– Um pequeno – mas muito bom! – texto sobre a alma da Dicta & Contradicta: Apenas Letal. “Uma casa é uma pilha de tijolos, mas não é apenas uma pilha de tijolos. Não acredita em mim? Vá aos fundos de uma olaria; lá haverá muitas pilhas de tijolos, mas nenhuma casa. A definição dada responde à causa material, à pergunta ‘do que é feito?’, mas é apenas uma parte da resposta à pergunta mais ampla ‘o que é?’. Faltou o mais essencial: uma casa é definida, antes de tudo, não pelos materiais que a compõem (embora também por eles), mas por seu projeto: ela é dividida em cômodos, cada um com sua função no todo cujo fim último é abrigar e permitir a vida de uma pessoa ou grupo delas. E o que é esse projeto? Ele está desenhado num papel, na planta, mas ele não é o desenho. Tanto é assim que é possível desenhar o mesmo projeto em outro papel com outro lápis, e nem por isso a casa terá dois projetos. O projeto é aquilo que o desenho expressa: a estrutura lógica, racional, da construção: os tamanhos e localizações dos cômodos, onde cada material será usado, a função de cada cômodo, etc. […] Tijolos sem projeto, e projeto sem tijolos, não seriam uma casa”.
– Número especial da revista “Brava Gente” sobre o príncipe Dom Pedro Luiz de Orleans e Bragança. Um compêndio de tudo o que aconteceu com a Família Imperial desde o desaparecimento do vôo 447 da Air France; de quebra, uma oportunidade de conhecer melhor a Casa Imperial.
– Não há lugar no ministério sacerdotal para pedófilos, como diz Dom Cláudio Hummes. Sem dúvidas, Eminência, sem a menor sombra de dúvidas: eis o verdadeiro discurso do óbvio! No entanto, é de se lamentar que Sua Eminência prefira louvar os sacerdotes por serem homens que “se esforçam pela dignidade humana, pelos direitos humanos, a justiça social e a solidariedade com os pobres”. Data venia, Eminência, não é este o apanágio do sacerdote católico!
– Hoje é dia de San Josemaría Escrivá, e o santo espanhol fala sobre o sacerdócio muito melhor do que o cardeal brasileiro: “Através desse sacerdócio ministerial, que difere essencialmente – e não com uma simples diferença de grau do sacerdócio comum de todos os fiéis -, os ministros sagrados podem consagrar o Corpo e o Sangue de Cristo, oferecer a Deus o Santo Sacrifício, perdoar os pecados na confissão sacramental e exercer o ministério da doutrina in iis quae sunt ad Deum, em tudo e somente naquilo que se refere a Deus”. San Josemaría Escrivá de Balaguer, rogai por nós!
– Uma interessante decisão do juiz Valter Alexandre Mena, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, ao suspender parte da Lei Antifumo estadual. Vale a pena dar uma olhada na íntegra da decisão, da qual destaco:
Veja-se o paradoxo: o governo federal aumentou a alíquota para os cigarros e a reduziu para os carros, supostamente para reduzir o consumo daqueles em proteção da saúde. Na verdade, trata-se apenas de compensar a perda (1,5 bilhão) com a redução tributária de um setor, transferindo-a para o outro. Ora, os veículos (dada a péssima qualidade do combustível) poluem muito mais e prejudicam muito mais a saúde. E nada indica que haverá redução do consumo de cigarro, porque 40% não pagam impostos (contrabandeados ou produzidos por sonegadores), mas sim estimular a ilegalidade.
Quanto ao tabaco, existem alternativas, há medida intermediária à proibição: de um lado, áreas reservadas ou fumódromos; de outro, a livre escolha dos não-fumantes em frequentar tais ambientes.
As discotecas (danceterias) são ambientes de marcante poluição sonora (também prejudicial à saúde, inclusive dos empregados) e freqüentadas voluntariamente pelos que gostam de barulho, sem qualquer proibição em respeito à liberdade individual. Quem não aprecia, não é obrigado a nelas ingressar. Se o faz, pratica ato de opção (alguém dirá que o freqüentador está viciado por dependência química? Ou está apenas ficando surdo?).
Mais de dez anos depois de a lei federal obrigar os empresários a despender recursos na instalação de fumódromos, vem a norma estadual dizer que eles são inúteis e devem deixar de existir em 90 dias.