A falta de sentido como objetivo do discurso

O nosso mundo padece de uma falta crônica de rigor terminológico. O fenômeno se reproduz e manifesta nos mais variados âmbitos da vida, dos debates presidenciais à catequese dos párocos, das falas dos sedizentes formadores de opinião à informação dita imparcial da imprensa. É certo ser muito difícil negar a existência da textura aberta da linguagem; contudo, muitas vezes as pessoas agem como se se tratasse de um abismo intransponível e como se, na comunicação interpessoal, nada importasse mesmo porque qualquer coisa dita poderia, sempre e necessariamente, ser entendida de um sem-número de maneiras.

As pessoas perderam, completamente, a sua confiança na capacidade da linguagem de transmitir o pensamento: só isso explica a proliferação generalizada de discursos sem sentido que nos bombardeiam o tempo inteiro. O introito, fi-lo porque queria comentar, algo ligeiro, esta matéria sobre o padre que afirmou ter sido Jesus “revolucionário e comunista”. Há diversos absurdos aqui.

Há, antes de mais nada, o absurdo de semelhante sandice constituir manchete jornalística corriqueira. Por um lado, não provoca estupor que um sacerdote católico seja capaz de proferir tal absurdo; por outro lado, a própria notícia é escrita sem paixão, com três parágrafos mornos, como se o repórter estivesse redigindo a coisa mais desinteressante do mundo. A blasfêmia nos lábios do sacerdote – eis o que quero dizer – não provoca nem revolta e nem júbilo; nem os protestos dos bons, nem a exaltação dos maus. Permanece naqueles círculos das notícias banais, publicadas somente para “bater meta” e que, ao que parece, não interessam suficientemente a ninguém.

Há o próprio absurdo do conteúdo da declaração: Nosso Senhor Jesus Cristo, é evidente, não pode ser comunista nem propriamente e nem por analogia. Não o pode propriamente por patentes limitações de ordem historiográfica: o comunismo só surgiu muitos séculos depois de Cristo. E não o pode ser por analogia porque a doutrina cristã não é, nada, em nenhum aspecto, comparável à pregação comunista. Os princípios básicos desta são – para ficar apenas nos dois mais gritantes – a igualdade absoluta entre todos os homens (com todos eles dissolvidos na massa desindividualizada da qual é feito o Estado Onipotente) e a rejeição do direito de propriedade. E mostrar como o Cristianismo se opõe a ambas é a coisa mais fácil do mundo.

Quanto à primeira, basta lembrar a estrutura hierárquica que Jesus claramente impingiu ao grupo dos Seus seguidores: Ele ensinava às multidões, mas enviava em missão apenas a alguns que chamou discípulos («setenta e dois», segundo São Lucas) e só a Doze constituiu Apóstolos, Seus mais próximos colaboradores, como bem o sabemos. Quanto à última, seria desnecessário e até meio ridículo arrolar as passagens todas onde o próprio Cristo defende, sim, que as pessoas tenham posses; contentemo-nos, tão somente, com este breve versículo, horror dos que pugnam contra o direito de propriedade:

O Reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido num campo. Um homem o encontra, mas o esconde de novo. E, cheio de alegria, vai, vende tudo o que tem para comprar aquele campo. (São Mateus 13, 44)

Ousando comparar as coisas mais sublimes – o Reino dos Céus! – a um vil comércio de terras, mais lógico seria que Nosso Senhor fosse chamado de latifundiário que de «comunista». Mas a lógica, percebe-se, não é mesmo o ponto forte dos que gostam de inventar nescidades à revelia do Magistério da Igreja Católica.

Por fim, há o absurdo da fala do padre. Veja-se a confusão do discurso:

Jesus é revolucionário, é super-revolucionário, vai além dos seres humanos, é amor, a sua ação é socialista, é comunista, compartilhou com uma comunidade de seres humanos.

