Ai, que grande lixo! “CNBB contra a nota”, diz O Dia Online. A nota em questão é aquela da Pastoral de Católicos na Política do Rio de Janeiro, que eu reproduzi aqui e que condena o PNDH-3 do governo petista. Segundo a matéria d’O Dia:
A nota diz que o plano é uma cartilha “de estilo radical-socialista”. Em janeiro, a CNBB condenou aspectos do programa, como a proposta de legalização do aborto. Mas, ao mesmo tempo, se dizia “desejosa de participar do diálogo nacional” sobre o PNDH.
E, sim, eu me lembro da declaração da CNBB sobre o tema que eu também reproduzi aqui. Pelo andar da carruagem, parece ser patente a divisão dentro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Graças a Deus.
O estilo “morde-e-sopra” certamente não me agrada e nem agrada a Nosso Senhor, que exigiu que a linguagem dos Seus discípulos fosse “sim, sim, não não”. No entanto, dá-me esperanças ver que existem pessoas dentro da CNBB preocupadas em soprar. Pelo menos isso! A situação atual está muito melhor do que já foi anteriormente, quando, da Conferência, só esperávamos receber facadas pelas costas e ofensas à Igreja de Nosso Senhor.
Aproveito o ensejo para agradecer publicamente aos membros da CNBB que são responsáveis pelas coisas decentes emanadas pela Conferência. São poucos, mas prestam um serviço inestimável. Que tenham coragem! São minoria, mas são fiéis, e a fidelidade a Deus é uma característica capaz de mover montanhas e possibilitar vitórias que, humanamente, seriam impossíveis. Que tenham coragem, e continuem! Que os lobos sejam desmascarados, e que a CNBB seja expurgada de toda influência demoníaca e, arrancada às garras de Satanás onde esteve por tanto tempo, possa ser recolocada a serviço de Nosso Senhor.
Voltando ao assunto: “Para Dom Dimas, bispo-auxiliar do Rio, o maior problema da nota é que ela ataca todo o PNDH e não apenas alguns pontos específicos”. Oras, em primeiro lugar, todo o PNDH, sim, está repleto de uma ideologia anti-cristã e, nos pontos onde há concordância entre o maldito Plano e a Doutrina Cristã, esta concordância é meramente acidental.
E, em segundo lugar, é de uma ingenuidade irresponsável procurar defender o cão raivoso porque ele tem “olhos bonitinhos”, ou tentar salvar a maçã envenenada por causa da sua cor lustrosa. É de uma ingenuidade irresponsável, repito – que, diga-se de passagem, a Igreja nunca adotou -, vir em defesa das heresias por causa das coisas corretas que elas ainda mantêm.
Imagino uma declaração deste tipo na época da Reforma Protestante. O Papa Leão X, na bula Exsurge, Domine, enumerou os erros de Martinho Lutero. Mas não enumerou os pontos em que ele acertava, e nem muito menos defendeu o heresiarca por causa dos pontos que o Luteranismo mantinha da Fé Católica. Ao contrário: proibiu Lutero de pregar, mesmo sabendo que o Luteranismo não era condenável “no todo”, e sim somente n’alguns pontos específicos – especificamente, os que foram condenadas pela referida bula.
Houvesse secretariados-gerais àquela época, viriam em socorro ao Heresiarca. Diriam que esta posição não era a da Conferência – caso houvesse Conferências. Insistiriam nos pontos positivos da Reforma. Desejariam participar do diálogo. E, enquanto dialogassem com o lobo, as ovelhas seriam dispersas.
Quem poupa o lobo sacrifica as ovelhas, conforme disse (salvo engano) Victor Hugo. Esta é uma lição que os excelentíssimos responsáveis pela CNBB já deveriam ter aprendido. E espero que a aprendam depressa, antes que seja tarde demais.