na avenida Boa Viagem. A concentração teve início às 09:00 no Castelinho, e seguiu até o Segundo Jardim – um percurso de mais ou menos três quilômetros, percorrido pelos manifestantes e por cinco trios elétricos.

Lá estive desde o início, e era por volta das 13:00 quando me despedi dos amigos, já ao final da caminhada. O evento foi um verdadeiro sucesso. Panfletos afirmando a importância de não se votar em candidatos abortistas – alguns inclusive citando nominalmente, entre outros, a sra. Dilma Rousseff – eram distribuídos entre as pessoas. Os trios elétricos entrecortavam músicas, orações e brados contra o projeto abortista em curso na nossa Pátria. A despeito do calor, as pessoas chegavam e permaneciam, caminhavam e engrossavam as fileiras daqueles que querem fazer ouvir a sua voz em defesa da vida humana inocente que, no Brasil, é vergonhosamente atacada.

O Arcebispo Metropolitano, Dom Fernando Saburido, esteve presente e desmentiu publicamente – embora sem citar nomes – a Obra de Maria, que recentemente enviou cartas para os católicos dizendo que “a Igreja (…) rezou, pensou e escolheu” dois candidatos para as eleições da próxima semana. O Arcebispo disse claramente que a Igreja não tem candidatos e que os fiéis não deviam acreditar em quem se apresentasse (ou fosse apresentado) como “candidato da Igreja”.

As pessoas que estavam na praia paravam para olhar a caminhada. Dos prédios na beira-mar, alguns moradores se debruçavam das janelas para verem a multidão passar gritando “não” ao aborto. Muitas pessoas que simplesmente estavam por lá juntavam-se aos manifestantes, para também darem o seu “sim” à vida. E o evento atingiu o seu objetivo: fez com que fosse ouvida a nossa voz, a voz do povo brasileiro, que é visceralmente contra o assassinato de crianças no ventre de suas mães. Parabéns aos que dedicaram a sua manhã de domingo para participarem desta importante manifestação pública! Que a Virgem Santíssima os possa recompensar com generosidade.

Abaixo, algumas fotos e vídeos, feitas do celular, que tencionam dar uma idéia das dimensões da caminhada. Em breve, quando conseguir outras, disponibilizo-as também aqui.

Aborto e PT; PT e Obra de Maria

1. Tudo sobre o aborto, via Wagner Moura. São “algumas informações históricas e documentais sobre o compromisso do PT com a legalização do aborto no Brasil, planejada internacionalmente”. O vídeo está muito bem feito, muito bem documentado, e merece ser amplamente divulgado.

2. Obra de Maria mente para católicos de Olinda e Recife, via Gustavo Souza. O motivo é o apoio descarado dado a dois candidatos (um dos quais petista), inclusive pedindo votos por meio de cartas entregues nas casas das pessoas! Leiam o texto do Exsurge, Domine! inteiro. Destaco:

A Obra de Maria mente descaradamente quando diz que “a Igreja [com “i” maiúsculo mesmo!], aliada a diversos movimentos, rezou, pensou e escolheu (!)” dois defensores da Doutrina Social da Igreja [que seriam Josenildo e Terezinha]. Mentira estrondosa! A Igreja não tem candidatos, a Arquidiocese de Olinda e Recife também não o tem! Será possível que mesmo quando uma coisa é repetida ad nauseam não entra na cabeça de algumas pessoas?

Escândalo! O comunismo, o abortismo, o gayzismo e… a Arquidiocese de Olinda e Recife!

ou “Eu, Masoquista II”

[Disclaimer: infelizmente, muni-me de uma câmera que não era minha para fazer as fotos que aqui vão apresentadas, e só reparei em casa que a data dela estava desconfigurada – de modo que as fotos foram registradas com o timestamp incorrecto. Unicamente para não confundir os leitores, utilizei-me do “ungido programa Photoshop” para apagar a data errada, pondo uma tarja preta no seu lugar. As fotos originais (as que vão aqui, bem como outras que não pus por questões de espaço) podem ser vistas no Picasa. Todas as fotos foram tiradas hoje, dia 07 de setembro de 2010, entre as dez da manhã e o meio-dia.]

“O Grito dos Excluídos é uma iniciativa da CNBB, que começou em 1995 com a Campanha da Fraternidade” – Dom Fernando Saburido, em entrevista veiculada no NE-TV do 07/09/2010 (00m46s).

Estive no Grito dos Excluídos. Comentei sobre o evento aqui, no Deus lo Vult!, ontem; vale lembrar que a Arquidiocese de Olinda e Recife anunciou que iria “disponibilizar mil bilhetes gratuitos para 18 paróquias de Recife, Jaboatão e Camaragibe”, apoiando assim o evento e incentivando os fiéis católicos a dele participarem.

