Parabéns, pe. Nildo!

40 anos de vida, 10 anos de sacerdócio. Ontem foi o aniversário do reverendíssimo padre Nildo Leal de Sá, pároco da Paróquia de São Sebastião e São Cristóvão, na Imbiribeira. Apesar da chuva, lá estive; para agradecer ao Bom Deus pelo bom padre que Ele nos enviou. Para pedir-Lhe que ele seja sempre fiel, independente das tribulações que porventura tenha que atravessar. Que digo? Independente das tribulações que certamente terá que atravessar. E talvez eu devesse ousar ainda mais: que seja fiel devido às tribulações que precisará atravessar. Porque os sofrimentos são o distintivo dos cristãos; o mundo não entende essas coisas, nem as entende quem é do mundo.

O cristão – e de modo particularíssimo o sacerdote – não é do mundo, a despeito de estar por aqui. Aponta-nos o Céu, conduz-nos para Deus, leva-nos para o Alto! Ainda no dia anterior, no domingo, o pe. Nildo recordava, na homilia, a clássica passagem de São João Maria Vianney a caminho de Ars. O santo, viajando para a sua nova paróquia, sem saber exatamente onde ficava o vilarejo, encontrou-se com um garoto na estrada. “- Como faço para chegar a Ars?”, “-Vá por ali, seu cura” – apontara o pequeno. E o sacerdote sentenciou: “tu me mostraste o caminho de Ars; eu te mostrarei o caminho do Céu”.

O sacerdote não é deste mundo! Não se lhe exige que saiba das coisas do mundo. Espera-se dele, sim, que saiba o caminho do Céu, e que esteja disposto a ensiná-lo às almas que a Divina Providência lhe confiar. Não é necessário saber chegar a Ars para se ser santo. E, em um mundo onde tantas vezes encontramos excessivos cuidados com as coisas desta terra, reconforta-nos ver um sacerdote como o padre Nildo, dedicado às coisas do Céu.

Que seja fiel, que seja santo; é o que mais sinceramente desejo. Como eu dizia acima, por causa mesmo das tribulações que atravessará, porque Deus não é Deus de poucas coisas e, já que é para pedir, peçamos coisas grandes, as quais por nossos próprios méritos nem mesmo ousaríamos esperar – como foi rezado em uma das orações de ontem. Que se santifique não meramente vencendo os empecilhos provocados pelos sofrimentos, mas utilizando-se dos próprios sofrimentos como meio privilegiado de santificação; como matéria de sacrifício, a ser oferecida ao Pai Santo em união às dores de Nosso Senhor no Calvário. Vêm-me à mente os versos da Irmã Dutra que já pus aqui outra vez, mas que são extraordinariamente adequados à vida sacerdotal e, por isso, trago-os de novo na íntegra:

* * *

De manhã,
quando a lâmpada da noite se apaga…
e a suave luz da aurora enche
de ouro as cândidas corolas
e os cálices dos lírios, eu me ergo
e subo os degraus do Vosso Altar
para – trêmulo e comovido – celebrar
o mistério do Vosso Amor profundo…

De manhã,
Quando eu ordeno onipotente
e Vós aniquilado como servo,
em silêncio, desceis às minhas mãos…
Quando, Senhor, eu Vos imolo e Vos elevo
e, rasgando o Vosso peito dolorido
arranco, pulsando, o Coração
para fazê-lo sangrando e, assim ferido
uma migalha paupérrima de pão…
Quando reduzo um Deus três vezes forte
à impotência, à última expressão,
é que sois VÍTIMA e eu o sacerdote!

