El Martes me fusilan – homenagem aos Cristeros

Letra [recebi por email, do Carlos, a quem agradeço]

El martes me fusilan

El martes me fusilan
A las 6 de la mañana.
Por creer en Dios eterno
Y en la gran Guadalupana.
 
Me encontraron una estampa
De Jesús en el sombrero.
Por eso me sentenciaron
Porque yo soy un cristero.
 
Es por eso me fusilan
El martes por la mañana.
Matarán mi cuerpo inútil
Pero nunca, nunca mi alma.
 
Yo les digo a mis verdugos
Que quiero me crucifiquen
Y una vez crucificado
Entonces usen sus rifles.
 
Adiós sierras de Jalisco,
Michoacán y Guanajuato.
Donde combatí al Gobierno
Que siempre salió corriendo.
 
Me agarraron, de rodillas,
Adorando a Jesucristo.
Sabían que no había defensa
En ese santo recinto.
 
Soy labriego por herencia,
Jalisciense de naciencia.
No tengo más Dios que Cristo
Por que me dio la existencia.
 
Con matarme no se acaba
La creencia en Dios eterno.
Muchos quedan en la lucha
Y otros que vienen naciendo.
 
Es por eso me fusilan
El martes por la mañana.
 
Peloton, prepareeen, apunteeen
Viva Cristo Rey y fuego.

É difícil ser criança em Honduras…

Parece que não se fazem mais crianças como antigamente.

Só dois pontos:

1 – Veja-se quem são as pessoas que estão contra o “Golpe” que derrubou o presidente Zelaya. Faz sentido a mídia tupiniquim tachar ad nauseam de golpista o governo hondurenho?

2 – Quando um niño de 10 años berra a plenos pulmões paso firme hacia la revolución, paso firme hacia el socialismo diante de uma multidão e é ovacionado, eu penso que o mundo está mesmo perdido…

A Igreja Católica: construtora da civilização

A quantidade de material relevante produzido no exterior e traduzido para o português é extremamente limitada. Há muita coisa que faz muita falta. É por isso que fiquei bastante feliz ao encontrar a tradução da “The Catholic Church: Builder of Civilization”, série do EWTN apresentada pelo Thomas Woods. Ainda não está completa, mas vale muito a pena ficar acompanhando. O vídeo abaixo é a primeira parte do primeiro programa.

Quem está postando os vídeos no youtube é o kandungus (acompanhem os próximos lá). A dica eu recebi via Tubo de Ensaio e Acarajé Conservador.

É proibido pensar

[Feito por um protestante, e só tem graça com som. Aos 1:34, o “estão distantes do trono, caçadores de Deus” vale o vídeo! A letra pode ser encontrada no Vagalume. É oportuno recordar as palavras de Nosso Senhor nos Evangelhos: “Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda casa dividida contra si mesma não pode subsistir” (Mt 12, 25b). E que o sr. João Alexandre, tendo já recebido a graça de ver com clareza as profundas divisões existentes no mundo protestante, possa, por intercessão da Virgem Santíssima, encontrar a verdadeira Igreja de Nosso Senhor.]

USP, greve, estudantes e PMs

Recebi um email sobre a “violência da PM” no recente caso da greve da USP, em uma lista de emails católica (isso é relevante), onde em uníssono todos demonstravam a sua solidariedade aos alunos agredidos e o seu mais completo repúdio à atitude das autoridades (chegaram a citar Foucault!). O seguinte vídeo foi-me enviado, para mostrar a truculência dos policiais militares contra os indefesos estudantes:

Confesso não estar completamente a par do que acontece na Universidade de São Paulo. Mas vi o vídeo, onde os estudantes gritavam contra os policiais, tentavam expulsá-los do campus, faziam algazarra e debochavam da PM. E não pude deixar de questionar sobre o quê, exatamente, estava acontecendo em São Paulo.

Uma garota me respondeu rispidamente que eu lesse sobre o “direito à greve” na Constituição Federal. Retribuí dizendo-lhe que ela lesse sobre o direito à greve no Compêndio de Doutrina Social da Igreja. Sob a ótica católica, julgo ser este documento, e não o primeiro, que deva ser levado em consideração.

Sobre o caso específico da USP, ao que me conste, os estudantes ocuparam o prédio da reitoria [P.S.: esta ocupação ocorreu no final do mês passado, e não tem relação direta com o vídeo acima reproduzido; quando houve o conflito com a PM, terça feira passada, os policiais estavam no campus “para evitar que funcionários, em greve desde 5 de maio, [bloqueassem] a entrada de prédios”, e os estudantes estavam realizando um “protesto em frente à reitoria”.] e o final do vídeo mostra exatamente as “estratégias” adotadas por eles para “defenderem” a sua ocupação. Só duas perguntas sobre isso:

1) A ocupação de um prédio que não lhe pertence, à força, montando piquetes, impedindo a entrada dos funcionários, não caracteriza um pecado contra o sétimo mandamento?

