Há motivos para esperança

Publico o gráfico e o comentário abaixo conforme os encontrei no “Lavras Resiste!”. Concordo com o autor do texto: há motivos para esperança. Há três anos eu publiquei aqui este texto, com dados americanos que vão harmoniosamente ao encontro destes, britânicos, que com alegria trago hoje. Os números parecem-me claros: é da Tradição que surgem as vocações. Há esperança.

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Há motivos para esperança. À direita no gráfico, vê-se o número crescente de ordenações desde 2008. Suponho que esse seja o efeito da Tradição, revalorizada por S.S. Bento XVI. Para mim, o gráfico é claro. Fora da Tradição não há salvação.

Curtas

Morre a filha de Stalin que se converteu ao catolicismo. Morreu sozinha no último dia 22 de novembro, em um asilo nos Estados Unidos. Leiam lá o testemunho dela contando a sua conversão (está em espanhol, mas é belíssimo). Só um trecho: «Há uma coisa que aprendi pela primeira vez nos conventos católicos: a bênção da existência quotidiana, inclusive da mais escondida; de cada pequena ação e até mesmo do silêncio. Geralmente sou felicíssima em minha solidão; na tranqüilidade do meu departamento eu sinto vivamente a presença de Cristo».

E subscrevo o final do texto de HazteOir.org: Sobra cualquier glosa al texto. Svetlana Iósifovna Stálina, gracias por tu testimonio. Descansa en paz.

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Corra, Edir Macedo, que o Papa vem aí – sobre a recente campanha calhorda da Record para colocar o povo brasileiro contra a próxima Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no Rio de Janeiro em 2013. Vejam lá os comentários do Porta Fidei. A reportagem original está aqui. Desta, eu cito: «O texto é claro: são R$ 5 milhões para a realização e divulgação da Jornada. O deputado estadual Édino Fonseca é contra a utilização do dinheiro do contribuinte para a promoção de um evento católico, advertindo que o Estado é laico. A deputada Myrian Rios, autora da emenda, foi procurada, mas não se pronunciou sobre o caso».

Sinceramente, eu não sei nem o que comentar. Todo mundo sabe que a JMJ é um evento que praticamente se auto-sustenta e que é extremamente benéfico para a economia dos países onde se realiza (ao contrário de Olimpíadas ou de Copas do Mundo). A JMJ Madrid, p.ex., movimentou 354 milhões de euros! E «custou, em âmbito organizacional, em torno de 50 milhões de euros advindos de recursos gerados pela própria organização». Eis os fatos que fazem calar a tagarelice da Record. É isto o que tem que ser apresentado aos cariocas, e não a insidiosa cortina de fumaça levantada pela emissora protestante.

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Padres brasileiros invadem o Novo Mundo. A reportagem de Terra fala sobre o novo Anuário Católico, cujos dados são animadores: «apesar de ainda haver pouco padre por habitante (um para cada 8.624), o número de paróquias e de sacerdotes está em crescimento. Segundo o Anuário, há 22% mais igrejas e 31,8% mais párocos do que em 2000».

Vale também a pena passar os olhos por esta Análise sociológica da evolução numérica da presença da Igreja no Brasil. O estudo apresenta tabelas e gráficos muito interessantes, embora quase todas as explicações sejam perfeitamente dispensáveis.

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Alento aos desolados com a Igreja, por Genésio “Frei Leonardo” Boff. É um lixo completo. Destaco só o último parágrafo para fazer uns ligeiros comentários:

O problemáti[c]o na Igreja romano-católica é sua pretensão de ser a única verdadeira. O correto é todas as igrejas se reconhecerem mutuamente, pois todas revelam dimensões diferentes e complementares do Nazareno. O importante é que o cristianismo mantenha seu caráter de caminho espiritual. É ele que pode sustentar a tantos cristãos e cristãs face à mediocridade lamentável e à irrelevância histórica em que caiu a Igreja atual.