Mas, depois, dia afora,
– quando eu desço a montanha sagrada para a luta,
vou ao campo que me destes por partilha,
na renúncia total absoluta,
sangrar os meus pobres pés feridos
nos trilhos que me deixastes, já marcados
com o Vosso rastro divino e ensagüentado,
sem ter, para os lábios ressequidos,
outra fonte que a ferida gotejante
que, de manhã, rasguei em Vosso peito…
Quando eu sinto o Vosso amor me devorando
sem nunca Vos sentirdes satisfeito…
Quando, exausto, eu ergo a minha fronte
buscando com ansiedade no horizonte,
uma nesga iluminada do Infinito
para matar a minha sede de mais luz
eu não diviso, senão, os braços nus
de uma cruz, em um cume de granito…
Quando, só, despojado, incompreendido,
depois de ter dado sem medida,
o suor… o sangue… e até a vida,
eu sinto o Vosso golpe redentor,
e sou – como sândalo – cortado e retalhado,
para que, só Vós, Senhor,
o aroma sintais do meu Amor…

E, à noite, quando chega a solidão,
exausto… moído de cansaço
e, olhando como o homem do fracasso,
não recolho, entre espinhos – e misturado
com o joio – senão o grão escasso
do meu campo que só há de florescer
e lourejar, depois que eu for lançado
no túmulo – para ser o grão fecundo,
é que estou – como homem consagrado
lentamente… consumindo a Vossa morte!
Estou sendo, Senhor, o Vosso PÃO,
Vossa VÍTIMA e Vós o SACERDOTE.

* * *

E é esta santidade que desejo, ó Deus, ao reverendíssimo sacerdote e caríssimo amigo: a do “sândalo (…) cortado e retalhado” para exalar um perfume agradável a Vós; a do “homem do fracasso” que não obtém nesta vida os frutos do seu trabalho; a do filho que se sente devorado pelo Vosso amor, “sem nunca Vos sentirdes satisfeito”; a do “homem consagrado lentamente… consumindo a Vossa morte”.

Parabéns, padre Nildo. Ad multos annos! Abaixo, algumas fotos da celebração.

De manhã,
quando a lâmpada da noite se apaga…
e a suave luz da aurora enche
de ouro as cândidas corolas
e os cálices dos lírios, eu me ergo
e subo os degraus do Vosso Altar
para – trêmulo e comovido – celebrar
o mistério do Vosso Amor profundo…

De manhã,
Quando eu ordeno onipotente
e Vós aniquilado como servo,
em silêncio, desceis às minhas mãos…
Quando, Senhor, eu Vos imolo e Vos elevo
e, rasgando o Vosso peito dolorido
arranco, pulsando, o Coração
para fazê-lo sangrando e, assim ferido
uma migalha paupérrima de pão…
Quando reduzo um Deus três vezes forte
à impotência, à última expressão,
é que sois VÍTIMA e eu o sacerdote!

Mas, depois, dia afora,
– quando eu desço a montanha sagrada para a luta,
vou ao campo que me destes por partilha,
na renúncia total absoluta,
sangrar os meus pobres pés feridos
nos trilhos que me deixastes, já marcados
com o Vosso rastro divino e ensagüentado,
sem ter, para os lábios ressequidos,
outra fonte que a ferida gotejante
que, de manhã, rasguei em Vosso peito…
Quando eu sinto o Vosso amor me devorando
sem nunca Vos sentirdes satisfeito…
Quando, exausto, eu ergo a minha fronte
buscando com ansiedade no horizonte,
uma nesga iluminada do Infinito
para matar a minha sede de mais luz
eu não diviso, senão, os braços nus
de uma cruz, em um cume de granito…
Quando, só, despojado, incompreendido,
depois de ter dado sem medida,
o suor… o sangue… e até a vida,
eu sinto o Vosso golpe redentor,
e sou – como sândalo – cortado e retalhado,
para que, só Vós, Senhor,
o aroma sintais do meu Amor…

E, à noite, quando chega a solidão,
exausto… moído de cansaço
e, olhando como o homem do fracasso,
não recolho, entre espinhos – e misturado
com o joio – senão o grão escasso
do meu campo que só há de florescer
e lourejar, depois que eu for lançado
no túmulo – para ser o grão fecundo,
é que estou – como homem consagrado
lentamente… consumindo a Vossa morte!
Estou sendo, Senhor, o Vosso PÃO,
Vossa VÍTIMA e Vós o SACERDOTE.