Por todas as revoluções, o que raios isso poderia significar?! Não satisfeito em simplesmente assertar o revolucionarismo de Cristo, o padre vai além e afixa-Lhe um superlativo. Não fica claro, de nenhuma maneira, nem em quê, exatamente, se distingue o “super-revolucionário” do reles revolucionário comum e nem por qual misteriosa razão Jesus Cristo pertenceria a uma classe ou a outra. Ao dizer que Ele “vai além dos seres humanos”, mais uma vez não se percebe onde o reverendíssimo sacerdote quer chegar: sim, Cristo, “vai além” dos homens porque é Deus, mas isso não tem nada a ver, à primeira vista, com os dois adjetivos precedentes. Segue o discurso, sem a mínima conexão das partes seguintes com as antecedentes: “é amor”, diz o padre. Deus caritas est, de fato, verdade cristã incontrastável. No entanto, o discurso decai novamente da alta teologia para a revolta materialista chinfrim e, de repente, sem ter nem pra quê, a ação de Cristo é, de novo, comunista e socialista. Mais uma vez, nem uma única explicação é dada. Por fim, como se até então não fosse suficiente, vem o grand finale: “compartilhou com uma comunidade de seres humanos”.

Quem compartilhou? Cristo? A ação? Compartilhou o quê? A ação? Cristo? O amor? Com qual comunidade? A “dos seres humanos”? E, se a comunidade não fosse “de seres humanos”, seria de quê? É inútil procurar qualquer sentido: o padre não quer dizer absolutamente nada. Trata-se de pura verborragia, de um pretenso “falar bonito” que, na verdade, de bonito não tem nada, porque amputa a linguagem exatamente daquilo que é a sua função precípua: transmitir o pensamento.

Ninguém sabe o que o pe. Molina quer dizer com a sua tagarelice, e é proposital: ele não quer, mesmo, ser entendido. Quer apenas jogar palavras soltas que evoquem sentimentos atualmente benquistos – “socialista”, “amor”, “partilha”, “comunidade”, “Jesus Cristo” – num saco de gatos onde cada parte é uma unidade semântica autônoma e não tem qualquer relação com o todo. É isso o que acontece, com assustadora freqüência, nos dias de hoje: o próprio objetivo do discurso é não ter sentido algum, é não se comprometer, é não transmitir nada e apenas evocar estados de espírito de algum modo agradáveis. Que os que assim agem não consigam ver o quanto isso degrada o ser humano é somente a conseqüência previsível de trocar o pensamento claro e rigoroso pelos arroubos emotivos provocados por palavreados vazios.

É Advento: preparemos o nosso Natal

É Advento. O ano-novo litúrgico iniciou-se ontem, com as nossas igrejas revestidas de roxo, com o povo de Deus em solene expectativa pelo nascimento do Messias. Já tremeluz a primeira chama da Coroa do Advento. Já esperamos a Luz que há de refulgir nas trevas. Em breve.

É de Saint-Exupéry o famoso diálogo entre o Príncipe e a Raposa: «se tu vens às quatro da tarde, desde às três já começo a ser feliz». Uma vez, no início da faculdade, uma professora de estatística, do nada, recomendou a leitura deste livro. “Para que aprendêssemos o valor dos rituais”. Ao que parece, há pessoas que não receberam este piedoso conselho. Na Venezuela, p.ex., o Natal já passou. O presidente decretou-o para novembro. Se ele já houvesse celebrado o Natal alguma vez na vida, não faria jamais semelhante idiotice.

Porque o tempo não está sujeito aos decretos dos homens. Tem a sua própria cadência, que se impõe e é sábio respeitar. Diante dele, não cabe outra atitude que não a de uma humilde subserviência: ser homem é também, em certo sentido, ser capaz de esperar.