Sabendo que Dom Aldo Pagotto, na vizinha Paraíba, afirmou que a Arquidiocese não apoiava o evento “porque nos últimos anos participam do evento entidades de movimentos que são contra dogmas e ensinamentos da Igreja Católica”, perguntei ontem se tais coisas também não se verificariam aqui em Recife.

E fiz questão de ir, para ver e para registrar. A concentração estava marcada para as oito horas; cheguei perto das dez. O Arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, estava já terminando de falar (foi dele o discurso na abertura da caminhada); não cheguei a ouvir o que ele falou. Vi, no entanto, a enorme bandeira da ONG gay “Leões do Norte”; como cheguei pelo lado oposto àquele pelo qual a marcha saiu, a referida bandeira com as cores de Baal foi a primeira coisa que eu vi. Para quem não se lembra, foi exatamente esta ONG quem queimou um boneco de Dom José Cardoso no ano passado. Hoje, eles estavam participando de uma caminhada junto com o atual Arcebispo Metropolitano.

Registrei os participantes do evento: a referida ONG gay, a abortista MMM (Marcha Mundial das Mulheres), um tal de “Grupo Mulher Maravilha” que estava fazendo “Defesa e Afirmação (…) do PNDH3” (assim, literalmente – vejam as fotos!), movimentos em favor do limite da propriedade da terra, um monte de comunistas (membros do PSOL, do PSTU, da CUT, et caterva), o senhor Arcebispo, vários religiosos e diversos leigos membros de paróquias. Assim, na mais completa promiscuidade, para vergonha desta Veneza Brasileira.

Fiz questão de seguir a caminhada. Da praça Oswaldo Cruz até o Pátio do Carmo. Em um certo momento, uma mulher que estava no alto de um dos trios pega o Microfone: “nós estamos aqui para defender o direito à vida das mulheres, porque há milhões de mulheres morrendo por falta de apoio do Governo na questão do aborto. O Governo tem que oferecer assistência às mulheres, nos hospitais públicos, quando elas decidem interromper a gravidez. E as igrejas têm que deixar de discriminar as mulheres que optam pela interrupção da gravidez”. Sim, isto foi dito com estas exatas palavras! Olhei para a frente. Alguns metros adiante, o senhor Arcebispo dava uma entrevista, um grupo de capuchinhos dançava coco e maracatu… ninguém se importava. Para escândalo e vergonha da Igreja de Olinda e Recife, uma mulher defendeu o aborto em alto e bom som, em uma caminhada da qual estavam participando também o Arcebispo Metropolitano e diversos religiosos e leigos católicos.

Os homossexuais do Leão do Norte balançavam o seu bandeirão ao longo de toda a avenida. Gritavam “viva a diversidade!”. Poucos metros adiante, o senhor Arcebispo continuava caminhando, e os capuchinhos continuavam dançando (coco, desta vez). Escândalo: padres, religiosos, leigos membros de pastorais e o Arcebispo de Olinda e Recife engrossavam as fileiras daqueles que estavam defendendo expressa e ostensivamente o aborto e a cultura gay. Ninguém protestava. Ninguém parecia se importar.

Chegamos à ponte e, na avenida Guararapes, um grupo do MTST tinha invadido um prédio. Quando o trio elétricou chegou lá, começou a gritaria eufórica no edifício público ilegalmente ocupado. O sujeito que estava em cima do trio começou a gritar inflamado: “saudamos os companheiros do MTST que invadiram um prédio para mostrar a força dos trabalhadores”. E, logo após, arrematou: “Invadam! Resistam!”. Sob uma chuva de aplausos. Bem perto, um sujeito envolto em uma grande bandeira da União Soviética conversava com uns transeuntes. Afastei-me.

Cheguei, por fim, exausto, ao Pátio do Carmo, destino final da caminhada. O senhor Arcebispo também lá estava, tirando fotos. Para completar o escárnio, a grande bandeira gay foi estendida na praça, diante da Basílica da Virgem do Carmo, onde várias pessoas tiravam fotos. Enquanto isto, uma grande ciranda atraía a atenção de todos. Desisti, e voltei para casa.

Vale a pena perguntar: o que o Arcebispo estava fazendo em uma caminhada onde se defendiam o comunismo, o aborto, o gayzismo, o uso de preservativos e tantas outras imoralidades? O que a Arquidiocese tem a ver com estes escarnecedores da Igreja, para dar-lhes apoio e aumentar-lhes o número? E quanto às pessoas – havia tantas! – que, muito provavelmente sem saber do que se tratava o evento, fizeram-se presentes por conta da divulgação feita pela Arquidiocese e pelas paróquias – e, lá chegando, depararam-se com mulheres defendendo o aborto e travestis vestidos com as cores do arco-íris? O que justifica este conluio promíscuo entre os filhos da Igreja e os de Satanás? Qual a razão do silêncio das autoridades eclesiásticas sobre estas imoralidades e – pior ainda! – do apoio entusiasta a elas dado, a partir do momento em que estavam todos – Arcebispo, padres, religiosos, leigos – “caminhando e cantando e seguindo a canção”, dançando e sorrindo lado a lado com inimigos declarados da Igreja Católica?