Aviso

Ando sumido. Reconheço. Estou com uma quantidade absurda de coisas acumuladas inadiáveis para fazer – vida profissional, vida acadêmica, vida espiritual. Falta de organização. Mea culpa. Um dia eu aprendo…

Hoje é o aniversário do revmo. pe. Nildo Leal de Sá, da paróquia da Imbiribeira: quarenta anos de vida e dez anos – em comemoração antecipada – de sacerdócio. Daqui a pouco, às 19:00, Santa Missa em Ação de Graças na Imbiribeira, com três bispos (incluindo o nosso Metropolita) e mais alguns padres amigos. Lá irei; peço uma ave-maria pelo querido sacerdote. Para que tenha as forças necessárias para perseverar, sempre.

Depois de amanhã começa o EJF 2010. Tudo indica que o ritmo das postagens vai, ao menos ao longo desta semana, diminuir um pouco. Mas depois há-de melhorar.

Convite – Curso de Doutrina Social da Igreja

[Reproduzo, conforme recebi por email. O curso é bastante oportuno, e tanto os organizadores quanto os palestrantes são pessoas sérias e comprometidas com a Doutrina Católica. Recomendo a todos os que puderem participar.]

Venha a nós o Vosso Reino!

Estimados em Cristo,

Gostaria de fazer-lhes um convite.

O período eleitoral se aproxima e, como católicos que somos, recai sobre nossos ombros uma imensa responsabilidade. Responsabilidade não apenas na escolha daqueles que nos representarão nas casas legislativas e no governo, mas, principalmente, na formação de nossas consciências para uma autêntica ação social cristã.

Alguns católicos, seja por ignorância ou seja por apego a alguma ideologia, infelizmente preferem separar o âmbito da Fé do âmbito da política. Todavia, tal comportamento revela-se um enorme equívoco, uma vez que o católico verdadeiro deve saber colocar em primeiro plano a sua Fé, orientando suas decisões de acordo com à Vontade de Deus expressa na Revelação Sagrada cuja Fiel Depositária é a Santa Igreja Católica, Coluna e Sustentáculo da Verdade (cf. 1Tm 3, 15), afinal, assim nos ensina Nosso Senhor: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33).

Isto posto, diante do quadro político atual é natural que surjam dúvidas acerca de qual deve ser a escolha correta – ou, no mínimo, a menos nociva – para o eleitor católico. Sabemos bem que a Igreja não apóia partidos e nem candidatos, antes, ela nos aponta princípios pelos quais devemos guiar tanto as nossas escolhas políticas quanto a nossa atuação social. Tais princípios encontram-se sintetizados naquilo que chamamos de Doutrina Social da Igreja.

Por quais motivos a Igreja condena o socialismo? Por quais motivos a Igreja não apóia todas as práticas ditas “liberais“? O que falar do capitalismo? No intuito de dar respostas satisfatórias a estas e a muitas outras perguntas, o Movimento Regnum Christi promoverá em Recife um Curso de Doutrina Social da Igreja, voltado para a conscientização do autêntico cidadão católico. Todos vocês estão convidados a tomarem parte deste importante evento, que ocorrerá nos dias 30/07, 31/07 e 01/08 conforme planejamento abaixo:

Sexta, 30/07:
Missa de abertura na Paróquia das Graças, às 19h00 . Após a Missa, seguiremos para o salão paroquial da igreja, onde teremos uma breve introdução ao assunto que será estudado durante o curso.

Sábado, 31/07, no auditório do Círculo Católico de Pernambuco: Palestras das 8h30 às 12h00, com Coffee Break; Almoço (não incluso) até as 14h00; Palestras das 14h00 às 17h00.

Domingo, 01/07, no auditório do Círculo Católico de Pernambuco: Palestras das 8h30 às 12h00, com Coffee Break;

O palestrante será o Pe. Deomar Guedes, LC, Reitor do Seminário Maria Mater Ecclesiae do Brasil (São Paulo) e um grande conhecedor da Doutrina Social da Igreja. Ele fundamentará sua palestra na obra “As Três Cidades: O Conteúdo da Mensagem Social Cristã”, de Patrick de Laubier, que aborda os princípios e as fases do desenvolvimento da mensagem social cristã na história.

O investimento será de apenas R$ 15,00 por pessoa.

Espero poder contar com a presença de todos vocês neste importantíssimo evento em nossa cidade. E, se não for pedir demais, peço que divulguem o convite entre os seus amigos e conhecidos.