Não uma espera meramente passiva, por certo; não uma espera ignorante que os acontecimentos pegam sempre de surpresa. Mas uma espera que é expectativa: sabemos o que há de vir. Muitas vezes gostaríamos de ser como deuses, e desejaríamos que o futuro se realizasse quando o desejássemos, à nossa voz onipotente: mas isso é por demais infantil. Os rituais são o nosso modo de manipular o tempo, nos limites de nossa onipotência. Onipotência que é aliás bem limitada; voltando ao Pequeno Príncipe, mais ou menos como a do Rei

Mas divago. Os rituais são a nossa maneira de colocar o tempo a nosso serviço, dizia. Na impossibilidade de transportar o futuro para o presente, confeccionamos o nosso presente à imagem do futuro: transformamo-lo numa estrada pavimentada rumo ao que há de vir, onde tudo em um certo aspecto “já é” embora, em realidade, ainda não seja. Onde tudo aponta para o que há de ser – que, nesta nossa antecipação, já goza de um pouco de realidade. Não é possível decretar o Natal para agora. Mas é possível – e saudável – viver a expectativa do Natal.

Os cânticos do Advento já tomaram o lugar do Hino de Louvor nas nossas igrejas, e o Gloria in Excelsis da noite de Natal não seria tão belo se não fosse precedido e preparado pelo silêncio entre o Kyrie e a Colecta ao longo desses quatro domingos. A Luz não resplandeceria com tanto fulgor se as Trevas da noite não fossem tão densas e escuras. O Branco dos paramentos festivos não seria tão brilhante se não contrastasse com o roxo pesado dos dias precedentes. Em uma palavra, a beleza do Natal depende em grande medida das características dos dias que o precedem; e se é assim, o que fazemos já hoje é determinante de como será o nosso Natal. Se é assim, nós já começamos a vivê-lo. E, se queremos vivê-lo bem, é importante que bem o vivamos desde já.

É Advento. Preparemo-nos para a vinda do Messias que há-de vir. Preparemo-nos bem, conscientes de que aquela esperada Noite Feliz se faz ao longo do caminho que conduz a ela. Que por meio de um santo Advento, nos venha a todos um santo Natal.

Chávez está morto. A Venezuela está livre.

Hugo Chávez acaba de morrer. Ou melhor: a sua morte acaba de ser oficialmente reconhecida pela Venezuela. Como quase tudo o que acontece no país vizinho, a morte do ditador venezuelano é obscura e inspira desconfiança. Em meados do mês passado, por exemplo, uma postagem no Twitter (!) no meio da madrugada (!!) anunciava o inesperado retorno de Chávez a Caracas. Sinceramente, na ocasião eu não acreditei e ainda hoje não sei se acredito; mas agora é irrelevante, porque a sua morte foi oficialmente declarada. Se foi hoje ou na(s) semana(s) passada(s), se foi em Caracas ou em Cuba, agora já não faz mais tanta diferença. Chávez está morto. A Venezuela está livre.

Será que está? O presidente eleito deveria ser empossado em janeiro. Não foi. A Justiça da Venezuela topou adiar a cerimônia por tempo indeterminado e, mesmo assim, a morte colheu Chávez antes que ele pudesse tomar posse como presidente da Venezuela. O vice não foi eleito. Teoricamente, deveriam ser convocadas novas eleições. Serão? Ainda é cedo para saber. O que dá para fazer com certeza é rezar pela Venezuela, cujo futuro desponta um pouco menos sombrio agora que El Comandante depôs a foice e o martelo em definitivo mas que, provavelmente, ainda deve reservar algumas agruras ao povo venezuelano.

Quanto a Chávez… o que dizer? Está morto. O provérbio manda não dizer dos mortos senão o bem, mas peço aqui licença ao adágio popular porque, no dia de hoje, um silêncio assim tão prolongado seria inconveniente e constrangedor. É preciso dizer pelo menos que o mini-ditador candanga não fez bem à sua pátria, que a sua tentativa medonha de ressuscitar um sistema político já morto e apodrecido lançou a política latino-americana cinqüenta anos para trás, que as suas demonstrações de Fé no final da vida são, se não falsas, pelo menos incoerentes com tudo o que ele fez antes do câncer e, aliás, até o último instante de vida não se preocupou em consertar. Isto são verdades que é dever de justiça não deixar caírem no esquecimento, no meio da comoção midiática que costuma transformar em herói impoluto todo aquele que sai do palco da História para não mais voltar.