Abaixo, algumas fotos. Para protestar junto ao senhor Arcebispo: dfsaburido@uol.com.br

[P.S.: chegaram-me aos ouvidos algumas reclamações de que eu teria divulgado o email pessoal do sr. Arcebispo. Sinto informar, mas não sou o autor de semelhante indelicadeza. Apesar dele não ser (como eu originalmente pensei) o oficial disponível no site da CNBB, é um email público há muito tempo disponível na internet; por exemplo, está no Catolicanet há mais de cinco anos. Portanto, não divulguei absolutamente nada que já não fosse de conhecimento público.]

E que Deus tenha misericórdia de nós.

Eu, masoquista

Eu “fui ao comício”, ontem, no Marco Zero, onde o presidente Lula estava com sra. Dilma Rousseff e mais uma cambada de “companheiros”. Estava em dúvidas sobre se era moralmente aceitável “sentar-me à roda dos escarnecedores”; disse a mim mesmo que a minha ida seria por questões jornalísticas, e me tranqüilizei. Depois, fiquei pensando se o lugar não era perigosamente propício a ser alvo de uma chuva de fogo e enxofre, enviada pela Justa Ira Divina por tanto tempo já contida; mas pedi à Virgem Santíssima que sustentasse, ainda mais um pouco, o braço do Seu Divino Filho, e me tranqüilizei. Pensei, por fim, se a minha ida não iria aumentar a repercussão do evento, “engrossando” o número de participantes do comício que iria ser noticiado no dia seguinte; mas pensei que, afinal, a praça é pública – a praça é do povo – e eu poderia, perfeitamente, ao invés de “ir ao comício”, ir ao Recife Antigo tomar cerveja. Tecnicamente, seria o presidente quem estaria discursando junto ao meu barzinho. Encontrei, assim, a causa com duplo efeito que eu precisava para dirimir de vez os meus escrúpulos, e me tranqüilizei. Camisa preta – luto -, pus-me a caminho.

Cheguei perto das dez horas da noite. Algumas pessoas estavam já voltando, mas o senhor presidente ainda estava falando e, considerando o tempo que ele falou depois disso, acho que cheguei bem no início do seu discurso. A praça do Marco Zero parecia estar lotada, mas era pura armação: fizeram um “labirinto” com aquelas grades móveis por toda a praça, exigindo que as pessoas dessem voltas e mais voltas para chegar ao centro e induzindo-as, assim, a ficarem no perímetro, fora das grades. Para quem via de longe, passava realmente a impressão de que o Marco Zero estava lotado. Mas eu, que nunca tive medo de multidão, fui até o centro da praça: praticamente vazia. Havia até mesmo pessoas sentadas no chão.

O Jornal do Commercio falou em 25.000 pessoas. Mas, ao menos quando eu cheguei, não tinha nada nem perto disso, pelos motivos acima explicados: a praça estava vazia, as ruas estavam transitáveis, só havia aglomeração de pessoas no perímetro da praça e, neste, não cabem 25.000 pessoas nem que elas estejam, em quatro níveis, uma em cima da outra. Mas, enfim. Engenhosa a tática petralha, é forçoso reconhecer.

A sra. Rousseff não falou; ou, então, eu só cheguei depois que ela já tinha falado. Por uma longa e enfadonha hora, eu só ouvi o senhor presidente. Lula fez questão de dizer era necessário votar nos deputados – nos “companheiros”… – que apoiavam o Partidão, que era preciso eleger Humberto e Armando senadores, Eduardo governador (para que Pernambuco avançasse “30 ou 40 anos em 8”) e Dilma presidente. Foi muitas vezes interrompido por aplausos. Mas houve três situações curiosas no discurso do senhor presidente.

Uma: falando sobre Humberto Costa, que foi ministro da Saúde, disse que ele havia feito muito por Pernambuco – aplausos. Que era uma pessoa séria e honesta, blá-blá-blá – aplausos. Que, no entanto, não havia feito mais (aqui, o presidente elevou a voz; estava quase aos gritos) porque os inimigos dele o haviam traído, votando contra a CPMF e tirando da saúde não-sei-quantos-milhões que já estavam destinados para não-sei-o-quê. E não houve mais aplausos. E os sonoplastas bem que poderiam introduzir, neste momento, o clássico som de grilos cricrilando. Ao que parece, nem os próprios petralhas estão dispostos a defender a CPMF do Governo.

