Uma palavra de S. Josemaría

[No dia de San Josemaría Escrivá, trago uma palavra do santo particularmente adequada para os tempos em que estamos vivendo. Tempos em que nos sentimos esmagados sob as forças do mundo. Tempos em que trememos e desanimamos diante da vastidão dos exércitos de Satanás… Tempos, enfim, que exigem sobremaneira orações, para que dos Céus venha o nosso socorro. A máxima inaciana – afinal de contas, temos um Papa Jesuíta! – do “reze como se dependesse somente de Deus e trabalhe como se dependesse apenas de você” permanece, talvez mais do que nunca, uma orientação segura para os que queremos fazer das nossas pobres vidas um sacrifício agradável ao Deus Todo-Poderoso. Que a Santíssima Virgem olhe por nós e nos guarde. Que, apesar dos nossos muitos pecados, Ela intervenha na História mais uma vez em nosso favor.]

163. Não sabes se será abatimento físico ou uma espécie de cansaço interior o que se apoderou de ti, ou as duas coisas ao mesmo tempo…: lutas sem lutar, sem ânsias de uma autêntica melhora positiva, com o fim de comunicares a alegria e o amor de Cristo às almas. Quero recordar-te as palavras claras do Espírito Santo: só será coroado aquele que tiver combatido “legitime” – de verdade, apesar dos pesares.

(S. Josemaría Escrivá, “Sulco”, 163)

“There be dragons”

Excelente este trailler de “There be dragons”, filme de Roland Joffé que aborda – embora não seja este o cerne da trama, pelo que entendi – a vida de San Josemaría Escrivá. E, a propósito, o diretor tampouco é católico – é agnóstico. Sinceramente, sei bem pouco sobre este filme; mas, pelo trailler, parece-me que vai ser uma boa produção.

Vejam também o canal do filme no Youtube. E torçamos para que seja lançado no Brasil.

San Josemaría Escrivá e o Rito Tridentino

en passant, comentando a notícia interessante que li hoje no Fratres in Unum: San Josemaría Escrivá, até a sua morte (1975), só teria celebrado a missa no rito de São Pio V.

“Não joguem fora os Missais [Antigos], eles voltarão”, teriam sido palavras do santo. Si non è vero, è ben trovato! E o santo estava correcto. Com o Summorum Pontificum os missais voltaram, a Missa na sua forma antiga voltou, ad majorem Dei gloriam.

Por isso, segundo informações do blog espanhol ‘Sector Católico’, a Missa Antiga também será celebrada na basílica romana de Santo Eugênio. A grande igreja está sob o controle do Opus Dei e se localiza próxima à Casa Central da Prelatura Pessoal, no sofisticado bairro romano de Parioli.

Permita Deus que a forma extraordinária do Rito Romano seja cada vez mais celebrada, a fim de que os abusos que dolorosamente encontramos nos dias de hoje possam ser o quanto antes expurgados da Liturgia da Igreja. Para que Deus seja glorificado, como convém que Ele seja. Para a Sua maior glória e salvação das almas.

Aniversário – Opus Dei

Hoje, o Opus Dei completa oitenta anos de fundação. E o presente recebido foi surpreendente: um artigo do prelado do Opus Dei, Dom Javier Echevarría, publicado na Folha de São Paulo de hoje! Como o artigo é só para assinantes, reproduzo-o na íntegra abaixo, como recebi por email.

São Josemaria Escrivá,
ora pro nobis!

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TENDÊNCIAS/DEBATES

Uma semeadura de paz e de alegria

JAVIER ECHEVARRÍA

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Hoje se completam 80 anos da fundação do Opus Dei. Peço a Deus que essa parte da igreja cumpra sempre a missão que Ele lhe confiou
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HOJE COMPLETAM-SE 80 anos da data em que são Josemaria fundou -por inspiração divina, como afirmou João Paulo 2º- o Opus Dei. Por isso, elevo meu coração em agradecimento à Santíssima Trindade, que quis abrir um caminho de santificação no trabalho profissional e nas circunstâncias comuns da vida que pode ser percorrido por mulheres e homens de todos os tempos. O papa Bento 16, quando ainda era o cardeal Joseph Ratzinger, numa homilia pronunciada em 1992, afirmava que “Josemaria Escrivá considerou essa chamada não só algo dirigido a si mesmo mas, sobretudo, uma tarefa a ser transmitida aos demais: estimular a santidade e reunir para Cristo uma comunidade de irmãos e irmãs”.