2) A Constituição Federal citada legitima também o direito à ocupação violenta de patrimônio público?

O Estado de São Paulo publicou uma opinião sobre o assunto que considero relevante reproduzir:

Ao adotar medidas preventivas, pedindo à Justiça que autorizasse a Polícia Militar a dissolver piquetes nos prédios das principais coordenadorias e unidades de ensino da USP na Cidade Universitária, a reitora mostrou ter aprendido a lição da greve de 2007. Na ocasião, ela contemporizou com os líderes dos servidores e dos alunos e acabou tendo seu gabinete invadido por baderneiros que quebraram móveis, vidros e telefones, roubaram computadores e rasgaram documentos – inclusive os relativos a processos administrativos abertos contra funcionários. Os prejuízos foram estimados em R$ 346 mil. Desde o início da greve deste ano, em 5 de maio, a PM já teve de atuar duas vezes para impedir piquetes e coibir depredações. A última tentativa da invasão do prédio da Reitoria, ocorrida na semana passada, causou prejuízos de R$ 10 mil.

Até quando será que vamos ter que aturar a empulhação esquerdista da luta de classes, onde as autoridades são sempre “do mal” e os proletários [no presente caso, os “estudantes”] são a mais nobre expressão de elevados valores morais – mesmo que sejam vândalos baderneiros? Até quando esta praga vai se infiltrar até mesmo na juventude católica? É por causa desta picaretagem que o nível das universidades públicas cai a cada dia. Quando é que os jovens vão acordar e perceber que eles foram feitos para coisas muito mais elevadas do que isso?

Exemplo de argumentação abortista

Pra mim, é caso de exorcismo…

P.S.: Não sei se todos perceberam, mas este vídeo faz as vezes de uma espécie de parábola dos tempos modernos, ou – melhor dizendo, já que se trata de um fato e não de uma história inventada – de um apoftegma hodierno, onde o sentido transparece claramente: é “no grito”, “na marra”, “na violência” que os abortistas – privados de argumentos sustentáveis – querem empurrar goela abaixo a sua visão de mundo assassina.

Infância roubada, juventude depravada

Quando criança, eu assistia ao “Xou da Xuxa”, tinha os discos do Balão Mágico e do Trem da Alegria. Mas só quando cresci descobri, com horror, a imoralidade existente nesses programas e músicas “infantis” da década de oitenta. Não acho que seria exagerado dizer que parte da responsabilidade pela depravação moral dos jovens do final da década passada para cá deve ser creditada a estas coisas “infantis” às quais eles foram expostos quando eram crianças.

Procurava no youtube ainda há pouco uma música que eu ouvia quando era criança, chamada “Pra ver se cola”. Cola o teu desenho no meu / pra ver se cola / cola o teu retrato no meu / e me namora. [Aliás, só agora, depois de vinte anos, eu descobri que a letra dizia “cola o teu desenho no meu”, porque eu sempre havia cantado, até hoje, “cola o teu pezinho no meu”…] Encontrei-a, com os meninos fazendo uma apresentação no Xou da Xuxa. Quando eu era criança, achava a coisa mais inocente do mundo; hoje, no entanto, vi as crianças cantando, e o clima de “paquera” existente na música representado no palco, e a dança com beijinhos e cabecinhas coladas, e achei isso – ainda que inocente – extremamente precoce. Crianças de seis, sete, oitos anos de idade não deveriam estar cantando “me namora”.

“Ah, deixa de ser exagerado”, alguém pode dizer, “é claro que ninguém vai virar um depravado na juventude por cantar uma coisa inocente como ‘cola o teu desenho no meu’ na infância”. Não, eu não estou exagerando, porque “Pra ver se cola” não é um caso isolado e nem é o pior. Vejam, por exemplo, esta outra música sobre a Xuxa do mesmo Trem da Alegria. Eu me lembro dela. Lembro-me de que a cantava. Mas não entendia a malícia da letra quando era criança: eu fico imaginando, quero ser seu namorado / mas fico com vergonha do meu pai que está do lado / você é a culpada do meu banho demorado / Xuxa… Oras, como assim, “você é a culpada do meu banho demorado”?! Alguém consegue me explicar como foi possível que os pais deixassem as crianças cantarem que ficavam um tempão trancadas no banheiro imaginando a Xuxa?

