Via Facebook, fico sabendo que o Dr. Rosinha, em seminário pró-aborto realizado na Câmara dos Deputados, menosprezou os manifestantes contrários ao assassínio de crianças e disparou que os jovens católicos “precisavam aprender a pensar”.
Vamos, portanto, “pensar”, esta atividade que parece tão cara aos militantes pró-aborto. Vejamos se eles realmente fazem aquilo que exigem dos outros ou se, ao contrário, agem de modo oportunista e irracional.
Comecemos com o básico. Todos sabemos, por exemplo, que a população brasileira é em sua grande maioria contrária à descriminalização do aborto no país. Sabemos, ainda, que os nossos parlamentares dizem acreditar que “todo poder emana do povo”, em nome do qual eles exercem os seus mandatos. Seria de se esperar, portanto, que os nossos congressistas fossem também, em adequada proporção, contrários à liberação do aborto no Brasil, refletindo assim o pensamento do povo brasileiro, certo?
Se fôssemos pensar, sim, isso parece bastante correto. É difícil até imaginar como poderia ser diferente. Não obstante, na contramão dos anseios do povo em nome do qual (não nos esquecemos!) os deputados dizem exercer os seus mandatos, foi realizado ontem e hoje, na Câmara dos Deputados, com dinheiro público portanto, um simpósio onde se defendia, verbis, «a legalização do aborto como opção para reduzir a mortalidade materna na América Latina».
Exercitemos o pensamento: resta alguma dúvida de que essa proposta é frontalmente contrária ao que deseja o nosso povo? Por qual obscura razão, portanto, tal ataque à soberania nacional deveria (ou mesmo poderia) ser realizado às expensas do erário brasileiro? Os deputados não dizem exercer os seus mandatos em nome do povo do Brasil? Por qual razão defendem interesses estrangeiros ao invés de lutarem para fazer valer a vontade dos cidadãos brasileiros?
Continuemos. Lá pelas tantas, uma “especialista” que estava com a palavra [«Carmen Barroso, membro do Grupo Independente de Especialistas da Comissão de Informação e Prestação de Contas sobre a Saúde das Mulheres e das Crianças (CoIA) da Organizações das Nações Unidas (ONU)»] soltou a seguinte pérola:
“É muito importante mudar a lei, para que a mulher possa decidir sobre seu próprio corpo”, disse. “Estudos mostram que criminalização do aborto não diminui sua prática”, complementou. Conforme ela, as taxas de aborto estão diminuindo nos países onde a prática é legalizada, e aumentando nos países que a proíbem.
Não é a primeira vez que ouvimos o disparate, cuspido com ares de seriedade científica. Inobstante, por mais que nós pensemos e pensemos, não somos capazes de alcançar a extraordinária razão pela qual as mesmas pessoas praticariam mais uma coisa que é proibida do que a mesma coisa após ela ser liberada! Não dá, é simplesmente impossível que essa matemática mal-assombrada seja verdadeira. Qualquer pessoa capaz de pensar o percebe com a clareza de uma evidência.
Mas concedendo – para argumentar e contra todas as evidências – que o número absoluto de abortos realmente diminuísse após ele ser legalizado, esta redução não poderia jamais se dar por causa da descriminalização, e sim por outras razões quaisquer (p.ex., porque as ONGs pró-aborto deixaram de injetar dinheiro no país, porque se passou a fazer propaganda contra o aborto, ou por qualquer outro motivo análogo). Ora, se tal fosse verdade, então a diminuição das taxas de aborto não teria nada a ver com a descriminalização em si, e sim com as outras coisas (expulsão das ONGs abortistas, investimento em propaganda anti-aborto, etc.) que lhe foram concomitantes. Vamos então pensar: se a redução do número total de abortos é o objetivo que nós buscamos, e se ela se dá por meio de certas ações (fechamento de ONGs abortistas, propaganda contra o aborto, etc.) totalmente independentes da criminalização ou não da prática abortiva, então não é necessário legalizar o aborto para que ele diminua: basta realizarmos aquelas ações das quais decorre a redução da prática do aborto! Como é possível que os abortistas não tenham pensado nisso antes?
Uma única coisa enfim é certa: quanto mais nós pensamos, menos justificativas encontramos para as atitudes preconceituosas, arrogantes e irracionais de parlamentares como o Dr. Rosinha, que se utilizam de arrazoados disparatados e sem o menor cabimento para trair os interesses do povo brasileiro em cujo nome dizem exercer seus mandatos legislativos.
Fica claro, assim, que os jovens pró-vida não têm nenhuma dificuldade em pensar, muito pelo contrário. O problema, o verdadeiro problema aqui, é que certos parlamentares gostam de arrotar os mais gritantes despautérios com trejeitos de superioridade intelectual, por acreditarem que os seus opositores não pensam. No que estiver ao nosso alcance, contudo, vamos desmascará-los quantas vezes for necessário. No que depender de nós, quebrarão a cara tantas vezes quantas pretendam fingir ser o que não são.