“Deus não manda o Papa que merecemos, mas aquele de que precisamos” – Luís Guilherme Pereira

[Trecho de um excelente artigo publicado na Vila Nova sobre o Papa Francisco, à cuja íntegra remeto os que se interessarem pela leitura. Independente de quem calce as sandálias do Pescador, o Papa é o Doce Cristo na Terra e, como tal, merece a nossa submissão filial. Aprouve à Divina Providência conceder-nos a honra de vivermos em tempos interessantíssimos! Vivamo-los bem, trabalhando com temor e com tremor pela maior glória de Deus. Sempre cum Petro et sub Petro.]

Diz-se que Deus não manda o Papa que merecemos, mas aquele de que precisamos. Numa era de extremo egoísmo, autossuficiência, hedonismo e orgulho, Francisco parece ser o homem certo.

Sua eleição tritura a presunção da mídia. A mídia falou que seria um Papa jovem. Francisco tem 76 anos. A mídia falou que seria brasileiro. É argentino. Seria um conclave longo. Foi brevíssimo. A mídia chutou 7 papabili como principais. Errou todos. Alguém ainda confia nos ditos “vaticanólogos”?

Também exercita a humildade dos católicos ao ser, como disse no começo, o favorito de ninguém. Os tradicionalistas queriam Burke ou Ranjith, os “ratzingerianos” Scola ou Ouellet, os progressistas Maradiaga; quase todos eram o queridinho de um grupo: Erdö (o meu, inclusive), Tagle, Scherer, Dolan, O’Malley, etc. Menos, até onde sei, Bergoglio. Todos tinham um “projeto” para o Papa, e nenhum foi satisfeito.

Site da revista Vila Nova está no ar!

2012 começou bem! Já está no ar o site da Revista Vila Nova, sobre a qual eu já havia falado aqui e a cuja cerimônia de lançamento (com o príncipe Dom Bertrand) eu tive a honra de estar presente no final do ano passado. É uma revista cultural católica produzida em Campina Grande; será de circulação bimestral e, no presente momento, encontra-se em fase de estruturação logística para que possa no futuro ser assinada por leitores de todo o Brasil.

Hoje é possível adquiri-la em Campina Grande ou ler a edição digital que está disponível no site já indicado. Nesta primeira edição há matérias sobre política, saúde, arte e gastronomia, entre outros assuntos variados. Não deixem de ler.

Os nossos parabéns – mais uma vez – aos amigos campinenses que conceberam e realizaram este tão importante projeto. Que a Virgem Santíssima os faça perseverar nesta empreitada!

Quem foi rei nunca perde a majestade

Foi em 1993. Eu tinha nove anos de idade, mas me recordo perfeitamente da música: “O plebiscito, / palavra difícil, / torna mais fácil encontrar a verdade! / Nosso passado é o pai do futuro: / quem foi rei nunca perde a majestade. / Quem foi rei nunca perde a majestade”.

Não podia deixar de recordar a música hoje, quando estou ainda sob os efeitos da brilhante conferência de Sua Alteza Imperial e Real o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança, proferida ontem à noite em Campina Grande por ocasião do lançamento da revista Vila Nova. São amigos caríssimos os responsáveis pela revista; fora eu próprio convidado e reconvidado, nominalmente, para prestigiar o evento. Mesmo cansado, não podia deixar de ir. Arrepender-me-ia amargamente se tivesse ficado em Recife.

E fui. De Recife a Campina Grande, segundo o Google, são 190 quilômetros que percorri contente. Saí à tarde, às pressas; cheguei quase no exato momento em que a mesa era formada e as mensagens de apoio à iniciativa da revista eram apresentadas. Depois, alguns rápidos pronunciamentos de membros da Sociedade São Bento e responsáveis pela publicação; logo após, o momento tão esperado da palestra do Príncipe. Ontem à noite, o prazer de ouvi-lo falar era indescritível: a Família que um dia deteve o Trono do Brasil não perde a graça, a educação e os bons modos com a perda do poder temporal. A majestade do Príncipe estava intacta a despeito do seu Trono ter sido usurpado.

Confesso, envergonhado, que nunca antes ouvira Dom Bertrand falar. Tanto melhor, que a forte impressão positiva da palestra de ontem marcou-me mais profundamente. Sua Alteza é um orador nato, de modo que chega a ser assombroso. O discurso não estava já escrito; ele falava de memória. A linha de raciocínio era reta e clara, da qual o Príncipe só se afastava para abrir algum parêntese que, logo depois, era fechado e fazia o fluxo da conferência retornar ao seu fio principal. Lembro-me do que disse ontem para alguns amigos: há pessoas prazerosas de se ouvir mas que, contudo, não dizem lá muita coisa que se aproveite, e há também pessoas que têm um excelente conteúdo a transmitir mas que, no entanto, são difíceis de acompanhar. Dom Bertrand une estas duas qualidades no seu sotaque macio e consegue ser, simultaneamente, um orador que ouvimos com prazer e do qual podemos aprender bastante coisa. A conferência foi maravilhosa.

Vi o Príncipe falar da história do Brasil e de Portugal, pontuada por episódios familiares (afinal de contas, estamos falando do bisneto da Princesa Isabel e trineto do Imperador Dom Pedro II) que não costumam figurar nos livros de história. Vi-o apresentar o período do “Brasil Colônia” de uma forma bem diferente do esquema “explorador-explorado” que estamos acostumados a estudar sob o tópico de “História do Brasil” no colégio: vi-o falar de um Reino que se estendia para além das fronteiras do Atlântico e o qual, antes de ser “colônia de exploração”, era extensão legítima – de fato e de direito – da Coroa Portuguesa. Vi-o relatar a “fuga” da Família Imperial de Lisboa não de forma intempestiva e desesperada, mas politicamente planejada: de tal forma que as tropas francesas foram frustradas pelo engenho de Dom João VI, o (único) rei que deixou Napoleão literalmente “a ver navios”, consagrando assim a expressão que até os dias de hoje é usada. Vi-o falar com ternura da sua bisavó, a Princesa Regente Isabel do Brasil, apresentada como uma mulher forte e decidida que não poupou esforços para – na contramão das conjunturas políticas de então – fazer o melhor para o povo brasileiro.