Insisto: é recorrente. Mais uma música: Fera Neném. Quando quero alguma coisa, eu berro / brinco de médico, ninguém é de ferro / […] / vou em frente, não dou bola pra bruxa, / acordo contente quando sonho com a Xuxa. Como é possível que ninguém tenha protestado contra esta perversão da infância?

Mais exemplos: Rita Lee no Xou da Xuxa. No meio das crianças cantando Xuxuzinho [Papai do Céu, me dá um namorado / lindo, fiel, gentil e tarado]  ou Pega Rapaz [Nós dois afim / de cruzar a fronteira / numa cama voadora, fazedora de amor / de frente, de trás / eu te amo cada vez mais / de frente, de trás / pega rapaz, me pega rapaz, / de frente, de trás / […] / Alô doçura, / me puxa pela cintura / tem tudo a ver o teu xaxim / com a minha trepadeira] – deixar crianças cantarem este tipo de pornografia faz sentido para alguém?

Enfim: as crianças que imaginavam os namoricos de escola das canções, que tomavam “banhos demorados” pensando na Xuxa e acordavam contentes quando sonhavam com ela, que brincavam de médico porque “ninguém é de ferro”, que escutavam, cantavam e dançavam as músicas pornográficas da Rita Lee, poderiam porventura formar uma geração de vestais quando crescessem? Acaso isso é educação? Se as crianças tiveram a sua infância roubada e, no lugar dela, apresentaram-lhes este bombardeio de temas adultos e até mesmo imorais, é de se espantar que os jovens sejam o que são?

Aliás, se os programas e músicas infantis da década de oitenta tiveram realmente esta influência  negativa na geração de jovens que se lhes seguiu, eu não quero nem imaginar como vão ser os jovens que cresceram escutando axé e funk. Que Nosso Senhor tome conta das crianças do Brasil.

Os armários intolerantes

A famosa frase de Chesterton – que cito na sua versão que ganhou mais popularidade, e não na literal proferida pelo insigne escritor inglês, mantendo no entanto intacto o sentido das suas palavras – sobre os ateus, “quando alguém deixa de acreditar em Deus, não é que ele passe a não acreditar em nada; na verdade, ele passa a acreditar em qualquer coisa”, dá a cada dia mostras de ser exata literalmente. Foi com surpresa que descobri o blog da “União Nacional dos Ateus” em um post com um vídeo – elogiado! – da mais inacreditável infantilidade.

Para os que não quiserem (sabiamente) perder oito minutos do seu tempo assistindo-o, conto em linhas gerais: é a história de um menino e de uma cultura de “construção de armários”. Os pais dele o ensinaram a construir armários com duas gavetas, porque era assim que um certo “manual” ensinava. Após o menino encontrar pessoas que construíam armários com gavetas em posições diferentes, ou com mais do que duas gavetas, passa a se questionar e recebe sempre respostas intolerantes dos seus pais. Decidido a ler o manual por conta própria e construir o armário do jeito, literalmente, que ele ensina, fabrica uma coisa totalmente tosca e inútil. É aí que ele percebe (1) que o manual é inútil porque não ensina a construir os armários que as pessoas dizem que ensina e (2) que cada um pode construir o seu armário do jeito que quiser. Moral da história: a Bíblia é inútil, cada um acredita naquilo que quiser e a intolerância religiosa é um terrível mal para a humanidade.

Detenhamo-nos um pouco a aplicar os rigores da lógica a esta puerilidade. Uma metáfora que tenha serventia precisa guardar semelhança com a coisa da qual ela se propõe a ser uma representação metafórica; conclusões tiradas com base em analogias só são válidas se respeitarem as semelhanças e dessemelhanças existentes entre o objeto “original” e o seu análogo. Tudo isso é óbvio. Assim sendo, a pergunta que salta aos olhos ao assistir o vídeo é: o que raios têm a ver os alhos com os bugalhos? Por qual misterioso processo intelectual infere-se, a partir de uma estúpida história sobre manuais e armários, que as religiões são males a serem combatidos pelos “iluminados” ateus?