1. Como está bastante óbvio para qualquer pessoa que mantenha intacta a sua capacidade de reconhecer os princípios elementares da lógica, qualquer coisa que se afirme ser verdade precisa, necessariamente, excluir todas as coisas que lhe contradigam. Não dá para dizer que uma coisa é verdade e, ao mesmo tempo, que o(s) contrário(s) desta coisa é(são) também verdade.

2. “Todas as igrejas” (e o Genésio inclui aqui também as seitas) “se reconhecerem mutuamente” é uma coisa que só é possível pela destruição de todas as igrejas, uma vez que (ao contrário do que disse o Genésio) a pregação do Nazareno inclui sim uma (e somente uma) Igreja que era “coluna e sustentáculo da Verdade”. O que o Boff realmente quer é inaugurar a sua própria Igreja – que seria radicalmente diferente de todas as manifestações cristãs em 2.000 anos de Cristianismo! Ele é mesmo o único cristão verdadeiro desde São Francisco!

3. Esta tese idiota do Boff de que – p.ex. – “o importante é que o cristianismo mantenha seu caráter de caminho espiritual” em detrimento de sua organização visível e hierárquica, por acaso o ex-frei não a considera como a única visão verdadeira do Cristianismo? Sim ou não? Se sim, como ele tem a hipocrisia de condenar na Igreja aquilo que ele próprio faz? Se não, por qual motivo está errado – e é problemático – o posicionamento de sempre da Igreja Católica?

4. “Mediocridade lamentável” e “irrelevância histórica”, como disse um amigo em uma lista de emails sobre o assunto, é a contribuição acumulada do sr. Leonardo Boff para a humanidade. Tão medíocre e tão irrelevante que passa a impressão de que ele pensava em si próprio quando escrevia estas linhas.

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Gherardini responde a Ocariz – vi no Fratres in Unum. Gostei do texto. Destaco apenas

1. que o Mons. Gherardini não se furta a usar “linguagem conciliar” e diz, explicitamente, que [grifo meu] «a Igreja é e opera no tempo como sacramento de salvação» (cf. LG 1); e

2. que ele não nega ao Concílio o caráter magisterial e doutrinal, aceitando inclusive que «o magistério do Vaticano II, como se diz e rediz a todos os que têm ouvidos para ouvir, é um Magistério solene e supremo».

A despeito de pôr em dúvidas “a sua continuidade com a Tradição”, ele não o faz com o tom dos rad-trads. Em particular, que diferença para o sermão de D. Fellay (apud Tornielli)! Nestes dias em que esperamos a resposta da FSSPX à proposta da Santa Sé, rezemos pela unidade da Igreja. Para que todos se ponham, o quanto antes, cum Petro et sub Petro.

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– Muito ruim este texto [p.s.: aparentemente foi removido; encontrei-o ainda disponível aqui] que alguém me pediu por aqui para comentar. Não tem coesão, não segue um raciocíno reto, não justifica as suas posições (“jogadas” no meio do texto), não apresenta alternativas… em suma, é perfeitamente inútil. Apenas comento à guisa de exemplo:

