Fonte: 30 Giorni
Publicamos um trecho da carta de um soldado piemontês que fazia parte da guarda de Pio VII no exílio em Savona. A carta, conservada no Arquivo Episcopal de Alba, foi publicada nas Atas do Congresso Histórico Internacional (Cesena-Veneza, 15-19 de setembro de 2000).
“Savona, 12 de janeiro de 1810
[…] Eu, que era inimigo dos padres, preciso confessar a verdade, pois sou obrigado. […] Pelo tempo que o Papa esteve preso neste palácio episcopal, e vigiado não apenas por nós, mas também dentro de casa, posso lhes dizer que esse santo homem é um modelo de humanidade e moderação, e de todas as virtudes sociais, que apaixona a todos, que abranda os espíritos mais fortes e torna amigos até mesmo os mais obstinados inimigos. O Papa está quase sempre em oração, muitas vezes prostrado com o rosto por terra, e ocupa o tempo que aqui passa escrevendo ou concedendo audiências na antecâmara lotada, e dando sua bênção ao imenso povo que vem de todas as partes, da França, da Suíça e do Piemonte, de Savóia e do Genovesado. Como não havia mais quartos para dormir nesta cidade, montaram barracas na praça do episcopado, onde ficam noite e dia, a despeito dos rigores da estação, para poder vê-lo e receber sua bênção. É realmente enternecedor ouvir os gritos de um povo imenso de todos os sexos e idades, e até dos protestantes, que, ajoelhados no chão, gritam: ‘Santo Padre, abençoe nossas almas, nossos filhos; sabemos que o senhor é perseguido injustamente, mas nosso Senhor Jesus Cristo também foi perseguido injustamente; ele o salvará e serão confundidos os nossos inimigos’. […]”.