La prova più forte che siamo fatti ad immagine della Trinità è questa: solo l’amore ci rende felici, perché viviamo in relazione per amare e viviamo per essere amati. Usando un’analogia suggerita dalla biologia, diremmo che l’essere umano porta nel proprio “genoma” la traccia profonda della Trinità, di Dio-Amore.
– Bento XVI, Angelus, 07 de junho de 2009
Estas foram as palavras do Papa, na saudação do Angelus dominical, feita no domingo passado, Festa da Santíssima Trindade. G1 não perdeu tempo para publicar: Papa diz que homem tem em seu genoma marca profunda da Trindade.
Às vezes eu fico me perguntando o que passa pela cabeça de alguns jornalistas, porque parece que eles têm o dom de fazer os comentários mais irrelevantes possíveis sobre as palavras do Santo Padre. A leitura de uma matéria como essa me passa a forte impressão de que o autor dela “pescou” frases aleatórias do Papa e as distribuiu ao acaso formando uma colcha de retalhos sem nenhum significado.
Ao invés de traduzirem frases aleatórias, um serviço jornalístico muito mais útil seria se eles traduzissem a íntegra do pronunciamento de Bento XVI no Angelus. Aí, sim, poderíamos falar em uma informação que faz sentido. Ao apresentar frases desconexas com uma manchete nonsense, a imprensa não está fazendo o papel de informar os leitores.
Ainda mais se considerarmos que o Angelus dominical é… dominical. É um evento que se repete todas as semanas, todos os domingos, não configurando de nenhuma maneira um acontecimento digno das manchetes sensacionalistas. Já imaginaram uma manchete do tipo “Papa reza Angelus ao meio-dia do Domingo, diante da Praça de São Pedro”? Uma manchete dessas não poderia ser colocada nos jornais. Daí eles precisam “inventar”, e pegar uma frase qualquer colhida ao acaso do pronunciamento do Papa, e colocá-la na manchete da reportagem como se fosse a coisa mais importante daquele texto.
E é claro que a analogia com a biologia – aliás, a manchete não diz que é uma analogia… – não é a parte mais importante do pronunciamento do Papa. “Solta” assim, aliás, ela perde completamente o sentido. Entretanto, a mídia ávida por novidades parece que não consegue se acostumar com a cadência romana, e talvez fosse pedir demais uma tradução semanal dos discursos de Bento XVI: os brasileiros que se informam sobre a Igreja na grande mídia precisam se contentar com fragmentos desconexos daquilo que ensina o Sucessor de Pedro.