  • «No final desse mesmo século [IV], o cristianismo ascendeu ainda mais, pois, doravante, por decreto do imperador, tornou-se a única religião oficial do império» – como assim “única”? E por acaso existe/existiu algum império que em algum momento tivesse mais de uma religião oficial?!
  • «[S]omente as pessoas que de fato eram convertidas tinham coragem de se assumirem como cristãs, em virtude dos desdobramentos perigosos de professar a fé no Filho de Deus» – isto não é propriamente verdade, o que se demonstra pelo número enorme dos Lapsi dos primeiros séculos (que gerou inclusive disputas na Igreja sobre a forma como eles deveriam ser tratados). Cristãos “frouxos” sempre houve. Se é possível dizer que o número de covardes aumentou com o fim das perseguições, por outro lado não se pode esquecer dos bons cristãos que, contudo, não tinham a têmpera dos mártires e só puderam seguir com maior tranqüilidade a sua consciência após o Edito de Milão. Teodósio não obrigou ninguém a ser cristão.
  • «[A] partir dessa oficialização por decreto, muita gente inconversa e interesseira tornou-se “cristã”, pois, a dobradinha igreja e Estado era prato cheio para quem quisesse se dar bem» – exemplos? Nenhum. O cara simplesmente cospe a afirmação gratuita, e os seus leitores são obrigados a aceitar. Ademais, ainda concedendo que o articulista estivesse correto quanto a este dado factual, esta deturpação religiosa seria devida à cretinice destes falsos cristãos específicos, e não por causa da união entre Igreja e Estado.
  • «[A] verdadeira fé (…) cada vez mais se afastava da única fonte de vida da igreja, a Palavra de Deus registrada na Bíblia Sagrada» – quem disse que a “única fonte de vida da igreja” é “a Palavra de Deus registrada na Bíblia Sagrada”? Esta digressão teológica herética e nonsense no meio do texto [com as minúsculas e maiúsculas em “igreja” e “Palavra”…] revela o protestantismo do articulista – o qual está deixando a sua heresia influenciar sua apreciação do assunto e esta deve, portanto, ser ao menos olhada com suspeição.
  • «Fazer com que a sociedade pare por causa de uma data significativa para uma parcela da mesma é arbitrário, desrespeitoso e contra a constituição» – o cara é contra os feriados religiosos! Mesmo estes feriados sendo parte dos costumes da população brasileira há séculos, e mesmo correspondendo aos anseios da maioria da população! Pela sua lógica, ele devia também fazer uma campanha para acabar com os domingos (afinal, o mesmíssimo Mandamento que manda descansar no Domingo é o que manda guardar os feriados religiosos) e com os feriados laicos (por que nós paramos com a proclamação da República, que é uma data significativa para uma parcela muitíssimo menor da população do que a que se interessa pela Páscoa?). Mas ele não tem propostas e nem lógica no próprio discurso – só sabe reclamar.
  • «Se a igreja hoje fosse parecida com o profeta João Batista, quem sabe os políticos teriam um pouquinho de temor e tremor diante de Deus» – típico de hereges protestantes colocar a culpa “nos outros” e não em si mesmos. Antes de reclamar da “igreja” (seja lá de qual seita ele estiver falando), o sr. Jorge Max deveria cuidar de melhorar a si próprio. Como os católicos são ensinados a fazer.

Vocações recentes para a vida religiosa

[Fonte: National Religious Vocation Conference.
Tradução: Pedro Ravazzano.
Observação: a pesquisa completa é muito mais detalhada; cliquem acima para ver.]

Vocações Recentes para a Vida Religiosa

Center for Applied Research on the Apostolate

(Centro de Pesquisa Aplicada sobre o Apostolado)
Georgetown University, Washington, DC

Agosto 2009

Vocações Recentes para a Vida Religiosa:
Relatório para a Conferência Nacional de Vocações Religiosas

Mary E. Bendyna, RSM, Ph.D.
Mary L. Gautier, Ph.D.

Tradução: Pedro Ravazzano

Sumário Executivo:

Este relatório apresenta os resultados de um estudo recente de vocações à vida religiosa na América, conduzido pelo Center for Applied Research in the Apostolate (Centro para Pesquisa Aplicada no Apostolado) (CARA) para a National Religious Vocation Conference (Conferência Nacional de Vocações Religiosas) (NRVC). O estudo é baseado em pesquisas de institutos religiosos, estudos e grupos de enfoque com vocações recentes à vida religiosa, e uma análise de determinadas instituições religiosas selecionadas que têm tido sucesso em atrair e reter novos membros. O estudo foi desenhado para identificar e compreender as características, atitudes e experiências de homens e mulheres que entram na vida religiosa hoje, bem como as características e as práticas das instituições religiosas que estão atraindo novos candidatos e retendo novos membros com êxito.