– Papai, é verdade que um dia este povo será meu? – Não, minha filha – respondeu Dom Pedro II -, um dia tu serás deste povo. A história é simples mas significativa. Mostra a diferença entre a nobreza sinceramente preocupada com as pessoas que a Divina Providência lhe confiou e os tiranos absolutistas sem outra preocupação que não obter benesses às custas da exploração do povo. Para a mentalidade revolucionária moderna, todos os monarcas são do segundo tipo. Se tal fosse verdade, seria um fenômeno verdadeiramente notável que tantas nações tivessem prosperado ao longo de tantos séculos sem outra força motriz que não estas práticas tão execráveis. A absurda incoerência das proposições, no entanto, não raro passa despercebida. Saúda-se a República como “O Progresso” por antonomásia, sem que se gaste muito tempo pensando no assunto.

Contra esta visão canhestra da História estão os descendentes da Família Imperial, os que guardam a memória da monarquia brasileira e podem contá-la com a força do testemunho de um “Meninos, eu vi”. Se as gerações posteriores perderam o contato com este passado, é algo pelo qual não podemos senão lamentar; mas é reconfortante notar que parece haver uma juventude cansada das vilezas do cenário político atual, uma juventude que se maravilha com a descoberta da verdadeira história da sua Pátria – que outros muitos gostariam de ver enterrada e esquecida. Mas isto eles não conseguirão, porque – graças ao bom Deus! – nós temos ainda os legítimos curadores deste legado, nós temos pessoas como Dom Bertrand que conseguem fazer – e com maestria! – esta tão necessária ponte entre o presente e o passado, condição indispensável para que a nossa Pátria encontre o futuro glorioso ao qual está destinada.

Campina Grande: Revista Vila Nova e membro da Família Imperial

[Apresento matéria conforme me foi enviada por email por amigos de Campina Grande, com apenas algumas mínimas alterações em relação ao release. É uma honra que um membro da Família Imperial venha ao nordeste – à nossa Paraíba! A Campina Grande! – para participar do lançamento da revista católica “Vila Nova”, produzida pela Sociedade São Bento. Que os frutos desta santa iniciativa sejam abundantes, e que a Virgem Santíssima – Medianeira de todas as graças – possa alcançar do Seu Divino Filho um bom êxito para esta empreitada.]

MEMBRO DA FAMÍLIA IMPERIAL
VISITA CAMPINA GRANDE

A convite do grupo católico Sociedade São Bento, formado por jovens intelectuais, a cidade de Campina Grande (PB) recebe, entre os dias 20 e 23 de novembro, Sua Alteza Imperial e Real, o Príncipe D. Bertrand de Orléans e Bragança.

O Príncipe Imperial do Brasil é trineto de D. Pedro II, bisneto da Princesa Isabel e irmão do Chefe da Casa Imperial Brasileira, D. Luiz de Orleans e Bragança. Nascido em fevereiro de 1941, Dom Bertrand Maria José Pio Januário Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Orléans e Bragança e Wittelsbach é figura expressiva no movimento imperial brasileiro e, caso o Brasil fosse uma monarquia, ele seria o segundo candidado a pleitear o trono do país sul-americano.

Dentre as várias atividades agendadas para o príncipe, está a palestra que ele irá proferir no lançamento da Revista Vila Nova que será realizado em ato solene no auditório da FIEP, às 19h30 da segunda-feira (21 de novembro), a qual terá como tema norteador: Brasil, um país predestinado a um futuro glorioso.

Sobre a revista Vila Nova

A Revista Vila Nova foi fecundada a partir do desejo dos membros da Sociedade São Bento de fomentar a cultura intelectual. Em sua maioria filhos de Campina Grande, enxergaram na escassez intelectual da cidade uma ótima oportunidade de lançarem um produto diferenciado e ao mesmo tempo de dar um pontapé inicial na restauração cultural da Rainha da Borborema.

A revista traz em seu conteúdo diversificado matérias sobre esporte, moda, política, cultura e arte no geral, além de entrevistas e, como não poderia deixar de ser, visto a origem do grupo, matérias relacionadas à doutrina católica.

Seu nome foi dado em homenagem à cidade de Campina Grande, antes chamada de Vila Nova da Rainha.

A Sociedade São Bento (SSB)

Fundada em 2010 pelos então estudantes do curso de direito da Universidade Estadual da Paraíba – Mateus Mota, Diego Erick, Bruno Roberto, Danilo Mendes, Pedro Silva e Taiguara de Souza, todos consagrados pelo método S. Luís de Montfort* -, a Sociedade São Bento promove cursos de Doutrina Católica em diversas paróquias da cidade.

Inicialmente formada pelos seis membros, a SSB vem atraindo para si cada vez mais integrantes. Contando hoje com nove membros, tem o intuito de expandir o reinado social de Jesus Cristo, propagar a devoção à Maria e resgatar a cultura erudita, base da civilização ocidental.

*Método de consagração a Jesus Cristo pelas mãos da Virgem Maria, pelo qual a pessoa consagrada entrega todos os seus bens temporais e espirituais aos cuidados de Nossa Senhora; Esse método foi ensinado por São Luís Maria Montfort no exemplar Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Também foram consagrados por este método o Papa João Paulo II e Madre Tereza de Calcutá.