Está morto o Chávez, e que o Deus Altíssimo tenha misericórdia dele! R.I.P., como rezamos para os católicos, pois nem mesmo alguém como o ex-presidente da Venezuela foi criado por Deus para se perder. Que ele tenha conseguido uma boa contrição antes da morte, é o que eu desejo sinceramente. E que Deus mostre compaixão para com ele e sua terra.

Aviso – retorno de atividades

Após um casamento, uma merecida lua de mel e as cansativas eleições municipais de ontem, este blogueiro avisa a todos que está de volta. Agradeço pela paciência de todos, bem como pelas – incontáveis! – mensagens de felicitações e oferecimento de orações que eu recebi ao longo destes dias. Que o bom Deus, que é rico em misericórdia, possa recompensar a cada um de vocês com muito mais do que aquilo que me desejam.

Recife amanheceu com um misto de alegria e tristeza. Alegria, porque o PT foi devidamente escorraçado da cidade, ad majorem Dei gloriam, após doze anos de desmandos municipais. Tristeza, porque o apadrinhado pelo governador socialista, ilustre desconhecido até há poucos meses, conseguiu uma (apertada, verdade seja dita) vitória no primeiro turno com 51,15% dos votos válidos. Simplesmente ridículo. E, para completar a aberração eleitoral brasileira, o terceiro vereador mais votado da cidade – com mais de 13.000 votos – não foi eleito.

Um último ligeiro apontamento triste, agora no cenário latino-americano, foi a fantástica reeleição de Chávez na Venezuela contra todos os prognósticos. Vivemos dias sombrios! Nossa solidariedade ao povo venezuelano. Que continuem firmes, a despeito da tirania que lhes subjuga e oprime.

O ditador e a perspectiva da morte

Alguém dizia recentemente que não existem ateus em aviões atravessando uma turbulência. Eu até concedo que, talvez, haja algum ateu fanático particularmente fundamentalista a ponto de sufocar a voz da própria consciência até mesmo em situações extremas como diante da morte; mas aposto que a maior parte dos ateus renegaria rapidamente a sua fé quando se visse na iminência de deixar o único mundo que ele se permite acreditar.

Porque a morte é um mistério que sempre provocou – e sempre há de provocar – espanto nos seres humanos. A possibilidade de deixar de existir repugna à inteligência humana. Pelo fato de ser racional, o homem sabe que é superior à matéria, mesmo à orgânica, uma vez que inteligência não escorre de pedras nem se sintetiza em laboratório. O homem almeja continuar existindo, ainda que insista em dizer a si próprio que isto são fábulas de gente ignorante. Na iminência da morte, penso que o desejo natural há de falar mais alto (pelo menos na maioria das vezes) do que a mentira artificial auto-contada nos momentos de prazer – quando o futuro (aparentemente) longínquo é fácil de ser ignorado.

Pensava nisso quando via o Chávez recebendo a Extrema-Unção. O ditador comunista perseguidor da Igreja descobre não apenas que não é imortal (isto, afinal de contas, é fácil), mas que pode morrer em muito breve. Esta característica profundamente cristã da brevidade da vida, onde não somos capazes de adicionar um côvado sequer aos nossos dias sobre a terra, é um poderoso fator de aperfeiçoamento próprio. Quem toma consciência de que pode morrer hoje mesmo vai procurar ser hoje mesmo alguém melhor. Ao contrário, quem não pensa nunca na morte e passa a vida empregando esforços para se convencer de que o poeta mentiu ao dizer que a mágoa acompanha o homem ainda “quando esse homem se transforma em verme”… tem muito mais facilidade em deixar “para depois”. A propósito, os que entendem inglês não deixem de ler isto.