Aos que pretendem comparecer, peço que me retornem este e-mail confirmado a presença com os seguintes dados: Nome, Paróquia, Endereço e Telefone.

Para os que puderem pagar antecipadamente para ajudar na organização do evento, deixo a conta poupança abaixo:

Banco do Brasil
Ag: 3504-1
Conta Poupança: 19.393-3 Var: 01
Titular: Francisco Alves Sobrinho

O convite segue em anexo.

Me coloco à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Em Cristo e Maria Santíssima,

José Claudemir Pacheco Júnior
Assistente da Seção de Senhores do Regnum Christi – Recife

Comunicado – sobre Missa Tridentina em Recife

Ontem, domingo 18 de julho, a Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano foi celebrada normalmente, às 11:00 da manhã, na Paróquia da Imbiribeira.

No próximo domingo, 25 de julho, a despeito do reverendíssimo pe. Nildo encontrar-se em viagem (por ocasião de retiro sacerdotal), já está acertado que um outro sacerdote – s.m.j., o mons. Edvaldo Bezerra – vai celebrar esta Missa no mesmo horário e no mesmo local.

A partir do domingo seguinte, 01 de agosto, o padre Nildo retornará à cidade e dará continuidade, normalmente, à celebração da Santa Missa, que continuará acontecendo aos domingos, às 11:00 da manhã, na paróquia da Imbiribeira.

Agradeço a todos os que acompanharam, com orações, a situação pela qual passou a Arquidiocese de Olinda e Recife nos últimos dias, que – graças a Deus – chegou a uma boa solução. Continuemos rezando pela exaltação da Santa Madre Igreja.

A Virgem nos Seus andores

“É bonito ver o pátio assim cheio. Querem acabar com o nosso amor a Maria, mas nunca vão conseguir não. Apesar destes protestantes empestando o mundo, o povo ama Nossa Senhora, e isso nunca vai deixar de ser assim”.

Assim escutava eu, no Pátio do Carmo, hoje à tarde, uma senhora conversando com outra. Sei que é feio ouvir as conversas alheias, mas o pátio estava muito cheio e eu não consegui evitar. Certamente, cito de memória o arrazoado daquela boa mulher, mas o “empestando” é ipsis litteris. A palavra chamou-me a atenção por ser – graças a Deus! – politicamente incorreta, e por dar testemunho eloqüente de que o povo de Deus – a despeito das loucuras modernas – permanece com a sua cabeça no lugar. O povo simples tem Fé na Virgem Mãe de Deus. O povo simples não admite, de nenhuma maneira, privar-se da intercessão desta Boa Senhora.

Em tempos de “ecumenismo” – palavra prostituída, vale salientar -, o povo encheu o pátio do Carmo para cantar os louvores da Virgem Mãe de Deus, Flos Carmeli, Nossa Senhora de tantos títulos porque um só deles não seria suficiente para louvar esta Mulher como Ela deve ser louvada. Foi a 314ª festa do Carmo celebrada aqui na Veneza Brasileira. O número impressiona, mas para a Virgem é ainda muito pouco, é quase nada. De Maria nunquam satis, como se dizia antigamente: sobre a Virgem Santíssima, nunca se falará o bastante. Ela nunca será louvada o bastante.

“Unidade, unidade” – clamam alguns. Concordamos, a unidade sem dúvidas é um valor a ser buscado, mas nunca por si mesmo. “Unidade por unidade”, não. Unidade, só na Verdade. E é verdade que a Virgem Santíssima é a Mãe de Deus, é Rainha dos Céus, é Medianeira de Todas as Graças, e deve ser louvada por todos aqueles que querem ser seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo – fora disso não pode haver unidade verdadeira. A música que fez sucesso na voz do padre Marcelo (não sei de quem é a composição) não tocou na festa de hoje, mas o argumento é tão verdadeiro que merece ser lembrado: “se um dia um Anjo declarou que Tu eras cheia de Deus, agora penso quem sou eu para não Te dizer também: cheia de Graça?”. E, isso, o bom povo simples entende perfeitamente bem. Disso, ele não vai abrir mão.