(…)

CARA enviou os questionamentos por correio a um total de 976 entidades, na primavera de 2008 e, em seguida, empreendeu uma extensa pesquisa através do correio, e-mail, telefone e fax durante todo o verão e outono de 2008 para alcançar uma alta taxa de resposta. CARA recebeu respostas preenchidas por 591 institutos religiosos com uma taxa de resposta de 60 por cento. No entanto, uma análise mais detalhada das listas e os que não responderam mostrou que algumas das congregações e províncias nas listas originais haviam sido fundidas com outras durante o curso da pesquisa. Outras entidades da lista não são províncias ou congregações, mas regiões ou casas que não possuem formação/incorporação nos Estados Unidos e não deveriam ter sido incluídas na pesquisa. Outros ainda, especialmente entre os monastérios contemplativos e comunidades emergentes, aparentemente tinham deixado de existir.

(…)

Principais Conclusões:

(…)

Atração para a Vida Religiosa e a um Instituto Religioso em particular

• Os novos membros são atraídos para a vida religiosa primeiro por um sentido de vocação e um desejo de oração e crescimento espiritual. Mais de três quartos (78 por cento) disseram que foram atraídos “muito” pela primeira e quase a mesma quantidade (73 por cento) disseram que foram atraídos “muito” pela segunda. Mais do que qualquer outra coisa, foram atraídos para sua instituição religiosa particular pelo exemplo de seus membros e, especialmente, pelo seu senso de alegria, por seu realismo e seu empenho e entusiasmo. Cerca de 85 por cento disseram que o exemplo dos membros atraiu “muito”.

• Em um grau um pouco menor, os membros mais novos também disseram que eles foram atraídos para a vida religiosa pelo desejo de servir e de fazer parte de uma comunidade. Se sentiram atraídos, em particular, ao seu instituto religioso pela sua espiritualidade, vida comunitária e vida de oração. As pastorais são igualmente importantes para a maioria dos novos membros, entretanto, são menos importantes que a espiritualidade, a oração, a comunidade e estilo de vida. As questões pastorais, especialmente a possibilidade de uma diversidade destas, tendem a ser mais importantes para os homens do que para as mulheres entre os novos membros.

• É mais provável que os entrevistados mais jovens digam que foram atraídos para a vida religiosa pelo desejo de se comprometerem mais com a Igreja e com seus institutos, em particular pela sua fidelidade à Igreja, em comparação com os inquiridos mais velhos. Muitos também dizem que sua decisão de aderir ao seu instituto foi influenciada pela sua prática em relação ao hábito religioso. O fosso entre as gerações, especialmente entre a “Geração Milênio” (nascidos em 1982 ou depois) e geração do Vaticano II (nascidos entre 1943 à 1960), se tornou evidente durante todo o estudo de questões que tenham a ver com a Igreja e com o hábito. As diferenças entre as duas gerações também se extendem às questões da vida em comunidade, bem como os estilos e tipos de oração.

• Os membros mais recentes da vida religiosa se relacionaram com as instituições religiosas de maneiras muito diferentes. A experiência mais comum foi em uma instituição como a escola, na qual servem os membros. Outras formas relativamente comuns de entrar em contanto com o instituto são mediante a recomendação de um amigo ou conselheiro, trabalhar com um membro do instituto, através de um amigo da congregação, por meio de materiais promocionais impressos ou pela Internet.

• Em comparação com as mulheres, é mais provável que os homens digam que entraram em contato com seu instituto religioso em uma escola ou outra instituição onde servem os membros. Comparado com os homens, é mais provável que as mulheres descubram seu instituto através da recomendação de um amigo ou conselheiro.

