Tristeza, por favor, vá embora…

Eu sempre achei essa propaganda genial. Sem cenas apelativas, sem músicas de péssimo gosto, sem basear-se exclusivamente em personagens famosos (a presença de Marcos Palmeira é completamente acidental), sem mensagens subversivas, sem nada. Apenas apontando uma característica do brasileiro com a qual todo mundo se identifica: a alegria, o bom humor, a capacidade de encontrar motivos para diversão até mesmo diante das adversidades.

Há quem diga que esse é um dos motivos pelo qual o país “não vai para frente”, porque os brasileiros não conseguem levar nada a sério, estão sempre sorridentes e satisfeitos com tudo e com qualquer coisa, têm a irritante mania de levar tudo na brincadeira. Eu discordo em grande parte. Sem dúvidas é necessário ter seriedade na vida. Mas a alegria, antes de ser um fator conformista de manutenção do status quo, é uma poderosa força para enfrentar as adversidades.

Chesterton termina o seu Ortodoxia falando sobre a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo. Permito-me citar os dois parágrafos completos, uma vez que o escritor inglês sem dúvidas consegue se expressar muito melhor do que eu:

A alegria, que foi a pequena publicidade do pagão, é o gigantesco segredo do cristão. E no fechamento deste caótico volume torno a abrir o estranho livrinho do qual proveio o cristianismo; e novamente sinto-me assombrado por uma espécie de confirmação. A tremenda figura que enche os evangelhos ergue-se altaneira nesse respeito, como em todos os outros, acima de todos os pensadores que jamais se consideraram elevados.

A compaixão dele era natural, quase casual. Os estóicos, antigos e modernos, orgulhavam-se de ocultar as próprias lágrimas. Ele nunca ocultou as suas; mostrou-as claramente no rosto aberto ante qualquer visão do dia-a-dia, como a visão distante de sua cidade natal. No entanto, alguma coisa ele ocultou. Solenes super-homens e diplomatas imperiais orgulham-se de conter a própria ira. Ele nunca a conteve. Arremessou móveis pela escadaria frontal do Templo e perguntou aos homens como eles esperavam escapar da danação do inferno. No entanto, alguma coisa ele ocultou. Digo-o com reverência; havia naquela chocante personalidade um fio que deve ser chamado de timidez. Havia algo que ele encobria constantemente por meio de um abrupto silêncio ou um súbito isolamento. Havia uma certa coisa que era demasiado grande para Deus nos mostrar quando ele pisou sobre esta nossa terra. As vezes imagino que era a sua alegria.

A alegria é uma grande dádiva de Deus. Não é irresponsabilidade, não é fuga aos próprios compromissos, não é conformismo nem nada disso: ao contrário, é um verdadeiro tesouro. Permite-nos enfrentar as tribulações da vida mais facilmente. Ouso ir mais além: a alegria permite que haja, no mundo, um reflexo daquilo que, segundo Chesterton, Nosso Senhor escondeu quando esteve por esta terra: a alegria eterna, a verdadeira felicidade.

Mas esta alegria da qual falo não é “publicidade pagã”, i.e., não é algo que se ostenta e se busca como um fim em si mesmo. Não é a alegria vazia e hedonista que tão facilmente encontramos no carnaval, não é uma busca desordenada e desenfreada por prazeres. Como tudo na vida cristã, precisa estar ordenada para Deus; afinal, quem foi que disse não ser possível haver uma alegria ordenada para o Fim Último, para o Deus que – conforme rezamos na Santa Missa – alegra a nossa juventude, laetificat juventutem meam?