Assisti à Santa Missa, agradecendo a esta Boa Senhora por todas as graças que Ela nos tem alcançado – em particular, por Olinda e Recife. Esperei a saída da procissão: hoje, estava simplesmente impossível de acompanhar caminhando. Acompanhei-A com o olhar, em Seu andor, particularmente ostensivo este ano: uma réplica do altar-mor (o antigo, naturalmente) da Basílica do Carmo. Alguém cantava uma composição que eu particularmente acho meio estranha, mas os primeiros versos são verdadeiramente bonitos, e belamente verdadeiros. “Ave Maria / em Seus andores! / Rogai por nós, / os pecadores”.

Sim, somos todos pecadores, dependentes da Graça, dependentes – em absoluto – dos favores d’Aquela que foi constituída Tesoureira das Graças de Deus – thesauraria Gratiarum Domini, como rezamos na Coroinha. Que Ela olhe sempre por nós, “em Seus andores”, isto é, louvada publicamente pelo povo que, embora pecador, é-Lhe fiel e tem-Lhe sincero amor. Louvando-A, Deus é louvado por  meio d’Ela, com um louvor infinitamente maior do que os que nós poderíamos dar-Lhe sozinhos; e, venerando-A publicamente, alcançamos os Seus favores, colocamo-nos sob o Seu olhar e a Sua proteção, sem os quais – nunca é demais repetir – nada somos, nada podemos.

O Virgo, Flos Carmeli,
ora pro nobis!

Dom Fernando acolhe e apóia católicos que assistem à Missa Tridentina

Jorge Ferraz, Claudemir Júnior, Emílio Filho, Hugo Siqueira, Simone Montfort, Dom Fernando Saburido, Gustavo Souza, Família Gonçalves (Glauco, Daniele e João Lucas ao colo), Coronel Heráclito

 

Profundamente abalados com o fim da celebração da Missa Tridentina em Recife, alguns católicos – uma comissão representativa dos fiéis que há anos assistem esta missa – tiveram uma audiência esta manhã, perto das dez horas, com Sua Excelência Reverendíssima Dom Fernando Saburido, na Cúria Metropolitana. Enquanto alguns entraram para a audiência episcopal, outros ficaram do lado de fora aguardando o seu desfecho.

 

Das mais diversas faixas etárias (de crianças de colo a senhores de mais de cinqüenta anos), de diversas paróquias da Arquidiocese, estes fiéis foram respeitosamente apresentar a Sua Excelência a sua perplexidade com o fim da celebração da Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano.

 

Levamos testemunhos dos frutos que têm sido alcançados por meio desta Missa. Famílias foram formadas em torno a ela; crianças, neste rito, foram batizadas. Pessoas afastadas da Igreja há décadas encontraram-se, finalmente, na celebração do Santo Sacrifício do Altar segundo as rubricas antigas, e voltaram à prática da Religião Verdadeira ao verem a piedade deste rito e ao serem nutridas pelas homilias do reverendíssimo padre que a celebrava.

 

Manifestamos todo o nosso amor e a nossa solidariedade para com o sacerdote, pe. Nildo, “diretor espiritual de alguns, confessor permanente de muitos e pai espiritual de todos”. Testemunhamos a sua fidelidade ao sacerdócio, o seu amor à Igreja, a sua dedicação àqueles que a Divina Providência lhe confiou. Um exemplo de sacerdote, sem sombra de dúvidas, pelo qual sempre agradecemos a Deus em privado e em favor do qual, hoje, falamos abertamente diante do Metropolita.

 

Queixamo-nos das incompreensões com as quais nós, católicos ditos “tradicionalistas” desta Arquidiocese, somos tratados. Das insinuações de que provocamos divisão no rebanho, passando pelas acusações de sermos fechados e avessos ao diálogo, e chegando até a calúnias gratuitas como a de ensinarmos que “a Sé de Pedro está vacante”. Queixamo-nos, de tudo isso, ao Arcebispo Metropolitano, que nos ouviu amável e paternalmente.