Claro, é perfeitamente possível que o Chávez esteja somente fazendo uma jogada de marketing hipócrita. Isto, aliás, é até bastante provável. Mas eu gosto de pensar que ele – que enfrentou recentemente um câncer, segundo a notícia – tenha talvez se dado conta de que é tempo (ou já passou há muito do tempo) de fazer conta. Porque, diante da perspectiva da morte, todas as vaidades da vida perdem o sentido; e, se não provocaram a conversão, talvez tenham provocado ao menos a tomada de consciência da necessidade da conversão. Diante da morte, talvez Chávez tenha tremido e temido. Talvez este Sacramento lhe possa fornecer as graças necessárias à redenção.

Nossa Senhora de Coromoto

Recebi hoje por email: Surpreendentes descobertas na imagem de Nossa Senhora de Coromoto, padroeira da Venezuela. Eu não conhecia a história; mas é certo que, sofrendo a Venezuela o que sofre, o país precisava, sem dúvidas, de uma especial proteção da Virgem Santíssima.

Nossa Senhora de Coromoto. Padroeira da Venezuela. Tem um artigo sobre Ela em Catolicismo. Tem outro na ACI. A história me lembrou a de Nossa Senhora de Guadalupe. Em ambos os casos, a Virgem apareceu a um índio. Em ambos, provocou inúmeras conversões. Em ambos, deixou uma imagem que até hoje existe. Mas, em Coromoto, o índio ao qual Ela apareceu não era batizado: a este, a “Mãe de Deus dirigiu-lhe a palavra na língua nativa dele, recomendando-lhe que fosse viver junto aos brancos para ‘poder receber água sobre a cabeça e assim poder ir ao Céu'” (Catolicismo).

E as análises científicas feitas na imagem de Nossa Senhora de Coromoto revelaram coisas muito semelhantes àquelas que sabemos sobre a imagem de Guadalupe: “estudando o olho esquerdo [da imagem] através do microscópio[, os especialistas] puderam discernir um olho com características humanas. Nele os especialistas diferenciaram com clareza a órbita ocular, o conduto lacrimal, o iris e um pequeno ponto de luz nele. Mas, a surpresa estava começando. Maximizando o ponto de luz os especialistas julgaram detectar uma figura humana que se assemelha muito à de um indígena”.

Que seja em nosso favor a Virgem Soberana. Que Ela nos livre do inimigo, com o Seu valor.

Conferências e Conferências

Conferência Episcopal do Uruguai, sobre a crise política de Honduras: “Hemos conocido con mucha satisfacción la toma de posición de la Iglesia, enunciada a través de su autorizada presencia en los medios de comunicación. Damos gracias a Dios por la profética palabra que ha resonado en su discurso, como mensaje de libertad, paz y justicia”.

Não é a primeira. A mesma notícia diz: La Conferencia Episcopal de Ecuador se suma a la de Venezuela y Bolivia en apoyo del Cardenal Oscar Rodríguez Maradiaga, Presidente de la Conferencia Episcopal de Honduras. (vid. NG 906, 907, 909, 912, 925, 958, 963, 974, 985).

E no Brasil? A única coisa que se encontra no site da CNBB é uma Nota do CNLB Regional Sul 1 em repúdio ao golpe de Honduras! Triste Terra de Santa Cruz… vergonha para o maior país católico do mundo. Miserere nobis, Domine!

Feliz desfecho na Venezuela

O secretário da Conferência Episcopal Venezuelana, Dom Jesús González de Zárate, informou a ZENIT nesta terça-feira que o Governo de Hugo Chávez permitiu que os bispos venezuelanos fizessem a viagem ad limina apostolorum. Como foi aqui dito ontem, havia doze bispos cujos passaportes não estavam regularizados e que, por conta disso e da morosidade das autoridades em atender aos seus pedidos, corriam o risco de não terem os seus documentos preparados a tempo de fazerem a viagem.