• Comparado com os mais jovens, é mais provável que os inquiridos mais velhos tenham conhecido seu instituto de forma mais direta, ou seja, trabalhando com um membro ou através de um amigo do instituto. Inquiridos mais jovens, em particular a Geração Millennium, mais provavelmente conheceram seu instituto através da recomendação de um amigo ou conselheiro, ou através de materiais promocionais impressos ou pela Internet.

• Alguns dos membros mais jovens não tinham conhecido homens e mulheres religiosos antes de sentir um chamado à vida religiosa. Muitos destes jovens religiosos primeiro conheceram seu instituto, nomeadamente, através da recomendação de um amigo ou conselheiro, muitas vezes um padre, e muitos descobriram ou sabiam mais sobre o instituto através da internet. A experiência direta com o Instituto e os seus membros, através de eventos presenciais, retiros, discernimento, e outras oportunidades, são especialmente importantes para este grupo etário.

(…)

Oração e Espiritualidade

• Muitos dos novos membros identificam a oração comum como um aspecto da vida religiosa que atraiu mais e que mais os sustenta atualmente. Quando perguntado sobre a importância dos diferentes tipos de oração, o que mais os entrevistados mencionam é Comunhão diária e a da Liturgia das Horas, como os tipos de devoção que são mais importantes para eles.

• É mais provável que os entrevistados da geração do Milênio, em comparação com outros entrevistados, especialmente os da geração Vaticano II, digam que a comunhão diária, a Liturgia das Horas, adoração Eucarística, e outras orações devocionais são “muito importantes” para eles. Comparado com os entrevistados mais jovens, os entrevistados mais velhos dão mais importância à fé e, em menor grau, a oração comunitária não litúrgica.

• Esses padrões se repetiram nas respostas abertas tanto como nas entrevistas e grupos de enfoque em que muitos membros mais jovens mencionaram a comunhão, a adoração da Eucaristia, o Ofício Divino e devoção mariana como particularmente importante para eles.

(…)

Práticas com respeito ao Hábito Religioso

• As respostas à pergunta aberta sobre o que os atraiu ao seu instituto religioso revelam que ter um hábito religioso foi um fator importante para um número significativo de novos membros. Entrevistas com os diretores vocacionais também sugerem que muitas pessoas que estão pesquisando a vida religiosa buscam a oportunidade de vestir um hábito, mesmo naqueles institutos em que poucos ou nenhum dos membros o fazem regularmente.

• Cerca de dois terços dos novos membros, nos institutos pesquisados, estão num instituto que faz uso do hábito religioso. Para pouco mais da metade destes novos membros (55 por cento), o hábito é necessário em todas ou na maioria das circunstâncias e para outros 16 por cento só é necessário em certas ocasiões, como na pastoral ou oração. Nas discussões dos grupos de enfoque, alguns participantes foram muito fortemente a favor ou contra a exigência do hábito, enquanto alguns viram o valor de usar o hábito eclesiástico em, ao menos, algumas circunstâncias.

• Entre os que relataram que o hábito é opcional, 90 por cento dos homens e 27 por cento das mulheres disseram que usam ocasionalmente, enquanto 14 por cento dos homens e 15 por cento das mulheres disseram que usam sempre ou na maioria das vezes. Entre aqueles que afirmam que o seu instituto não tem hábito, quase metade dos homens (48 por cento) e quase um quarto das mulheres (23 por cento) disseram que usariam um hábito, se tivessem essa opção.

Aspectos mais gratificantes e satisfatórios da Vida Religiosa

• Quando perguntado o que eles acham mais gratificante e satisfatório da vida religiosa, os novos membros brindaram uma série de comentários sobre vários aspectos da vida religiosa. As respostas mais freqüentes foram sobre a dimensão da vida religiosa. Alguns mencionaram viver, orar e trabalhar em conjunto, enquanto outros se concentraram mais no sentido de um objetivo comum e de ser parte de algo maior que eles. A freqüência de menções de vida em comunidade sugere que este é um aspecto particularmente importante da vida religiosa para a maioria dos novos membros.