 

Reafirmamos o nosso mais ardente amor à Igreja e o nosso desejo sincero de estarmos em comunhão incondicional com o Santo Padre, o Vigário de Cristo na Terra, e com o nosso bispo em comunhão com o Papa. Rejeitamos todas e cada uma das acusações injustas que nos eram feitas. Afirmamos que os excessos, se os há, devem ser tratados como casos particulares que são – e não aplicados por meio de generalizações absurdas a todos os fiéis que se nutrem da espiritualidade tradicional da Igreja.

 

Somos provavelmente – como foi colocado para o senhor Arcebispo – o mais heterogêneo grupo de católicos desta Arquidiocese. De paróquias distantes (alguns inclusive de outras cidades e municípios), de atividades pastorais diversificadas (há pessoas que são catequistas, que fazem pastoral com drogados, que realizam missões, etc.), tendo em comum o amor à Santa Missa celebrada em Sua Forma Extraordinária. Não queremos senão ser católicos.

 

Sua Excelência nos concedeu a sua compreensão e a sua solicitude de Pastor. Disse que tínhamos o seu apoio. Garantiu-nos que iria intervir para que a Santa Missa na Forma Extraordinária continuasse a ser celebradaDeo Gratias. Solidarizou-se com as nossas queixas, e prometeu-nos tomar providências a fim de que cessem as perseguições e animosidades. Despedimo-nos, rogando a sua bênção e reafirmando a nossa filial submissão àquele que foi designado pelo Santo Padre para nos pastorear.

Obrigado, Dom Fernando Saburido, pelo apoio dado aos católicos  tradicionais desta Arquidiocese. Obrigado, Dom Fernando Saburido, pelo apoio concedido à Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano.

A repercussão internacional!

[De Recife para o mundo…

P.S.: Sobre este texto, cabe fazer dois reparos. 1. Pe. Nildo não foi transferido da paróquia, nem lhe foi designada nenhuma função arquidiocesana que conflitasse com a sua disponibilidade para a celebração da Missa Tridentina, nem nada do tipo. 2. No comunicado que foi feito na missa de domingo, o sacerdote enfatizou que suspender a celebração da Missa foi uma decisão pessoal sua, não fazendo nenhuma menção, direta ou indireta, ao arcebispo metropolitano.

Fonte: Rorate Caeli]

Monday, July 12, 2010

Três anos:
Padre forçado a abandonar comunidade de Missa Latina – Brasil

De um leitor brasileiro:

O padre Nildo Leal de Sá, da Arquidiocese de Olinda e Recife, foi praticamente forçado a abandonar mais de uma centena de católicos que amam a Missa Tradicional. Ele celebrou a sua última missa para a comunidade este domingo, anunciando [após a qual] que ele teria que deixar a comunidade para [assumir] outras funções na diocese, “por razões pessoais”. Padre Nildo celebrava a Missa até mesmo antes do Motu Proprio [Summorum Pontificum], por um indulto do então Arcebispo, [Dom] José Cardoso Sobrinho, hoje emérito.

O Arcebispo Dom Fernando Saburido, ligado à Teologia da Libertação e arcebispo atual [de Olinda e Recife], é – de acordo com alguns rumores – a pessoa responsável por toda a pressão [sofrida pelo padre e] que culminou nesse desastre.

Preparativos estão sendo feitos para avisar à Pontifícia Comissão “Ecclesia Dei” através dos meios ordinários. Mas nós precisamos de mais publicidade sobre esta questão.

Mais informações sobre o assunto em português:

Desçamos às Catacumbas

Ontem, eu comuniquei aqui que não haveria mais a celebração da Santa Missa em sua Forma Extraordinária na paróquia da Imbiribeira. Hoje, gostaria de tecer algumas considerações sobre o ocorrido. Exclusivamente pessoais.

Eu não saberia dizer ao certo quando foi, exatamente, que nasceu o meu apreço pela Liturgia Tradicional da Igreja; ele veio pari passu com a redescoberta, na minha juventude, do catolicismo da minha infância. Não havia então “missa tridentina” em Recife. Isso era em meados de 2002, ou 2003. O meu primeiro contacto com a Liturgia da Igreja anterior à Reforma Litúrgica foi em 2005, em outra cidade.

