[Traduzo um trecho do pronunciamento de S. E. R. Dom Luigi Negri, bispo de San Marino-Montefeltro (Itália), sobre uma obra teatral blasfema que se apresentará em Milão nos próximos dias. Que falta fazem bispos assim! Aqui, nesta terra de Santa Cruz onde a Igreja é tão freqüentemente atacada, ressoam de maneira terrível e embaraçosa as perguntas – retóricas – do bispo de San Marino. Que a voz de Sua Excelência brade mais alto do que o nosso silêncio. Que sirva ao menos para nos cobrir de vergonha e nos constranger a mudar de atitude.]
Eu me pergunto isto, e sobre esta pergunta me detenho: uma Igreja Particular – ou um conjunto de Igrejas Particulares que aderem às Conferências Episcopais Nacionais – que não reage em termos absolutamente essenciais e públicos a este violento ataque à tradição católica, eu me pergunto: se não reage agora, quando é que reagirá? [si no interviene sobre este punto, ¿sobre qué interviene?]
O quê põe mais em crise a possibilidade de uma comunicação objetiva da fé do que esta série de iniciativas que buscam desacreditar, criminalizar, corromper nossa tradição? Certamente que se as chamadas Igrejas oficiais – o termo me é absolutamente desagradável porque a Igreja é uma só, não é nem a oficial e nem a carismática: a Igreja é o mistério do povo de Deus nascido do mistério de Cristo morto e ressuscitado e da efusão do Espírito, e portanto há uma só Igreja -; se Igreja[, eu dizia,] não reage de maneira adequada, certamente de uma maneira não rancorosa, nem agressiva, assumindo um sentido igual e oposto à atitude demente destes falsos homens de cultura; se não reage a Igreja, então certamente poderão intervir, com protagonismo, pessoas ou grupos da Igreja que se preocupam não apenas com a defesa d’Ela, mas também com a expressão legítima de suas convicções.
Portanto, não se diga logo que o protesto é dos tradicionalistas: o protesto é dos tradicionalistas porque a Igreja como tal não toma uma posição, que a mim pareceria absolutamente necessária.