Consciente dessa responsabilidade -continuava Ratzinger-, “viajou incansavelmente por vários continentes estimulando as pessoas a serem santas, a viver a aventura de serem cristãos, fosse qual fosse o lugar de cada um na vida. Assim, chegou a ser um grande homem de ação, que vivia da vontade de Deus e estimulava os outros a fazer o mesmo”.

A Santa Sé, ao outorgar, no pontificado de Pio 12, as primeiras aprovações canônicas ao Opus Dei, fez sua essa afirmação: “Qualquer membro do Opus Dei, onde quer que esteja, leva sempre consigo a paz de Cristo e a alegria, plena e estável, no Senhor e as oferece amistosamente a todos os homens de boa vontade: além disso, esforça-se por contagiar a todos, sem exceção, com essa paz e essa alegria, e impulsiona com suavidade cada um a aceitar e saborear esses dons tão suaves da bondade divina”.

Bento 16 afirmou que, para aquele que crê, a palavra “paz” é um dos nomes mais belos de Deus, um pai que deseja a concórdia entre todos os seus filhos. Ao dizermos “a paz esteja convosco”, desejamos que Deus esteja com todos e com cada um e cada uma.

Como Cristo -no dizer de são Paulo- é a nossa paz, esse desejo se manifesta em apresentar Cristo aos outros, ajudando-os a compreender que o relacionamento pessoal com Jesus, a amizade com Ele, traz à alma aquela alegria e aquela paz que o mundo não pode dar.

Fui testemunha de como são Josemaria não só pregava e difundia o evangelho da paz mas também o levava constantemente no coração. Não faltaram, no decorrer da sua existência, temporadas de risco à sua integridade física ou de inquietação espiritual pelo destino da igreja e da sociedade civil; no entanto, nunca o vi perder a serenidade nem deixar de fazer algo para comunicá-la aos outros.Estava convencido de que anunciar o evangelho trazia consigo, necessariamente, uma semeadura generosa de paz e de alegria e estimulava o encontro com Cristo, sempre com o máximo respeito pela liberdade das consciências. Sabia que essa tarefa é benéfica para a humanidade, também porque o conhecimento da doutrina de Cristo e o compromisso cristão aperfeiçoam a liberdade humana e nos predispõem a servir os outros.

Dar a conhecer Cristo é também uma semeadura de alegria. O gozo dos filhos de Deus não provém de circunstâncias exteriores favoráveis nem tem uma origem meramente psicológica. Como qualquer outra pessoa, o homem e a mulher de fé experimentam o cansaço e a doença, a dificuldade e a aflição, a dúvida e a contrariedade. Mas, em todas essas situações, sabem-se filhos muito queridos de Deus, são conscientes de que podem se apoiar n’Ele e, com sua ajuda, recuperar a alegria, se chegarem a perdê-la.

Mesmo a experiência da própria fraqueza espiritual não é incompatível com a alegria, porque sempre pode ser sanada pela misericórdia divina. A parábola do filho pródigo acaba com a festa do reencontro do amor.

O humano e o divino se entrelaçam na tarefa de evangelização cristã: a preocupação pelos demais, a caridade, o respeito à liberdade alheia. Assim o propunha, mais uma vez, são Josemaria na Argentina, em encontro com milhares de pessoas em 1974: “Semeiem a paz e a alegria por todos os cantos; não digam nenhuma palavra desagradável a ninguém; saibam caminhar com os que não pensam como vocês. Não se maltratem jamais; sejam irmãos de todas as criaturas, semeadores de paz e de alegria”.

Cada aniversário é uma oportunidade de olhar para o futuro. Ao se completarem agora 80 anos da fundação do Opus Dei, peço a Deus que essa pequena parte da igreja, que é a Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei, cumpra sempre, no seio da sociedade civil, a missão que Ele mesmo lhe confiou em 1928: realizar nas almas uma semeadura generosa da paz e da alegria do evangelho, que impregne também as estruturas da sociedade, tornando-as mais humanas.

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DOM JAVIER ECHEVARRÍA , 76, doutor em direito civil e em direito
canônico, consultor da Congregação para as Causas dos Santos e da
Congregação para o Clero, é o bispo prelado do Opus Dei.

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