A Missa na Forma Extraordinária começou a ser celebrada em Recife um pouco antes da entrada em vigor do Summorum Pontificum, por indulto do Metropolita anterior, Dom José Cardoso Sobrinho. De lá para cá, o grupo de fiéis que, desta Missa, hauria as graças necessárias para bem viver a sua vida cristã foi crescendo cada vez mais. De modo que, hoje, sentimo-nos um pouco órfãos. É grande, aliás, o sentimento de injustiça sofrida – que, como católicos, queremos colocar aos pés do Calvário para, junto com os de Cristo, serem oferecidos a Deus Pai propter peccata nostra. Nada fizemos e, disso, Deus é testemunha.

Nada fizemos! Só queremos ser católicos e usufruir de um direito que nos é concedido inclusive por iniciativa papal. Não se compreende que mal pode haver nisso. Nós compreendemos que, nesta Missa pela qual temos um particularíssimo apreço, os santos foram forjados ao longo de séculos de Cristianismo. N’Ela, encontramos com particular clareza expressos os dogmas fundamentais da nossa Santa Religião. N’Ela, aprendemos a ser católicos melhores e, n’Ela, encontramos a melhor resposta para as nossas necessidades particulares, que não são outras diferentes das de uma alma que não deseja senão aproximar-se cada vez mais e melhor do Deus Onipotente.

O fim desta celebração que, por mais de três anos, atendeu semanalmente a um grupo de cerca de uma centena de fiéis, apresenta-se portanto como um grave problema pastoral. Há católicos nesta Arquidiocese de Olinda e Recife que, por motivos plenamente legítimos, sentem-se de modo particular ligados à antiga Tradição Litúrgica da Igreja – que será feito deles? Principalmente nos dias de hoje, onde fala-se tanto em “unidade na diversidade”  e em reconstruir a unidade anunciando o Reino… não haverá espaço para a diversidade – querida pelo Papa! – na celebração do Augusto Sacrifício do Altar sob as duas formas do Rito Romano?

Sim, é um desabafo. Porque a perda que sofremos é particularmente grande e dolorosa. Sentimo-nos (impossível não comparar) como se fôssemos obrigados a descer às Catacumbas, para podermos participar da celebração do Sacrifício do Corpo de Deus que, na superfície, é perseguido. Mas a nossa esperança está em Deus e, o nosso auxílio, no nome d’Aquele que fez os Céus e a Terra. A perda – assim esperamos – é temporária. Que venha o Senhor em nosso auxílio, e que nos socorra sem demora. Sem nenhuma demora.

Batismo na Forma Extraordinária

Há quinze dias, foi publicado um texto no Salvem a Liturgia! que eu – mea culpa! – deixei passar batido. Vejam lá.

Trata-se de um Batismo na Forma Extraordinária do Rito Romano, ocorrido aqui em Recife em outubro do ano passado. A pequena filha de Deus é a Ana Catarina Castro de Melo Pacheco, filha de Pacheco e Poliana (sobre cujo casamento inclusive escrevi aqui à época). O texto é da autoria do José Claudemir, e as fotos foram tiradas lá.

Há inclusive uma preciosa descrição de alguns aspectos do Rito do Batismo na Forma Extraordinária, cuja leitura eu recomendo. E aproveito para reiterar os meus votos de que Deus abençoe esta família amiga.

Mais sobre a pornografia infantil estatal

O Carlos me enviou – obrigado mais uma vez, caríssimo! – um vídeo do youtube contendo o livro pornográfico de deseducação sexual infantil que está sendo imposto a crianças a partir de 7 anos, (pelo menos) aqui em Recife, contra a vontade expressa dos seus pais e responsáveis. Vou poupar os leitores da transcrição de algumas passagens. O vídeo segue abaixo, para quem tiver estômago:

E reproduzo o comentário que constava no email por mim recebido, para deixar claro sobre qual problema estamos falando e evitar que o assunto seja novamente desviado:

Pais e mães não são obrigados a aceitar que agentes do Estado venham dizer a seus filhos o que é “a verdade” em matéria de moral. A Convenção Americana de Direitos Humanos — que, no Brasil, tem hierarquia superior à própria lei ordinária — prevê expressamente que “Os pais têm direito a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.”

O Estado brasileiro, em qualquer de suas esferas, não pode impedir ou inviabilizar o exercício desse direito.