Como disse Dom Jesús, “graças à colaboração do Ministério das Relações Exteriores, os prelados puderam obter o documento a tempo e todos conseguiram viajar para Roma”. Deo Gratias.

O que havia acontecido era o seguinte: “por uma determinação do governo venezuelano, em janeiro passado, negou-se aos bispos a renovação do passaporte diplomático, um documento especial de viagem que se dá a certos cidadãos e que facilita sua mobilização em território estrangeiro” e, por conta disso, “12 dos bispos venezuelanos, que tinham seu passaporte vencido, tiveram de tramitar sua renovação como qualquer cidadão. Por políticas do Estado, na Venezuela o trâmite de renovação do passaporte se realiza de maneira lenta. Por esta razão, os bispos corriam o risco de não viajar a Roma”.

Agradeçamos a Deus pelo feliz desfecho do conflito entre o ditador comunista e a Igreja de Nosso Senhor, e continuemos em oração à Virgem Santíssima para que Ela Se compadeça da Venezuela.

Chávez impede bispos de fazerem visita ad limina

Reproduzo notícia que – até onde eu saiba – não saiu na mídia brasileira: o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, negou o visto a doze bispos que iam se encontrar com o Papa na visita ad limina:

02/06/09 O ditador mais famoso da América Hispânica, Hugo Chávez, que tem nas mãos o destino de mais de 30 milhões de pessoas há quase 10 anos, alcançou de novo a imprensa internacional por sua negação de conceder o visto a 12 bispos que iam encontrar-se com o Papa Bento XVI por ocasião de sua visita ad limina. Os esforços do Núncio de Sua Santidade na Venezuela foram em vão, já que a petição dirigida ao Vice-Ministro do Interior do país foi completamente ignorada pelas autoridades do regime bolivariano revolucionário comunista.

SECTOR CATÓLICO une-se às petições internacionais enviadas a Caracas nestes dias, para que o ditador recobre o juízo e permita a estes prelados da Igreja exercerem seu ministério com plenas garantias; e [para que] respeite, de uma vez por todas, a liberdade religiosa do seu povo e da Igreja, cujo dever máximo é o de anunciar o Evangelho a todos os povos e nações. E, de quebra, fazemos também a ele um pedido: que abandone o poder e vá para sua casa.

Entendam bem o que está acontecendo: a visita ad limina Apostolorum é uma obrigação dos bispos católicos de, a cada cinco anos, visitarem o Papa e prestarem contas de suas Dioceses. O fato, portanto, é que Hugo Chávez está pondo empecilhos ao encontro de bispos católicos com o Papa!

Radio Cristiandad fala que Chávez negou “el pasaporte necesario para que salgan del país”. O Periodista Digital fala que, a estes doze bispos, “el Gobierno no les ha otorgado/renovado/prolongado su pasaporte”. E depois há os que dizem que estamos exagerando quando falamos em perseguição religiosa na Venezuela! Que Deus tenha piedade desta Terra de Santa Cruz e não permita que sigamos os passos do ditador venezuelano. E que a Virgem Santíssima interceda pela Igreja na ditadura chavista.

Uh, olha o golpe aê!

Barreto: Dilma não motiva meu pedido de 3º mandato.

– Foi a certeza de que a continuidade das políticas do presidente Lula melhoraram a condição de vida da população nordestina. Hoje o sentimento da população em relação ao Lula é de alguém que olhou para os pobres e para o nordeste. Então eu, como intérprete do pensamento das minhas bases, fiz o que achei preciso.

[…]

A proposta de Barreto é permitir duas reeleições para presidente, governador e prefeito. A emenda prevê também a realização de um referendo em setembro, assim, faz valer para a eleição de 2010. Para Barreto, esta é uma maneira de assegurar “o jogo democrático”.

E o Brasil vai se transformando numa grande Venezuela…