• Muitos dos novos membros também identificam alguns aspectos da dimensão espiritual da vida religiosa como o sentido de seguir o chamado de Deus, aprofundar nosso relacionamento com Deus e com Cristo e/ou a oração pessoal e comunitária, como os aspectos que fornecem o maior senso de gratificação ou satisfação. Nas suas respostas, muitos novos membros mencionaram a comunhão diária, a adoração Eucarística, o Ofício Divino, a devoção mariana, e outras práticas devocionais como particularmente significativas para eles.

• Alguns dos novos membros citaram o serviço ou a extensão do apoio da comunidade para a vida religiosa como o mais gratificante para eles. Muitos destes entrevistados mencionaram a pastoral, o serviço, ou o apostolado, enquanto outros disseram ser um testemunho de Deus para os outros. O fato de que os comentários sobre a pastoral, serviço ou apostolado são menos freqüentes do que os relacionados com a comunidade e espiritualidade sugere que eles podem ser menos notáveis para os novos membros.

(…)

Melhores Práticas no Ministério das Vocações

• Os resultados do estudo sugerem um conjunto de “melhores práticas” para promover as vocações. Estes incluem a implementação de uma “cultura vocacional” e incluir membros e diretores no esforço concertado para promover as vocações; ter um diretor vocacional em tempo integral apoiado por uma equipe e recursos para utilização de novas mídias, especialmente sites e outra presença na Internet; oferecer programas de discernimento e outras oportunidades para conhecer potenciais candidatos a membros e aprender mais sobre o Instituto; ter como alvo os estudantes universitários e adultos jovens, bem como alunos de escolas primárias e secundárias para mostrar a possibilidade da vida religiosa e informá-los sobre o instituto.

• Embora estas práticas possam ter um impacto positivo para atrair e reter novos membros, a pesquisa sugere que as características do exemplo dos membros e do instituto são o que mais influencia a decisão de aderir a um instituto em particular. As instituições de maior sucesso em termos de atrair e reter novos membros são, no momento, aquelas que seguem um estilo mais tradicional de vida religiosa, em que os membros vivem juntos em comunidade, participam da Comunhão diária, recitam o Ofício Divino, fazem práticas devocionais, usam hábito religioso, trabalham juntos no apostolado comum e mostram ostensivamente a sua fidelidade à Igreja e aos ensinamentos do Magistério. Todas estas características são particularmente atraentes para os jovens que ingressam hoje na vida religiosa.

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Recomendando

1. Blog do Pe. Elílio: Convite ao eclesiocentrismo. “[O] eclesiocentrismo bem entendido é a alternativa ortodoxa a toda e qualquer «cosmolatria», pois que é incompatível com toda «exaltação» do mundo. O eclesiocentrismo é hoje rejeitado porque parece que só se pode falar bem do mundo e mal da Igreja; de outro modo, somos tachados de «pré-conciliares». (…) Ora, o «mundo» pelo qual o Senhor não rezou (cf. Jo 17,9) e que nós somos chamados a não amar (cf. 1Jo 2,15) condensa uma existência afastada de Deus e contrária a seus desígnios. Não podemos ser ingenuamente otimistas com relação ao «mundo», a ponto de não reconhecer que nele atuam real e eficazmente forças obscuras e contrárias a Deus. O livro do Apocalipse fala sobejamente da luta travada na história entre as forças do bem e as do mal. Santo Agostinho diz a mesma coisa com os conceitos de «cidade de Deus» e «cidade terrestre» em constante litígio entre si. A «adoração» do mundo é fruto do otimismo ingênuo que tem vigorado na mentalidade dos católicos nas últimas décadas. Fruto desse mesmo movimento é a relativização ou marginalização da Igreja”.