Duas: falando sobre as mulheres. O presidente teve um surto de lucidez, e começou a falar um monte de coisas politicamente incorretas: que são as mulheres que carregam por nove meses no ventre um ser humano, que são as mulheres as responsáveis pelo lar familiar, que são as mães que ensinam os filhos a falarem, que são as mães que acordam de madrugada quando o menino está chorando, e não os pais, que são as mães que dão o peito quando o menino está com fome, e não os pais, et cetera. A clássica separação de papéis dentro do Matrimônio à qual a modernidade tem tanto ódio! E lá estava o Lula, em um ato falho, a defendê-la: afinal, se Deus falou um dia através da boca de uma mula, por que da boca do Lula não poderia sair alguma coisa que prestasse, alguma vez na vida? Mais uma vez, os sonoplastas teriam trabalho neste momento, porque o discurso – inflamado! – não arrancou aplausos da petralhada. E o presidente achou melhor mudar de assunto.

Três: rasgando-se em elogios à Dilma. Disse que ela era uma mãe, e que ele gostava tanto e confiava tanto nela que poderia dizer, com toda a honestidade, que, “se não tivesse a Marisa” [aqui eu já comecei a rir, imaginando o que diabos ele iria falar], e ele “tivesse um filho [pequeno]”, entregaria o filho para a Dilma criar (!). Pasmem, isto foi dito desse jeito! Lula, em menos de um minuto, ofendeu a primeira-dama, demonstrou total descaso pelo seu hipotético filho (como assim, “dava para a Dilma criar”? Fala que casava com ela, Lula!) e agrediu mortalmente a presidenciável feminista (porque criar filho é tudo o que gente dessa laia não quer fazer)! E eu, esforçando-me para segurar as gargalhadas, afastei-me um pouco da praça. O ambiente era hostil a ponto de ser contrário à prudência debochar do senhor presidente. Mas, que deu vontade… ah, isso deu.

Por volta das onze horas da noite, o presidente despediu-se, disse “muito obrigado” e os militantes – que carregavam cartazes e bandeiras – desapareceram em um piscar de olhos. Nem sequer esperaram para tentar bater fotos, ou cumprimentar algum dos candidatos, nem nada: veio-me à mente a maliciosa comparação com empregados de uma fábrica que ouvem o toque da sirene anunciando o final do expediente. Também não seria eu a esperar mais nada: voltei à minha cerveja. Agradecendo a Deus por ter sobrevivido ao comício. Brindando ao Papa. E pedindo ao Altíssimo misericórdia para o Brasil.

“Ensina-nos a rezar”

Os meninos do ECyD evangelizaram com o seu testemunho e dedicação a Cristo, em uma manhã de domingo. Muitas pessoas pediram para que ensinassemos a rezar o terço, e os pequenos explicaram muito bem. Ainda existe muito a ser feito, mas Cristo é a nossa força!

Foi em maio. O vídeo saiu esta semana. O bonito trabalho dos pequenos é extremamente louvável – de uma tremenda necessidade para os dias de hoje. Vejam:

A proposta é extremamente simples: reservar um domingo para distribuir terços no parque da Jaqueira, entre as pessoas que lá estavam. Não custa quase nada. E os frutos são valiosos.

Ensinar as pessoas a rezarem o terço! Estamos falando de pessoas adultas. Às vezes eu fico pensando como é possível que ninguém nunca tenha se preocupado em ensinar os católicos a desfiarem um terço em honra à Virgem Santíssima. No entanto, mais do que reclamar, importa fazer – e, nisso, os meninos do ECyD estão de parabéns.

Celebração – 10 anos de Episcopado de Dom Fernando Saburido

Encaminho a notícia conforme recebi por email. Dom Fernando Saburido completa na próxima sexta-feira dez anos de episcopado e, hoje, um ano à frente da Arquidiocese de Olinda e Recife. Que a Virgem Santíssima o possa abençoar, guiar e proteger, fortalecendo-o sempre contra todos os inimigos de Cristo – de dentro e de fora – e conservando-o sempre no estreito caminho que agrada a Deus.

P.S.: Vejam o Ramalhete Espiritual pelos dez anos de Sagração Episcopal de Dom Fernando Saburido, e contribuam. Sejam generosos. Ele precisa.

* * *

A Arquidiocese de Olinda e Recife celebra no próximo dia 20, a Missa em Ação de Graças pelos 10 anos de Episcopado de dom Fernando Saburido e o 1º ano de pastoreio na arquidiocese. A solenidade será no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, a partir das 20h.

Dom Fernando Saburido presidirá a Concelebração Eucarística, que contará com a presença e participação do clero da arquidiocese. Todos os católicos estão convidados para louvar a Deus pelo aniversário da sagração Episcopal de dom Fernando.

Local: Santuário do Sagrado Coração de Jesus
Rua Dom Bosco, 551, Boa Vista, Recife/PE
Horário: 20h