Gosto daquela propaganda, porque a alegria lá expressa é inocente. E é a cara do brasileiro que sofre, que tem problemas, mas que consegue manter um sorriso no rosto, consegue encontrar ânimo diante das adversidades. Claro, ela não é perfeita, porque é bastante fácil – principalmente nos nossos dias! – perder Deus de vista e idolatrar o prazer. Mas, quando penso no bom humor brasileiro, eu penso em algo que tem um excelente potencial de ser bem utilizado. Penso em algo que poderia, se bem direcionado, ser um bonito reflexo neste mundo da alegria do Onipotente. Enfim, gosto de pensar que Deus, do alto dos Céus, sorri de volta quando vê um brasileiro, em estado de graça, alegrando-se da forma que sabe tão bem fazer.

Havemos de chorar os mortos se os vivos os não merecerem

Confesso a minha ignorância da história portuguesa: não conheço Salazar. Sei que os anti-clericais o demonizam. E não saberia indicar nenhum texto que se empenhe em defender a memória do famoso líder português.

Mas esta resposta, dada aos familiares dos soldados portugueses mortos na Guerra do Ultramar, é um espetáculo. A voz no vídeo é do próprio Salazar. Todos os soldados que aparecem são portugueses.

“Sem hesitações, sem queixumes, naturalmente como quem vive a vida, os homens marcham para climas inóspitos e terras distantes a cumprir o seu dever. Dever que lhes é ditado pelo coração e pelo fim da Fé e do Patriotismo que os ilumina. Diante desta missão, eu entendo mesmo que não devemos chorar os mortos. Ou melhor. Havemos de chorar os mortos se os vivos os não merecerem”.

Vídeos Legendados – Fulton Sheen

Divulgando: o Gilberto Edson fez a gentileza de legendar e pôr no youtube um vídeo de interesse para nós, católicos. Trata-se de um sermão proferido pelo Servo de Deus Fulton Sheen, arcebispo americano, sobre generosidade. As três partes podem se vistas abaixo; nossos agradecimentos ao Gilberto Edson pelo trabalho realizado.

Boris Casoy e os garis

Sem querer usar um clichê mas já usando, uma cena dessas é realmente vergonhosa. Eu vi no Yahoo! notícias, no correio do Brasil e no Mídia Independente. Se procurasse, provavelmente encontraria em vários outros lugares: o assunto sem dúvidas provocou indignação.

E o frustrante não é que tenha sido “um vazamento de áudio”, como disse o apresentador: o que é degradante é que o sujeito pense realmente esse tipo de coisa. Obviamente, ninguém pode ser “proibido de pensar”, por mais estúpida que seja a coisa pensada: o ponto não é esse. O ponto é que dói constatar a falta que o Cristianismo faz na vida das pessoas. E o Boris Casoy, com toda a sua educação e cultura, inteligência e erudição, não entende que as pessoas não podem ser menosprezadas em razão daquilo que fazem.

Alguém comentou numa lista de emails que, provavelmente, o sorriso dos dois garis tinha mais valor do que a carreira inteira do Boris Casoy. Eu acho bem possível. Não se trata, evidentemente, de fechar os olhos para a realidade e postular que é “a mesma coisa” trabalhar nas ruas sob um sol escaldante recolhendo lixo ou trabalhar em um estúdio jornalístico com roupas elegantes e ar condicionado. O que interessa, no entanto, é que a dignidade de um trabalho está na honestidade e no empenho nele aplicados, e não no “conforto” com o qual ele é executado!

A sociedade é naturalmente desigual. Exige naturalmente que sejam desempenhadas atividades desiguais por pessoas desiguais. Mas estas pessoas devem saber que são mutuamente importantes e – principalmente! – que cabe àquelas pessoas cuja vida é “mais fácil” tornar menos dura a vida dos que passam por maiores dificuldades. Semelhante harmonia é fundamental para a vida em sociedade; como encontrá-la, no entanto, fora do Cristianismo, onde quem quiser ser o primeiro deve ser aquele que serve a todos?