2. Blog do Pe. Clécio: Grupo de Coroinhas – celeiro de vocações. “De fato, convivendo com o sacerdote, os pequenos iam percebendo a importância daquele homem que era tão procurado: visitava os doentes, confessava os penitentes, aconselhava casais em crise, julgava dissídios na comunidade, pregava o Evangelho, celebrava a Santa Missa. E mais: os pequenos viam a piedade do padre, breviário em punho, mergulhado na oração”.

O convento e o altar

Fundação Sarney aluga convento para festa sexy. A notícia é menos chocante do que parece à primeira vista, porque o convento em questão já não funciona como convento há anos; em 1990, ele foi doado pelo então governador do Maranhão à Fundação Sarney. É um prédio histórico no centro histórico de São Luís.

Sarney disse que não sabia nada sobre a festa. Li num comentário do Estadão que era, na verdade, uma festa à fantasia. O mais triste, no entanto, é a dessacralização, o que quer que tenha acontecido no Convento das Mercês.

Aliás, ela começou bem antes. O convento é de 1654. Não sei quando foi que ele fechou as portas; mas um convento vazio é um prédio triste. Mutatis mutandis, aqui em Recife temos muitas igrejas antigas com altares laterais belíssimos que não são mais utilizados: um altar sobre o qual não é oferecido o Santo Sacrifício da Missa é uma coisa muito triste.

Porque trata-se de algo que perdeu a sua finalidade. Se o sal perde o sabor, para mais nada serve senão para ser lançado fora. Se o convento perde as vocações, só serve para prédio histórico estéril (ou, pior ainda, para festas mundanas). Se o altar perde a Santa Missa, só serve para apoiar vasos de flores ou castiçais.

A perda de vocações é algo sintomático e preocupante. Não se dá de repente – como também não é do dia para a noite que o prédio se transforma, de convento, em salão de festas. O sal perde o sabor aos poucos… e, se não percebemos a tempo, o futuro é a festa realizada no prédio histórico.

Tarde demais…? Com o quê será restituído o sabor ao sal? Um sacerdote meu amigo disse-me outra vez que o seu sonho era “ressuscitar altares”, celebrando a Santa Missa nos altares das igrejas onde ela não é celebrada há muitos anos. É um belo sonho. Desejo-lhe muitas ressurreições. Porque, se aos homens é impossível reverter a crise que atravessa a Igreja, a Deus não é impossível. A Deus, nada é impossível.

Por meio da Santa Missa, nada é impossível. O convento e o altar têm muito em comum, ordenados que são ambos a Deus. Ressuscitar os altares é ressuscitar os conventos. Pedir ao Senhor da messe que mande operários é já antecipar os campos repletos de trabalhadores. Deus é fiel. A despeito de nossas infidelidades.

Rezemos ao Altíssimo. Peçamos vocações. Ofereçamos as nossas vidas em desagravo pelas dessacralizações, pelas festas nos antigos celeiros de almas consagradas, pelas flores murchas esquecidas nos altares onde Cristo era imolado. Ele é fiel. E não Se esquecerá do Seu povo. O sal há de recuperar o sabor. O convento e o altar voltarão a servir a Deus. Para a Sua maior glória.

A discoteca e o showman

Vi no Fratres in Unum a discoteca austríaca. Sinceramente, eu não consigo entender o que leva uma pessoa a abandonar tudo para abraçar a vida sacerdotal e, tendo recebido um báculo e uma mitra, promover [ou participar] [d]este tipo de aberração.

A Santa Missa é o Sacrifício de Cristo. Para louvar ao Deus Altíssimo, a Santa Igreja possui as riquezas da Liturgia, que ao longo dos séculos foram lapidadas por pessoas santas com o intuito de oferecer à Trindade Santa o culto melhor e mais perfeito possível. É angustiante ver a Liturgia ser jogada no lixo exatamente pelas pessoas que deveriam guardá-la e promovê-la; é decepcionante deparar-se com um prurido doentio por novidades que destrói até mesmo o senso estético mais rudimentar.