“São coisas análogas”, pode alguém clamar. Não, não são, é óbvio que não são. Existem armários com duas gavetas, com três gavetas, armários toscos inúteis, armários azuis e vermelhos, armários de diversos formatos, e cada um pode ter o armário que bem entender, e cada armário de cada um é um armário diferente. O “objeto” apresentado pelas religiões – Deus – não é “diferente” para cada uma das pessoas, e sim o mesmíssimo Deus único; ao contrário dos armários – onde a multiplicidade dos objetos comporta perfeitamente que haja diferenças entre eles sem nenhum problema lógico -, a unicidade de Deus faz com que seja uma impossibilidade lógica estarem, ao mesmo tempo, corretas duas afirmações contraditórias sobre Ele mesmo. É a própria natureza do problema enfrentado – ao contrário do problema da “construção dos armários” – que faz com que os distintos conhecimentos sobre Deus sejam mutuamente excludentes: está na essência mesma das religiões serem incompatíveis.

Como uma coisa tão gritantemente óbvia “escapa” à inteligência atéia é um mistério inexplicável. Passa a terrível e incômoda impressão de que os ateus não são capazes de entender aquilo que eles estão, não obstante, empenhados em refutar. A fé dos ateus é uma coisa realmente espantosa, pois – ao que parece – faz com que eles acreditem piamente que Deus é um armário. Esta miséria intelectual chega a ser frustante, e chega até a dar saudade de nomes como o de Augusto Comte; ao menos era possível haver polêmicas de verdades

Ainda mais erotismo

Uma leitora deixou um – em parte – pertinente comentário aqui no Deus lo Vult! ontem à noite. Entre outras coisas, ela disse:

[E]xiste tanto incentivo ao sexo heterossexual em tanto canto no mundo. Já olhou a letra dessas músicas de funk, hip hop, brega, forró? Internet, televisão, tudo hoje incentiva o sexo heterossexual.

É uma triste verdade, infelizmente incontestável. Para ficar em um só exemplo de tantos que poderiam ser citados, recebi dia desses de um amigo o link para este blog, comentando um vídeo que é um perfeito exemplo desta cultura erótica que permeia os nossos dias. Acredito que o vídeo foi feito em uma escola, já que as pessoas estão aparentemente fardadas. Eu não saberia precisar a idade dos meninos e meninas que aparecem, mas salta aos olhos que são crianças.

Esta dança pornográfica e apelativa é tão gritantemente imoral e tão obviamente prejudicial à educação das crianças que ninguém nem precisa ser católico para entender isso. Os próprios comentários [aliás, mal-educados] do autor do blog citado mostram isso. O outro blog lá linkado – este, que aparentemente foi a fonte original do vídeo – também revela isso: ele não tem a mínima conotação religiosa, e a autora começa o seu texto dizendo que não quer ter filhas.

No mês passado eu comentei também aqui sobre a erotização da moda infantil: mais um exemplo – entre tantos! – da degradação moral da nossa sociedade e do mundo que nós estamos deixando para os nossos filhos. Quando nós, católicos, combatemos a pornografia e tanta sujeira da qual está repleta a cultura moderna, somos chamados de ultra-conservadores, de sermos traumatizados com tabus sexuais, de estarmos fora de moda e tantas outras coisas mais. E quanto aos não-católicos que mantêm o seu senso moral relativamente intacto e têm a coragem de serem contra a erotização da sociedade na qual vivemos, eles são o quê? Influenciados pela Igreja, é isso?

Isto está errado. Salta aos olhos que está errado. No entanto, as atitudes tomadas frente ao patente erro pelos que não são católicos são sofríveis: o Eden revela um terrível pessimismo ao dizer que a culpa é “nossa que consumimos esse tipo de porcaria”, a Kellen diz que só quer ter filhos porque prefere “tem um filho garanhão e pegador de quem uma filha biscate” (sic) e a Isabela insinua que, se existe tanta apelação erótica heterossexual, não deveríamos nos preocupar tanto com a homossexual! É incrível, mas é verdade: sem Deus, o homem até percebe que está no abismo, mas não consegue nada a não ser cair cada vez mais fundo.

Qual o problema com a pornografia?

Não sei quem é o Jason Evert, mas esta resposta dele sobre qual é o problema com a pornografia – considerando que, com ela, “não estamos fazendo mal a ninguém” – está muito boa. Recomendo.

Deus lhe deu inicialmente uma mente livre de imaginações para que você imprima nela a beleza de sua esposa, e só ela. E, ao invés, estampamos nela tantas imagens de outras mulheres, e você olha para essas outras mulheres na pornografia 15 segundos e já está enjoado dela. Olha para a próxima garota 30 segundos, e já está enjoado; e a próxima, e a próxima… Esses são os corpos mais bonitos do mundo e estamos sendo treinados para ficar enjoados deles em menos de um minuto. E você faz isso por alguns anos, e casa com uma mulher, e você realmente espera que seu corpo vai cativá-lo até que a morte os separe?