E constatar a falta que faz o Cristianismo ao apresentador da Record Bandeirantes é doloroso, mas tem ainda uma outra coisa que é bastante incômoda. Boris Casoy pode ser facilmente associado à “direita” brasileira, uma vez que ele foi um dos únicos a quebrar a cortina de silêncio sobre o Foro de São Paulo, ou a ter coragem de escrever um artigo pedindo o Impeachment do presidente Lula. Prato cheio para os esquerdistas: já posso até ver o discurso raivoso de como o Casoy deu a prova definitiva do modo como “as elites” enxergam o povo.

Pequena Lia contra o aborto

Apenas registrando, porque já faz mais de uma semana que o Murat comentou: é reconfortante ver a pequena Lia, canadense, de 12 anos, falando contra o aborto; é excelente ver que as novas gerações já não mais engolem os sofismas caducos dos defensores do assassinato de crianças. Há esperança para o futuro, e ela é personificada por esta pequena garota, que teve a coragem de tratar – com tanta desenvoltura! – de um tema tão grave, defendendo uma posição tão estigmatizada.

O vídeo já passou das 450.000 views; é impressionante. O Julio Severo traduziu uma reportagem de LifeSiteNews.com sobre o assunto. A garota deve ser o orgulho da mãe:

A mãe de Lia diz que o assunto foi escolhido pela própria filha, e que ela estava determinada a não ceder, até mesmo depois que os professores lhe disseram que sua apresentação era “adulta demais” e “polêmica demais”.

Que Deus nos conceda gerações e mais gerações de Lias – para a salvação do mundo!

Mais profanações na internet

Como se não bastasse o caso patológico do prof. Myers, tomei conhecimento de um outro sujeito que colocou vídeos no youtube contendo terríveis profanações eucarísticas. Ainda concedendo que ele utilize hóstias não-consagradas [o que infelizmente é pouco provável, porque ele pôs vídeos nos quais mostra as suas idas à igreja para a obtenção da Santíssima Eucaristia], a simples intenção de ofender a Nosso Senhor e aos católicos gratuitamente merece repúdio.

Não vou colocar os links dos vídeos, primeiro para não dar publicidade a este tipo de porcaria e, segundo, para poupar os leitores do desagradabilíssimo e revoltante espetáculo que o maníaco proporcionou. É ainda válido lembrar que a retenção da Santíssima Eucaristia para fins sacrílegos – que foi exatamente o que este garoto fez, e repetidas vezes – é punida com excomunhão latae sententiae reservada à Sé Apostólica, conforme tipifica o Código de Direito Canônico no seu cânon 1367. Pela alma do infeliz, possuída por sabe-se lá quantas legiões de demônios, só podemos rezar. Mas há outras coisas que podem ser feitas.

A primeira coisa, é assinar esta petição online [entrem, por favor, leva menos de um minuto!] endereçada ao youtube, pedindo a retirada dos vídeos sacrílegos. Provavelmente funciona, já que a retirada de vídeos do youtube acontece com relativa freqüência, mas é fundamental que consigamos mandar o maior número possível de mensagens aos responsáveis pelo conhecido site de vídeos.

A segunda coisa, é avisarmos em nossas paróquias [principalmente se forem paróquias do Canadá, que é o país que o delinqüente coloca no youtube como seu; mas pode ser simplesmente mentira, de modo que é salutar estar atento em todos os lugares] que existem maníacos deste tipo, a fim de que a distribuição da Santíssima Eucaristia nas missas seja feita com o maior cuidado e diligência possíveis.

A terceira coisa, é rezarmos em desagravo, e comungarmos na intenção de reparar estes horríveis crimes e blasfemos sacrilégios dirigidos contra Nosso Senhor Jesus Cristo. Que Deus tenha misericórdia de nós e do mundo inteiro.

P.S.: A Catholic League já publicou uma nota sobre o assunto, em 07 de outubro, dizendo ter escrito ao youtube solicitando a retirada dos vídeos. Vamos nos juntar à famosa liga católica americana para exigir respeito aos direitos de Deus e dos católicos.