Missa não é “discoteca”. Provavelmente poucas coisas são tão dissemelhantes. Como suponho não ser possível haver ignorância quanto às discotecas, presumo que o problema só pode ser de desconhecimento sobre o que é a Santa Missa. Como, no entanto, as pessoas a promoverem o nonsense litúrgico são prelados da alta hierarquia da Igreja, torna-se absurdo imaginar que eles não saibam o que significa o culto básico da Igreja da Qual fazem parte. Como explicar a loucura? Mysterium Iniquitatis. Alguns não gostam da expressão, mas alguém é capaz de dar uma explicação mais plausível para estas coisas que, atônitos, contemplamos a todo momento?

Enquanto isso, falando em discoteca, vi que o pe. Joãozinho escreveu sobre [e – ouso ler nas entrelinhas – contra] o “Sacerdote Showman”. Recebeu comentários e voltou a escrever. Deo Gratias; arrisco-me a esperar que seja um grito do sensus fidei acorrentado, que não consegue mais manter-se inerte diante do bombardeio diuturno de ataques que sofre tudo aquilo que é católico e santo.

“Sacerdotes-Showmen” talvez celebrem “Missas-Discotecas”. Mas nenhuma das duas aberrações faz sentido. Nenhuma das duas coisas – digamo-lo francamente – tem espaço na Igreja de Nosso Senhor. No entanto, encontramo-las amiúde! Mysterium iniquitatis, torno a dizer. Que o Deus Altíssimo tenha misericórdia de nós, e envie santos trabalhadores para a Sua messe. Afinal, o problema dos nossos dias não é simplesmente de “falta de vocações”; muito mais sério é a falta de vocações santas. De padres que se esforcem para serem seguidores radicais de Nosso Senhor. De missas onde transpareça o Sacrifício do Calvário oferecido ao Pai Eterno.

Curtas de fim de tarde

– Vocações estão em alta, diz o jornal O Dia: 220 novos sacerdotes no ano passado, contra um média de 55 por ano na década de 90. Conclusão mais que evidente tirada pelo Luís Guilherme: “quanto mais se representa a fidelidade à Igreja e a sua tradição, mais atraente é para as vocações”. A firmeza atrai, como ele disse muito bem. Que Nossa Senhora cuide dos futuros sacerdotes.

Este texto traduzido pela Maite sobre “a morte da liturgia” (não, não tem a ver com o que o título dá a entender à primeira lida) é simplesmente belíssimo. A idéia de que há uma paulatina “poda” na Liturgia, a partir da Septuagésima até a Vigília Pascal, é fantástica e eu não havia pensado nisso ainda. Vejam:

“O Aleluia cessa na Septuagésima. Música e flores são abandonadas na Quarta-Feira de Cinzas. Hoje [no Domingo de Ramos], estátuas e imagens são envolvidas com um véu roxo. […] Depois da Missa da Quinta-Feira Santa o Santíssimo é removido do altar principal, que fica nu (a toalha é removida) e sinos são substituídos por matracas de madeira. Na Sexta-Feira Santa não há sequer Missa. No início da Vigília somos privados até de luz! É como se a Igreja mesma estivesse completamente morta com o Senhor em sua tumba”.

– Na semana passada, Iowa tornou-se o terceiro estado americano a legalizar o “casamento” gay. Hoje vi uma notícia dizendo que Vermont é o quarto – os parlamentares derrubaram o veto do governador. Os EUA estão caminhando a passos cada vez mais largos para o abismo. Deus tenha misericórdia dos Estados Unidos.

– Só indicando a leitura: o perfil do Marquês de Pombal. Trazendo à luz do dia a história do maçom, que não aprendemos nas aulas do segundo grau.

– Para os que não conhecem a já tristemente célebre história da péssima tradução para o português do Missal Romano, o Oblatvs publicou ontem uma muito didática comparação entre o original em latim, a versão em inglês e a versão em uso no Brasil. Rezemos! Pela fidelidade à Igreja desta Terra de Santa Cruz.